Três anos de devoção foram mal colocados, mas Evelyn conteve sua dor e começou a reunir provas.
Ela planejava dar-lhes uma grande surpresa no dia do casamento.
O cachorro Akita de Aidan, Max, conhecido por sua lealdade, frequentemente saía sozinho da vila. Incapaz de encontrá-lo, Evelyn ligou para o rastreador dele e descobriu que ele estava com Aidan.
Antes que pudesse falar, ouviu o assistente de Aidan, Gary Smith, falando.
"Sr. Harrison, a Srta. Anders volta do exterior na próxima semana. Devemos começar a preparar seu casamento agora?"
"Sim, o casamento é daqui a duas semanas. Comece os preparativos. Tudo deve estar perfeito. Dayna é muito exigente."
"Claro, Sr. Harrison. Após o acidente, a Srta. Anders ficou gravemente ferida e passou três anos se recuperando no exterior. Ouvi dizer que ela está bem agora."
Aidan respondeu calmamente. "Dayna sempre foi teimosa. Se ela não tivesse insistido em dirigir sem carteira, o acidente não teria acontecido."
O tom do assistente se suavizou. "Felizmente, você foi esperto, Sr. Harrison, ao colocar Jonny Thorpe no banco do motorista e fingir amnésia para enganar Evelyn. Agora que a Srta. Anders está de volta saudável, você pode parar de fingir."
"De fato. Três anos de atuação não foram fáceis, embora eu me sinta um pouco culpado por Evelyn. Afinal, o pai dela levou a culpa por Dayna."
Os olhos de Evelyn se arregalaram de choque, e ela prendeu a respiração, com medo de fazer qualquer som enquanto as lágrimas escorriam silenciosamente por seu rosto.
Aidan não havia perdido a memória? O que realmente aconteceu naquele acidente?
Gary falou novamente. "Jonny era o motorista da sua família. Ele se sentiu honrado em assumir a responsabilidade pela sua futura esposa.
Além disso, você foi bom para Evelyn ao longo dos anos. Isso já é compensação suficiente para eles."
Aidan soltou uma risada fria. "Você está certo. Mesmo depois que eu me casar com Dayna, não vou maltratar Evelyn. Max, vamos para casa!"
Ao ouvir Aidan chamar o nome do cachorro, Evelyn rapidamente desligou, seu coração esmagado como se por uma pedra, deixando-a tonta de dor.
Ela havia vivido uma mentira por três anos?
A mãe de Evelyn estava doente desde o nascimento dela e faleceu, deixando a família endividada.
Jonny e Evelyn dependiam um do outro até que ela tinha catorze anos, quando ele se tornou o motorista de Aidan, o único filho do Grupo Harrison, melhorando suas vidas.
Mas três anos atrás, um acidente mudou tudo. Jonny e o outro motorista morreram no local, enquanto Dayna e Aidan, no banco de trás, ficaram gravemente feridos.
A família de Dayna a levou ao exterior para tratamento, e Aidan, após sobreviver, perdeu a memória.
A polícia responsabilizou Jonny completamente, exigindo uma compensação pesada.
Com a família mal conseguindo sobreviver, Evelyn não podia pagar. Os Harrison se ofereceram para cobrir a dívida com a condição de que ela cuidasse de Aidan.
Evelyn sempre gostara de Aidan, e saber que o erro de seu pai causou sua amnésia encheu-a de culpa. Ela prometeu ficar ao lado dele para sempre.
Felizmente, Aidan, apesar da perda de memória, nunca ressentiu Evelyn e a tratou com gentileza.
Uma noite, depois que ele ficou bêbado, Evelyn, meio a contragosto, tornou-se sua amante secreta.
Ela sabia que Aidan estava noivo de Dayna e se sentia grata pela ajuda dos Harrison. Ela entendia que ele estava fora de seu alcance, mas estar perto dele era suficiente.
No entanto, ela nunca imaginou que sua salvação era uma decepção, e a morte de seu pai era apenas uma ferramenta para proteger Dayna.
A amarga verdade era que, por três anos, Evelyn carregou a culpa pelo dano que pensava que seu pai causou, quando eles eram os verdadeiros prejudicados.
O som da porta se abrindo sinalizou o retorno de Aidan. Evelyn apressadamente enxugou suas lágrimas, não querendo que ele notasse seu sofrimento.
"Querida, por que não atendeu o telefone?" Aidan trocou de sapatos e puxou Evelyn para um abraço caloroso, beijando seus lábios sem hesitação.
Por três anos, Evelyn nunca recusou seus avanços, mas hoje, ela o afastou sem pensar.
A testa de Aidan franziu ligeiramente. "O que houve? Você está chateada? Seus olhos estão vermelhos. Você esteve chorando?"
Ele acariciou gentilmente sua bochecha, sua expressão suave com preocupação.
Evelyn olhou para Aidan, o homem que ela amava desde os quatorze anos, por uma década inteira. Mas hoje, cada ilusão que ela tinha sobre ele se despedaçou.
"Aidan, se você recuperasse sua memória, ainda me amaria assim?"
Ele pausou, então deu um sorriso gentil. "Boba, claro que te amaria. Eu juro, você é a única que amarei nesta vida."
Ele se inclinou, capturando seus lábios com os dele, um calor outrora familiar agora totalmente estranho. Ele dizia amar apenas ela, mas a enganou por três anos.
No momento em que Aidan tocou Evelyn, ele se perdeu no desejo. Seu corpo sempre o cativou. Respirando pesadamente, ele a pressionou sob ele.
Se tivesse sido mais paciente, teria visto as lágrimas desesperadas em seu rosto.
"Isto é para você. Comprei no exterior outro dia. Achei que combinava perfeitamente com você." Aidan colocou um colar de pedras preciosas no pescoço de Evelyn, beijando sua pele suavemente antes de cair em um sono profundo.
Evelyn se levantou, sentindo-se vazia, e retirou o colar, colocando-o na caixa de joias do escritório junto a inúmeras outras peças. Ela não conhecia suas marcas e raramente as usava.
Ela costumava se perguntar por que Aidan sempre lhe dava presentes após a intimidade. Agora ela entendia. Em sua mente, ela era apenas mais um objeto com um valor.
Quanto mais ele dava, menos culpa sentia em relação ao pai dela e a ela.
Evelyn fez suas malas, lágrimas escorrendo por seu rosto. Ela não se importava se Aidan se casaria com ela, mas se importava profundamente que seu pai havia morrido carregando uma culpa injusta, e que Aidan a havia enganado.
Ela se recusava a se afundar mais no desespero. Ela decidiu partir e buscar justiça para seu pai.
Na escuridão da noite, Evelyn dirigiu-se ao estacionamento subterrâneo. Ela se lembrou do carro do acidente de três anos atrás, reparado e deixado na garagem. Esperava que pudesse conter alguma prova.
Quando viu a câmera do painel dentro do carro, suas mãos tremeram de excitação.
Ela correu para o escritório para revisar as imagens. No vídeo, Dayna insistia em dirigir, mas Jonny sorriu e tentou impedi-la. "Srta. Anders, você ainda não tem carteira. Espere até..."
Antes que ele pudesse terminar, Dayna abriu a porta do motorista e puxou Jonny para fora com uma atitude arrogante. "Você é apenas o cão dos Harrison. Aidan já concordou, então por que está falando tanto? Saia."
Jonny olhou para Aidan, que silenciosamente permitiu, e obedeceu, movendo-se para o banco do passageiro. Em dois minutos, Dayna desviou para o tráfego contrário.
Ela gritou em pânico, e Jonny, rápido para agir, puxou o volante para si.
Evelyn chorou descontroladamente enquanto assistia. Ela sabia que seu pai havia dado a Dayna uma chance de viver.
Coberto de sangue, ele protegeu Dayna com seu corpo. "Jovem mestre, por favor... me salve..."
A voz de Jonny estava fraca, mas Aidan, percebendo que o acidente havia acontecido, não salvou Jonny primeiro. Em vez disso, empurrou o corpo de Jonny para o lado para alcançar Dayna.
"Aidan, não fui eu. Foi o motorista quem os atingiu, certo? Por favor, me ajude! Não quero ir para a prisão."
Dayna chorou, agarrando-se a Aidan. Ele a puxou para seus braços, confortando-a antes de tomar uma decisão. "Você está certa, Dayna. Jonny estava dirigindo. O erro dele causou o acidente. É tudo culpa dele, entendeu? Não se preocupe, eu vou te proteger."
Ele moveu Dayna para o banco de trás, arrastou o ainda suplicante Jonny para o banco do motorista, e voltou para o lado de Dayna. Ele a confortou até que ela se acalmasse, só então chamando a polícia.
Os olhos de Evelyn encaravam o vazio, como se sua alma tivesse sido drenada.
O sangue de seu pai no vídeo, pingando e encharcando suas roupas, infiltrava-se em seu coração.
Ela apertou o peito, ofegante, como se alguém tivesse arrancado seu coração. Um gemido contido escapou de sua garganta.
Como Aidan pôde ser tão cruel? Por que ele não salvou seu pai?
Jonny sempre dizia que era grato pelo emprego com os Harrison, dirigindo com o máximo respeito e dedicação.
Evelyn acreditava que mesmo sem o esquema de Aidan, seu pai bondoso teria assumido a culpa por Dayna.
Mas eles não confiaram nele e negaram-lhe até mesmo uma chance de sobreviver.
Evelyn recostou-se na cadeira, seus ombros frágeis tremendo incontrolavelmente.
Ela jurou para si mesma: "Aidan, você pagará por tudo o que fez."
Evelyn fez uma ligação: "Alô, Rachel, aquela oferta da agência de tradução em Nevoria ainda está de pé?"
Rachel Fowler ficou entusiasmada. Evelyn era uma aluna exemplar em estudos nevorienses, e Rachel a convidara várias vezes. Finalmente, ela concordou. "Claro que está! Apresse-se e cuide dos seus documentos de viagem. Você pode começar em duas semanas."
Duas semanas? Esse era o dia do casamento de Aidan e Dayna.
Evelyn planejava dar-lhes um grande presente naquele dia.