Seu irmão mais velho, Graham Harrington, a apoiava na empresa. Ele uma vez jurou publicamente que a empresa sempre pertenceria a Claire, e que ele estava apenas fazendo dinheiro para ela. 
A única pessoa que sempre a encorajou a sair de sua zona de conforto foi Nina Harrington, a "herdeira errada" criada no lugar de Claire. Nina dizia para ela ser independente, para parar de depender dos outros. 
Claire deu de ombros, pensando que Nina estava apenas exagerando. 
Até que a notícia chegou-Nina tinha sido esfaqueada na garagem subterrânea do Grupo Harrington. 
Claire correu para ligar para a única pessoa em quem mais confiava-Gavin. Mas a resposta do hospital a devastou. Gavin estava em cirurgia... salvando o homem que atacou Nina. 
Até mesmo seu irmão Graham, por gratidão ao pai adotivo de Marissa, redirecionou todos os médicos disponíveis para garantir a sobrevivência do agressor. 
Claire gritou. Ela implorou. Caiu de joelhos, suplicando que salvassem sua irmã. 
Mas Graham simplesmente ordenou que alguém a contivesse. "Claire, acalme-se, sim? Ela nem é sua irmã de verdade. Mesmo que você a perca, ainda tem um marido e um irmão que a amam. Mas Marissa... ela é diferente. E esse homem que estamos salvando, ele criou Marissa por mais de vinte anos!"
Graham se inclinou com carinho e enxugou as lágrimas do rosto de Claire. 
Então, sem um pingo de hesitação, ele assinou a ordem para não tentar ressuscitação em caso de parada cardíaca e mandou a equipe levar Nina-que ainda não havia dado o último suspiro-direto para o necrotério. 
"Pare de chorar, Claire. Ela não merece suas lágrimas. Eu não queria que ela morresse também, mas... coisas ruins acontecem. Anos atrás, quando fiquei preso durante aquele terremoto em uma viagem de negócios, foi o frágil pai adotivo de Marissa que me desenterrou com as próprias mãos. Você é minha verdadeira irmã. Essa dívida cabe a você pagar."
Mesmo rosto. Mesma voz calorosa. Mas cada palavra que Graham dizia fazia o sangue de Claire gelar nas veias. 
Ela não conseguia entender. Como seu irmão, normalmente gentil, podia dizer algo tão cruel? 
Ela só conhecia Nina há dez anos, mas Graham viveu com ela por vinte e oito. 
Ora, as pessoas se apegam até aos seus animais de estimação depois de alguns anos, e ele teve Nina por vinte e oito! 
E mesmo que ele devesse algo àquele homem, por que tinha que ser pago com a vida de Nina? 
Os olhos de Claire ardiam de raiva. Ela arrancou o formulário de Não Ressuscitar assinado das mãos de Graham e o rasgou em pedaços. 
"Ela ainda está viva! E você-você não a salvará, mas salvará o homem que tentou matá-la? Você não se importa? Tudo bem. Eu me importo. Enquanto eu estiver respirando, não vou parar até que aquele desgraçado pague pelo que fez!"
Ela se virou e saiu furiosa. 
Gavin não era o único cirurgião na cidade. Mesmo que ele estivesse na sala de operação, alguém mais poderia salvar Nina. 
Mas antes que ela fosse longe, Marissa Rowe de repente caiu de joelhos e agarrou a manga de Claire, chorando. 
"Sinto muito, Claire. Isso é tudo culpa minha. Me puna como quiser! Eu só... imploro, por favor, poupe meu pai adotivo. Ele não é um santo, mas me criou por mais de vinte anos... Se alguém tem que pagar, que seja eu. Tire minha vida. Apenas deixe-o ir. Isso é o mínimo que posso fazer para retribuí-lo."
Graham correu e a puxou para ficar de pé, sua voz cheia de raiva e decepção-não dirigida a Marissa, mas a Claire. 
"Veja no que eu a transformei ao longo dos anos... Tão egoísta. Tão insensível. Nina era uma herdeira que ocupou o lugar de Claire por engano. Uma substituta temporária. Ela usou o nome Harrington para intimidar as pessoas por anos. Isso? Isso é apenas as consequências de suas ações."
Marissa balançou a cabeça suavemente. "Claire só fez isso por desespero para salvar a irmã. Por favor, não a culpe."
Graham soltou uma risada cruel. "Vou ser honesto com você, Claire, todo cirurgião capaz de operar já está naquela sala tentando salvar o pai de Marissa. Quanto a Nina? O único lugar para onde ela está indo é o necrotério."
Claire tremia de raiva, suas mãos cerradas tão firmemente que suas unhas perfuraram as palmas. Mas ela parecia completamente insensível à dor. 
"Eu não acredito por um segundo que nenhum médico em toda Westrington pode ajudá-la! Só espere e veja!"
Tirando os sapatos de salto, Claire correu descalça pelo corredor, correndo em direção ao necrotério do hospital. 
Por algum milagre, ela conseguiu alcançar a maca bem quando ela chegava à porta. 
Ela arrancou o lençol ensanguentado sem hesitar. 
Nina estava ensopada de sangue. O rosto outrora claro e bonito agora estava coberto de feridas profundas e cruzadas. 
A visão era de partir o coração. 
Mesmo assim, ela ainda forçou um sorriso gentil para Claire. 
"Não chore, Claire."
Nina levantou uma mão trêmula, tentando enxugar as lágrimas de Claire como costumava fazer. 
Claire segurou sua mão firmemente, desmoronando. "Você vai ficar bem. Vou conseguir que te transfiram para outro hospital. Alguém vai operar. Eu prometo!"
Mas a realidade veio como um balde de água fria. 
Todos os hospitais em Westrington a rejeitaram. Mesmo os poucos médicos com quem ela pensava ter boas relações responderam friamente: "Estamos sob ordens estritas de cima. Ninguém deve realizar cirurgia na Srta. Nina Harrington. Por favor, não torne isso mais difícil para nós. Honestamente, você estaria melhor implorando àquele seu irmão todo-poderoso."
Claire estava arrasada. Ela nunca imaginou que Graham poderia ser tão insensível. 
Ela tentou ligar para Gavin novamente, e novamente, mas ele nunca atendeu. 
De repente, Nina tossiu forte, sangue escorrendo de sua boca. 
Claire entrou em pânico. Uma mão tentou segurar Nina firme enquanto a outra pressionava a ferida sangrante, desesperada para estancar o sangramento. 
Lágrimas escorriam incontrolavelmente por seu rosto. "Por favor... apenas resista. Vou descobrir algo. Juro que vou salvá-la."
Nina lentamente balançou a cabeça, seus lábios pálidos se movendo como se tentasse dizer algo. 
Claire se inclinou, o ouvido quase tocando sua boca, finalmente conseguindo entender as palavras.