Depois daquele dia, sempre que Beatrixa o visitava na casa ao lado, a voz dele tinha um calor provocador. "Trabalhei tanto te ajudando com seus problemas, Bae. Que tal uma pequena recompensa para mim?"
Suas bochechas coraram quando ela concordou. Quando a paixão tomava conta, ele sempre beijava sua testa. "Bae, você é tão boa. Eu gosto muito de você."
Ele prometeu tornar pública a relação deles assim que ela entrasse para a universidade dele. 
Mas quando ela chegou à casa dele, segurando a carta de aceitação com entusiasmo, a voz descuidada e zombeteira dele a paralisou. "A única que me importa é Bailee. Beatrixa é só a garota vizinha. Se Bailee não tivesse passado o último ano fora como estudante de intercâmbio, e se Beatrixa não se parecesse um pouco com ela, eu nunca teria estado com alguém de corpo cheio como ela. Agora que Bailee está de volta, é hora de me livrar desse problema."
... 
Beatrixa ficou congelada do lado de fora da porta, sentiu um frio na espinha. 
"Quando você vai terminar com ela? Por que não a chama aqui antes de fazer isso e nos deixa provar um pouco?" um dos amigos dele disse. 
"Nunca experimentamos uma garota de corpo cheio. Dizem que elas são boas, agradáveis e macias."
Na sala de estar, os amigos de Maverick riam com sorrisos sugestivos. 
O coração de Beatrixa se afundou, seu estômago revirando com pavor. 
Ela sabia que deveria ir embora, bloquear o número de Maverick e nunca olhar para trás, mas seus pés pareciam enraizados no chão. 
Uma esperança tímida surgiu em seu coração, esperando que mesmo se Maverick não a amasse, ele não descesse tão baixo a ponto de oferecê-la aos amigos. 
A testa de Maverick franzia, sua expressão se obscurecia. "De jeito nenhum. Ela é muito apaixonada por mim. Ela nunca concordaria."
Um deles deu uma sugestão. "Deixe-a sem perceber o que está acontecendo."
O rosto de Maverick permaneceu frio, e ele não disse nada. 
Seus amigos trocaram olhares, seus olhos se estreitando. "Maverick, não me diga que você realmente gosta dessa garota de corpo cheio."
Beatrixa prendeu a respiração, uma fagulha de esperança surgindo em seu coração. 
Mas então, como um balde de água fria, as próximas palavras dele a esmagaram. 
"Não há como eu gostar dela," Maverick disse, sua voz carregada de desdém. "Ela tira notas ruins, é gorda, insegura e tímida. O que há para gostar? Se vocês querem se divertir, vão em frente. Eu vou chamá-la."
As palavras dele perfuraram o coração de Beatrixa como pedaços de gelo. 
Sua visão se turvou, e ela quase desabou. 
O garoto que ela amava secretamente há dez anos a via dessa forma. 
Até ontem, quando a beijou, ele a chamou de doce, dizendo que amava como ela era sensata e gentil. 
Agora, sua voz era fria e desgostosa, chamando-a de gorda, insegura e indigna de seu afeto. 
O telefone de Beatrixa estava no silencioso. Quando Maverick ligou, ela olhou para a tela, mas não atendeu. 
Ninguém dentro da casa notou que ela estava ali, do lado de fora da porta. 
A chamada não foi atendida e se desligou. Então, uma mensagem de Maverick apareceu. "Bae, você recebeu sua carta de aceitação? Venha para a minha casa. Tenho uma novidade para você."
Suas mãos e pés estavam gelados, lágrimas escorriam por suas bochechas e caíam no chão. 
Após um longo momento, ela enxugou os olhos, se virou e foi para casa. Com os olhos vermelhos de tanto chorar, falou com seus pais. "Mãe, pai, eu não quero ficar aqui para a universidade. Vou com vocês para estudar em Elda."