Quando ela teve problemas, ele sempre veio salvá-la. Naquela cidade estranha, ela passou uma noite louca com ele, um homem que acabara de conhecer. Depois de voltar para continuar sua vida normal, ela o encontrou novamente e descobriu o quão poderoso ele era. Eles vieram de dois mundos diferentes, mas ela não pôde deixar de se apaixonar por ele. No entanto, todos os doces momentos foram apenas uma armadilha dele. Desesperada demais e arrasada, ela decidiu partir. Mas inesperadamente, ele voltou para ela.
Na Cidade X, estava chovendo e as pessoas sonhavam com um tempo que costumava existir há mil anos atrás. Haviam lindos azulejos e corredores de madeira requintados. A vista era pitoresca e a vida era bastante simples.
Num bar, uma mulher cantava melodias lindas enquanto se posicionava no meio do palco. Assim que ela começou a cantar uma música romântica, todos no recinto ficaram encantados com a melodia, enquanto observavam as pessoas amadas.
Lucia Garcia estava sentada numa das mesas, quando um garçom trouxe o cardápio para ela. Depois de dar uma rápida olhada, ela pediu um drink, Long Island Iced Tea, que era uma bebida que ela já tinha o costume de beber.
Ela estava sentada sozinha na mesa, e por isso, muitos homens estavam de olho na sua figura. Mas a maioria deles, não queria apenas beber com ela. No entanto, ela sorriu para todos eles antes de tomar um gole do seu drink e se virou, os ignorando.
"Senhorita, este é um presente do cavalheiro que está sentado naquela mesa", o garçom disse sorrindo. Logo depois, colocou uma taça de vinho tinto na mesa da Lucia e se afastou.
Olhando para a mesa que o garçom havia apontado, Lucia viu um homem sentado perto da janela que tinha vista para o rio, e tudo indicava que ele estava sozinho.
Ele estava vestido com uma calça preta simples, e uma camisa azul. Os dois primeiros botões da sua gola estavam desabotoados, revelando seu peitoral bem definido. O seu cabelo estava bagunçado, mas isso dava um ar um tanto quanto sexy nele. Ao ver as suas longas pernas, Lucia imaginou que ele deveria ser alto.
Debaixo das luzes coloridas do lugar, as feições do rosto dele eram bastante nítidas. Ele era bonito. Com um nariz pontudo, lábios ligeiramente separados e uma leve covinha numa das bochechas que aparecia quando ele sorria. As suas sobrancelhas estavam escondidas pela sua franja bagunçada, mas os olhos estavam bastante visíveis, penetrantes tal qual o olhar de um falcão.
Quando a luz atingiu o seu rosto, Lucia percebeu os seus cílios. Eles eram longos e de fios grossos, de tal forma que fariam qualquer mulher sentir inveja.
Percebendo o olhar da Lucia, o homem a encarou de volta, levantando sua taça de vinho, na intenção de brindar com ela.
Lúcia respondeu com um sorriso lisonjeiro. Ela então pegou a sua taça de vinho, que o garçom havia acabado de deixar em sua mesa, e repetiu o gesto em direção ao homem antes de tomar um gole.
Naquele momento, um homem de meia idade, ligeiramente bêbado se aproximou da Lucia e colocou sua mão gordurosa no colo dela, acariciando sua perna. "Você se importaria em se juntar a nós para uma bebida, senhorita?"
"Tire a sua mão de mim!", Lucia disse friamente.
O homem estava usando uma corrente de ouro pesada e a sua barriga balançava na frente dela. O fedor de álcool do seu hálito estava tão forte, que qualquer pessoa que passasse por perto e sentisse iria ficar com vontade de vomitar.
Os bartenders estavam parados distantes, apenas observando, deixando bem óbvio que eles não tinham intenção alguma de interferir na situação.
"Ray, parece que essa mulher não quer você!"
Ray estava cercado por homens obscenos que arrotavam e faziam gestos enquanto encaram Lucia.
"Mas que besteira! Você tem que entender que mulheres como ela podem até parecer duronas por fora, mas na verdade elas são submissas em seus corações. Contanto que eu dê um pouco de dinheiro para ela, com certeza ela vai me deixar fazer o que quiser com ela na cama, e na verdade, vai até me implorar para eu foder ela!" O tom de voz que Ray disse essas palavras foi extremamente nojento, enquanto ele encarava Lucia com um desejo que queimava os olhos, e estava prestes a colocar a mão no peito dela.
Lucia não suportou ficar mais nem um instante lá, então ela rapidamente se levantou e estava prestes a sair.
"Planejando ir embora? De jeito nenhum! Eu tenho muitas habilidades, eu posso fazer sexo por sete vezes numa só noite. Você vai ficar bastante feliz e satisfeita! Portanto, me diga! Qual o seu preço por uma noite?", Ray perguntou num tom vulgar e desrespeitoso.
Os homens que estavam com ele também começaram a se esfregar nas coxas dela e a agarrar seu corpo. Alguns deles até mesmo tentaram beijar ela. Naquele momento, Lucia se sentiu como um cordeiro prestes a ser abatido, e quanto mais ela resistia, mais violentos eles ficavam com ela.
Os outros clientes do bar se afastaram da mesa dela, e o bartender não parecia estar nenhum pouco surpreso com a situação. Nenhum deles tentou ajudá-la ou sequer tentou impedir os homens.
Lucia lutou bastante, mas querendo ou não, ela era bem mais fraca do que aqueles homens, então ela não conseguiu se livrar deles. Até mesmo se ela conseguisse empurrar eles, seria praticamente impossível para ela sair correndo daquele bar.
Ela ficou cada vez mais nervosa, e tentou se acalmar respirando fundo, para que assim ela pudesse pensar numa saída lógica e segura daquela situação.
"Como você ousa colocar as suas mãos sujas na minha mulher?" Uma voz masculina e sexy surgiu do nada por trás dela. A voz dele passava uma sensação de indiferença e desdém.
O homem assistiu à cena enquanto ele casualmente se encostava na beirada da mesa, dando um gole na sua taça de vinho.
Depois disso, ele colocou a taça de lado, e caminhou em direção à gangue de homens.
"Maldito! Isso não é da sua conta, então se afaste! Como você ousa dizer que essa mulher é sua, sendo que eu estava esperando ela em minha cama?"
Ray deu uma cambaleada, mas os homens que estavam com ele ficaram em alerta, como se estivessem prontos para começar a brigar a qualquer momento.
O homem sorriu casualmente, e ignorou completamente a gangue. Ele bateu levemente na mesa com os seus longos dedos de forma rítmica.
"Você é um ninfeto? Bem, eu gosto de homens e mulheres, então que tal se nós três fizéssemos uma festinha?" O sorriso do Ray ficou ainda mais vulgar quando ele falou isso.
"Ahh! Quem diabos é você?" O sorriso do Ray desapareceu e a sua voz começou a tremer de medo do nada. Na verdade, o corpo inteiro dele começou a tremer. No momento seguinte, uma gota de suor escorreu da sua testa e caiu na mesa. Ele estava parecendo um palhaço.
Lucia finalmente se livrou das suas garras, no entanto, o homem que havia ajudado ela estava um pouco longe da gangue.
Com um olhar curioso, Lucia caminhou até ele.
Ao mesmo tempo, um homem vestido de preto ficou parado atrás do Ray e pressionava um objeto duro contra a sua cintura, fazendo com que ele ficasse apavorado.
'O que é aquilo?', Lucia se perguntou. Ela deu uma olhada para o homem bonito, que estava parado ao seu lado, como se procurasse por respostas.
"Você nunca ouviu falar daquele velho ditado? A curiosidade matou o gato." O homem parecia que tinha entendido o que Lucia estava prestes a perguntar. Ele a olhou com um sorriso, mostrando suas covinhas charmosas.
Lucia apenas encolheu os ombros e ficou calada.
"Você gosta de homens e mulheres, né? Bem, então por qual motivo não está movendo?", o homem bonito perguntou ao Ray com uma voz suave enquanto sorria.
Ele não disse muito depois disso, mas continuou sorrindo. No entanto, havia uma frieza em seus olhos que assustou os homens do Ray.
O homem de preto, que estava parado atrás do Ray manteve a sua postura, e não mexeu um músculo sequer.
Até o guarda costas do Ray estava assustado. O tempo todo, o homem de preto ficou parado sem demonstrar uma expressão sequer no rosto, e permaneceu calmo.
"Eu... eu...", tremendo de medo, Ray não conseguiu concluir uma frase sequer. Ele estava sendo arrogante e prepotente há alguns minutos atrás, mas agora, de repente, ele estava se mijando de medo.
A cabeça dele latejava enquanto ele caía devagar, ajoelhando-se na frente do homem bonito.
"Desculpe... eu sinto muito! Eu vou sair daqui imediatamente!" Antes que o homem pudesse sequer dizer alguma coisa, Ray fugiu do bar correndo, deixando para trás Lucia de boca aberta, sem entender nada.
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