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Entre Beijos e Segredos: A Amante do CEO

Entre Beijos e Segredos: A Amante do CEO

5.0
5 Capítulo
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Isadora sempre viveu uma vida simples. Bibliotecária por vocação e romântica incurável, ela jamais imaginou que sua rotina pacata seria virada de cabeça para baixo ao cruzar o caminho de Leonardo Avelar, o irresistível e enigmático CEO da Avelar Group - um império de luxo e poder. O que começa com encontros furtivos em hotéis de luxo, mensagens à meia-noite e jantares sob olhares discretos, logo se transforma em uma ligação impossível de negar. Isadora é a amante de um homem comprometido, poderoso e perigosamente encantador. Mas o que parecia ser apenas uma paixão proibida, revela sentimentos que nenhum dos dois pode mais esconder... nem controlar. Dividida entre a culpa e o desejo, entre os limites da razão e os sussurros do coração, Isadora precisa decidir até onde está disposta a ir por um amor que não deveria existir - ou será que o destino está apenas esperando o momento certo para virar o jogo? Em um mundo de aparências, status e segredos corporativos, o amor pode sobreviver às regras que o dinheiro impõe? Descubra em uma história intensa, romântica e arrebatadora sobre escolhas, riscos e o poder dos sentimentos.

Índice

Capítulo 1 O Primeiro Olhar Que Queimou

A chuva caía fina sobre os vidros da livraria naquele fim de tarde. Era como se o mundo lá fora chorasse de leve, cansado da pressa e do concreto. Dentro da "Livros & Essências", o som das gotas misturava-se ao leve sussurro das páginas sendo folheadas e ao aroma persistente de café recém-passado com baunilha. Aquele era o refúgio de Isadora - sua trincheira silenciosa contra a agitação da cidade e a monotonia da própria vida.

Ela estava sentada atrás do balcão, os cabelos castanhos presos num coque desalinhado, com alguns fios escapando teimosamente. Os óculos escorregavam levemente pelo nariz enquanto seus olhos percorriam um velho exemplar de "As Horas", de Michael Cunningham, um de seus favoritos. Vestia uma camisa bege de linho arregaçada nos cotovelos e uma calça jeans escura - nada demais, mas em Isadora, tudo parecia ter sido costurado com charme discreto.

Ela não esperava que aquele dia fosse diferente dos outros.

Até ele entrar.

O som da porta se abrindo com o toque do sino não foi novidade, mas a presença que atravessou a soleira fez o ar mudar dentro da livraria. Isadora ergueu os olhos e, por um segundo, não soube se estava vendo alguém real ou uma miragem polida vinda de algum romance estrangeiro.

Alto. Impecavelmente vestido com um terno cinza grafite que caía como seda sobre os ombros largos. Cabelos escuros penteados com precisão, olhos que pareciam carregados de tempestades e mistérios. Ele tinha uma expressão contida, uma elegância natural de quem não precisava se esforçar para ser notado. E mesmo assim, cada centímetro daquele homem dizia "poder". Dominava o espaço com sua simples presença.

Ele olhou em volta e caminhou direto até a sessão de economia. Nenhuma saudação, nenhum sorriso. Apenas o som firme dos sapatos italianos sobre o piso de madeira antiga.

Isadora tentou voltar ao livro. Em vão. Algo naquele homem fazia seu coração pulsar mais rápido. Não era apenas a beleza - era o silêncio perigoso que ele carregava. Como se estivesse acostumado a segredos, decisões graves, salas fechadas com paredes de vidro e contratos milionários.

Minutos depois, ele aproximou-se do balcão com um livro de economia comportamental na mão e a voz baixa, mas firme:

- É um bom autor?

Isadora demorou um segundo para responder, hipnotizada pelo tom rouco e profundo. Parecia que cada palavra vinha de um lugar íntimo demais para ser exposto à luz do dia.

- É... é excelente - ela disse, um pouco sem graça. - Ele conecta teoria com casos práticos de forma bem direta. Especialmente se você lida com comportamento de consumo...

Ele arqueou uma sobrancelha. Sorriu - e o mundo dela vacilou um pouco.

- Interessante. Trabalho exatamente com isso.

- Ah... você é... psicólogo?

Ele riu brevemente, um som abafado e contido, como se risos fossem um luxo.

- Empresário. Mas talvez devesse ser psicólogo também, pelo tanto que analiso gente.

Ela assentiu, tentando manter a compostura. Ele estendeu a mão.

- Leonardo. Leonardo Avelar.

O nome ecoou como trovão no peito dela. Ela já ouvira aquele nome. Era o CEO da Avelar Group, um dos maiores grupos de investimentos e luxo da América Latina. Havia saído em capas de revistas. Matérias sobre fusões, aquisições, eventos exclusivos com champanhes franceses e cifras milionárias. Era ele. O CEO.

Isadora apertou a mão dele, sentindo a pele quente e firme contra a sua.

- Isadora.

Ele segurou a mão dela por um segundo a mais do que o necessário. Como se quisesse guardar o nome. Como se o gosto daquela troca silenciosa fosse mais interessante que o livro nas mãos.

- Belo nome.

Ela sorriu, mas desviou os olhos. O rubor em sua pele a traiu. Ele era perigoso, pensou. Um homem assim não entra numa livraria de bairro por acaso. E não olha para uma mulher como ela daquele jeito - a não ser que queira alguma coisa.

- Você é dona daqui? - ele perguntou, olhando em volta com um ar curioso e genuíno.

- Gerente. Mas é quase a mesma coisa - ela respondeu. - Estou aqui há sete anos.

- Então você ama livros.

- Mais do que pessoas, às vezes.

Leonardo sorriu de novo. E dessa vez, o sorriso ficou.

- Talvez devêssemos conversar mais sobre isso. Você tem alguma indicação pessoal?

Ela hesitou. Queria indicar um título técnico, mas algo nela se rebelou.

- Eu indicaria "O Amante", de Marguerite Duras. É sutil, sensual e... verdadeiro. Fala de paixões escondidas. Daquilo que não pode ser nomeado em voz alta.

Ele ficou em silêncio por um instante, observando-a de maneira mais intensa.

- Perfeito. Vou levar esse também.

Ela caminhou até a estante com ele ao lado, sentindo a tensão elétrica do espaço entre seus corpos. Enquanto buscava o livro, percebeu o perfume dele - amadeirado, com um fundo de couro e especiarias - e sentiu-se tragada por um campo invisível.

Ele pegou o livro das mãos dela. Tocou de leve seus dedos. E disse:

- Gosto de coisas verdadeiras.

Ela não respondeu.

Ele pagou. Agradeceu com um aceno discreto e saiu, deixando atrás de si um perfume e uma inquietação que parecia ter se entranhado nos poros dela.

Isadora ficou parada por longos segundos. Com o coração acelerado, ela levou os dedos ao rosto, ainda quente. E então, num impulso, correu até a janela. Viu quando ele entrou num carro preto, com vidros escuros. E se foi.

Mas algo havia ficado.

Nos dias seguintes, Leonardo voltou.

Sempre no final da tarde. Sempre impecável. Às vezes com livros, outras apenas com olhares e perguntas. Ele nunca cruzava nenhuma linha, mas deixava a promessa pairando no ar. Conversavam sobre literatura, filosofia, arte, política. Era como se o tempo ganhasse outra dimensão ao lado dele. Cada silêncio era mais denso que palavras.

Em pouco tempo, ele já sabia que Isadora amava jazz, que colecionava cartas antigas, que dormia com a janela aberta mesmo em noites frias e que tinha medo de altura. E ela, por sua vez, descobriu que Leonardo era casado com uma mulher que aparecia pouco em público - uma socialite fria e estrategista chamada Beatriz. O tipo de mulher que combina com o topo de um império, mas talvez não com os silêncios de Leonardo.

Ele nunca falava sobre o casamento. Mas os olhos dele diziam mais do que qualquer confissão.

Foi numa noite de sábado, com a livraria já fechada, que o impensável aconteceu.

Isadora ainda organizava os livros quando ouviu batidas suaves na porta de vidro. Era ele. Sem terno, pela primeira vez. Usava uma camisa branca e jeans escuro. O cabelo um pouco desalinhado pela chuva. Um homem que parecia ter deixado o trono para caminhar descalço pelo mundo real.

- Esqueci um livro... ou talvez uma conversa - disse, com um sorriso tímido.

Ela hesitou. A chave ainda estava na porta. O coração dela batia como uma martelada.

- Entre - sussurrou.

Ele entrou. E naquele instante, algo mudou para sempre.

A conversa foi leve no começo. Depois intensa. Depois muda. Os olhos diziam mais que palavras. As mãos se tocaram. O silêncio gritou. E o beijo aconteceu. Lento. Profundo. Carregado de tudo que fora contido por tempo demais.

Ele a encostou na estante, os livros ao redor como testemunhas silenciosas. E tudo que ela conhecia como certo desabou naquele beijo.

Foi ali que ela entendeu que estava se apaixonando por um homem que não era dela. Um homem que tinha o mundo - e escolhia, mesmo que só por algumas horas, estar com ela.

E ela... escolhia se perder.

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