Estava grávida de oito meses, mas a minha paz era constantemente perturbada pela presença da amiga de infância do meu marido, Sofia. Miguel, o meu marido, colocava sempre as "emergências" dela acima de tudo, ignorando-me. Quando as dores de parto prematuro começaram, ele ignorou os meus apelos. Escolheu ir ajudar Sofia por uma chave partida na fechadura, um falso alarme. Cheguei ao hospital sozinha, com a alma em pedaços e o coração a gritar por um divórcio. O médico avisou que o stress poderia induzir outro parto prematuro, mas Sofia não parou. Uma semana depois, um telefonema dela, cheio de malícia, provocou as segundas e verdadeiras contrações. Miguel novamente me abandonou, correndo para um suposto incêndio no prédio de Sofia. Dei à luz sozinha, apenas com a minha mãe ao meu lado, a dor maior era a da sua ausência. Quando Miguel finalmente chegou ao hospital, a enfermeira desmascarou a sua mentira. O "incêndio dramático" não passava de uma torrada queimada. Ali, com o nosso filho nos meus braços, a sua completa falta de caráter ficou exposta. Foi o ponto final. Eu não queria mais um homem que escolhia as fantasias de uma amiga em vez da sua família. Decidi que era a altura de levantar-me das cinzas, proteger o meu filho, Tiago, e a mim mesma. O divórcio não seria o fim, mas sim um novo começo, uma catarse.