Eu tinha investido os 300.000 € da herança da minha avó na nossa conta empresarial, o alicerce do meu futuro com o Leo. Um extrato bancário confirmou o impensável: 280.000 € desapareceram, transferidos pelo meu marido, Leo, para a sua "melhor amiga" Camila. A sua justificação? "A Camila precisava." Simples assim. Como se a minha segurança, o meu futuro, fossem uma trivialidade. Tentar confrontá-lo foi inútil. Os seus pais, os meus sogros, ligaram. Não para me apoiar, mas para me acusar de ganância e egoísmo. "Ela é frágil, tu és forte," disseram, como se ser forte justificasse toda a exploração. Num ápice, a minha vida virou-se do avesso. O homem que amava revelou-se um estranho. Um ladrão que trocou a minha segurança pela "lealdade" a outra mulher. Porquê eu? Como puderam todos conspirar assim contra mim, fazendo-me sentir a vilã? O que faria eu, agora sem um cêntimo e com a confiança estilhaçada? As lágrimas secaram, dando lugar a uma raiva fria. "Quero o divórcio," disse eu. Esta não seria uma derrota silenciosa. Eu lutaria pelo que era meu. Contra todas as mentiras e traições. E eu iria vencer.