Isabella era filha do duque de Montclair, uma jovem de linhagem nobre, prometida desde a infância ao príncipe Edmond de Arendelle. Seu destino estava selado antes de nascer, e ela nunca teve o direito de questioná-lo. Cresceu entre luxos, vestidos de seda e protocolos rígidos, aprendendo que seu dever era obedecer sem hesitar. Mas tudo mudou no dia em que conheceu Alejandro.
Ele era um simples cavaleiro, um homem sem títulos nem riquezas, mas com um espírito indomável. Era o capitão da guarda real, um homem leal ao reino, valente na batalha e com um olhar que desafiava o mundo. Desde o primeiro momento em que seus caminhos se cruzaram, Isabella sentiu que algo dentro dela despertava.
No início, foram apenas olhares furtivos pelos corredores do castelo. Depois, palavras roubadas na penumbra dos jardins. A cada encontro, a tensão entre eles se tornava mais insuportável. Isabella sabia que estava brincando com fogo, mas não conseguia parar.
Uma noite, quando toda a corte estava celebrando um baile em homenagem à aliança entre Montclair e Arendelle, Isabella escapou do salão com o coração disparado. Não suportava a ideia de que sua vida estava prestes a ser entregue a um homem que ela mal conhecia.
Ela se refugiou no invernadeiro, onde o aroma das rosas impregnava o ar, e lá o encontrou. Alejandro estava de pé, com sua espada na cintura e o olhar fixo nela.
- Não deveria estar aqui - murmurou ele, mas não fez esforço para se afastar.
- Nem você - respondeu Isabella, aproximando-se.
Por um instante, o mundo se resumiu à distância que os separava. Alejandro levantou a mão e suavemente afastou uma mecha de cabelo do rosto de Isabella. Seus dedos tocaram sua pele com uma ternura que a fez estremecer.
- Sabe que isso é impossível - disse ele, com a voz carregada de emoção contida.
- Sei - sussurrou ela -, mas não consigo evitar.
E então, como se o destino zombasse deles, ouviram passos se aproximando. Isabella recuou imediatamente, e Alejandro colocou a mão no pomo de sua espada. Antes que alguém os descobrisse, ele se inclinou e sussurrou em seu ouvido:
- Nos veremos na floresta, ao amanhecer.
Naquela noite, Isabella mal conseguiu dormir. A ideia de se encontrar com Alejandro longe das muralhas do castelo era um risco enorme, mas seu coração dizia que ela deveria ir.
Quando os primeiros raios de sol iluminaram o horizonte, Isabella montou seu cavalo e cavalgou secretamente até o clareira onde Alejandro a esperava. Ele usava sua armadura, mas não trazia sua habitual expressão severa. Em seu olhar havia algo mais: esperança.
Sem dizer uma palavra, ele a atraiu para si e a beijou. Foi um beijo desesperado, cheio de desejos reprimidos e promessas não ditas. Pela primeira vez em sua vida, Isabella sentiu que era livre.
Mas a felicidade foi efêmera.
Ao longe, ouviu-se o som de cascos se aproximando. Um grupo de soldados apareceu entre as árvores, com o príncipe Edmond à frente.
- Traição! - bradou ele, com o rosto vermelho de raiva.
Os soldados cercaram Isabella e Alejandro. O capitão da guarda desembainhou sua espada, mas Isabella se colocou entre ele e os soldados.
- Não! - gritou. - Deixem-no ir!
- Você o defende? - Edmond a olhou com desprezo. - Você me pertence, Isabella!
- Não sou uma posse - replicou ela, com firmeza.
Edmond apertou os dentes, mas não pôde fazer nada naquele momento. A honra lhe impedia de derramar sangue na presença de sua prometida.
- Você vai pagar caro - avisou a Alejandro antes de dar meia-volta.
Sabiam que não havia tempo. Alejandro precisava fugir, mas Isabella não podia segui-lo.
- Não importa o quanto nos separem - sussurrou Alejandro, segurando suas mãos. - Sempre voltarei por você.
Com lágrimas nos olhos, Isabella o viu desaparecer entre as árvores.
A partir daquele dia, sua vida se tornou uma prisão. Foi trancada em seus aposentos até que Edmond decidisse o momento em que o casamento aconteceria. Mas em seu coração, Isabella nunca perdeu a esperança.
E numa noite, quando o castelo dormia, uma sombra deslizou até sua janela.
- Pronta para escapar? - sussurrou Alejandro com um sorriso.
Isabella não hesitou. Se jogou nos braços dele, deixando para trás sua antiga vida.
Juntos, cavalgavam em direção à liberdade, desafiando o destino e a sociedade que os queria separados. Porque seu amor, embora proibido, era mais forte do que qualquer barreira.