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Uma dose de amor e o coração de um CEO, por favor

Uma dose de amor e o coração de um CEO, por favor

4.8
165 Capítulo
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Sinopse

Índice

Maria Eduarda Montez Deocca desperta de um coma de quase um ano para descobrir que foi abandonada por todos durante este tempo. Determinada a surpreender o marido, a quem dedicou sua vida, se depara com uma chocante revelação: talvez por anos tenha sido enganada por ele e sua melhor amiga, uma das pessoas em quem mais confiava. Sentindo-se sozinha e fragilizada, decide ir a um bar para afogar as mágoas, achando que beber uma dose de amor próprio seria a cura para seu coração partido. Disposta a se vingar do marido, Maria Eduarda dorme com o primeiro homem que encontra. Só não esperava que aquele encontro inesperado fosse mudar seu destino. Afinal, aquele estranho CEO cheio de segredos e dono dos mais belos olhos que já vira era sua salvação ou seria sua ruína? Ela aceitaria ser “a outra”, mesmo constatando o quanto aquilo doía? Em meio a uma trama de conspirações que levaram à ruína financeira e emocional de seu avô, Maria Eduarda se encontra num impasse entre vingar-se de todos ou aproveitar a segunda chance que a vida lhe deu e tentar ser feliz. Em um cenário de mentiras, intrigas e ambições, ela descobre que, mesmo em meio ao caos, o amor verdadeiro e a amizade genuína podem surgir das situações mais improváveis.

Capítulo 1 E Andress

Eu ouvia um som contínuo, que parecia dentro do meu cérebro. Queria abrir os olhos, mas não conseguia. Minhas pálpebras pareciam com dificuldade de se movimentarem. Num grande esforço, enfim, abri os olhos. A claridade me perturbou profundamente.

Várias pessoas correram na minha direção, falando coisas que eu não conseguia entender. Todos usavam roupas azuis e os cabelos cobertos por toucas do mesmo tecido.

— Chamem a doutora Adams... A encontrem, onde quer que esteja — uma das mulheres ordenou.

Comecei a me remexer e percebi que haviam várias espécies de fios que me impediam de movimentar-me.

Tentei identificar onde estava, mas minha cabeça continuava estranha... E eu não conseguia conectar os pensamentos direito.

— Batimentos normais... Pressão normalizada. — Ouvi uma das mulheres ao meu lado falando enquanto observava as máquinas que brilhavam e faziam sons estridentes que era como se vivessem dentro do meu cérebro.

Consegui movimentar a cabeça para o lado e identifiquei o ambiente em que estava: um hospital.

O que eu fazia num hospital? O que teria acontecido?

Uma mulher se aproximou rapidamente, fazendo com que todos se afastassem. Verificou novamente todos os meus sinais e perguntou:

— Consegue me ouvir, senhora Montez Deocca?

“Montez Deocca”... Imediatamente lembrei de Andress. E fiquei ainda mais confusa:

— Casei com Andress? — questionei, achando estranho o som da minha própria voz.

— Andress Montez Deocca? — A voz dela foi gentil e veio acompanhada de um sorriso: — Sim, ele é o seu marido.

Sorri ao lembrar de Andress. Eu talvez não conseguisse recordar do nosso casamento, mas na minha mente era vívido o momento em que ele pediu minha mão, quando eu ainda tinha 9 anos de idade, na praça de alimentação do Shopping.

— Pode me dizer como se sente, senhora Montez Deocca?

— Eu... Me sinto bem — afirmei —, mas um pouco confusa... Como se minha mente não conseguisse recordar muita coisa. Como vim parar aqui?

A doutora virou-se e falou com alguém:

— Os sinais vitais estão perfeitamente bem. Marquem todos os exames necessários e assim que estiverem prontos, quero ela num quarto sozinha.

— Pode deixar, doutora.

— Lembra de alguma coisa? — Ela quis saber.

Balancei a cabeça negativamente:

— Só lembro de Andress... Seu cheiro, seu gosto, sua pele...

— Certamente irá lembrando aos poucos de outras coisas, não se preocupe. É normal esta confusão.

— O que aconteceu?

— Você acordou de um coma profundo.

Olhei ao redor novamente, sentindo o cheiro de produtos de limpeza misturado com álcool, característico de áreas hospitalares.

— Um coma? — Parece que minha mente ficou ainda mais perturbada.

— Sei que quer saber muitas coisas, senhora Montez Deocca. E é normal. Acontece que primeiramente precisamos verificar como está de fato e se houve alguma sequela. Depois iremos focar na sua memória. — Tocou minha mão de forma carinhosa. — Estarei aqui para o que precisar. Meu plantão estava acabando – sorriu —, mas estamos juntas há praticamente um ano. Então eu não perderia o seu despertar por nada neste mundo. Só irei para casa quando me certificar de que não teve nenhuma lesão ou dano permanente... Porque a forma como acordou é quase inexplicável.

A mulher estava saindo quando peguei sua mão, sentindo a pele levemente ressecada:

— Como se chama?

— Sou a doutora Adams, neurocirurgiã. Mas pode me chamar de Verbena... — Com a mão livre usou um dos dedos para acariciar minha testa. — Estou muito feliz por você estar de volta.

— Obrigada.

Ela retirou minha mão lentamente da sua e estava saindo quando perguntei:

— E Andress?

Pareceu um pouco hesitante ao responder:

— Como eu disse, primeiramente vamos aos exames.

— Ele... Está bem, não é mesmo?

— Sim, Andress Montez Deocca está bem — confirmou, fazendo com que meu coração sentisse um alívio absurdo.

Fechei os olhos, mesmo com dificuldade devido à claridade que ainda me perturbava. E na minha mente só aparecia a imagem de Andress... O rosto lisinho, os olhos claros, geralmente combinando com as roupas azuis, sua cor preferida. Os cabelos sempre limpos e bem penteados, de um castanho claro comum, mas que nele parecia especial, como se ninguém ficasse mais perfeito naquele tom. Os lábios de meu Andress eram macios e seus beijos doces e gentis.

Ainda sem muita noção de tempo, fosse por contagem de horas ou mesmo dias, me vi fazendo inúmeros exames, os quais alguns nem sabia que existiam.

A doutora Verbena Adams todos os dias vinha me ver. Logo passei a receber a visita de uma Psicóloga e outros médicos especialistas. Cada um cuidava de uma parte de mim: cérebro, corpo, órgãos internos... E parecia que tudo estava bem, exceto minha mente, que não me trazia nada além de Andress.

Fui transferida para um quarto e assim que me encontrei sozinha no ambiente, sentei-me sozinha pela primeira vez, sem necessitar de ajuda de ninguém. E não senti cansaço. Apenas orgulho de mim mesma.

Comi a primeira refeição normal e cheguei à conclusão de que eu poderia repetir, pois ainda sentia fome, o que me foi negado. “Ir aos poucos” foi a ordem da nutricionista.

Estava sentada, olhando para a parede branca gigantesca enquanto imagens começaram a tomar minha mente.

A porta se abriu e a doutora Verbena entrou, com aquele sorriso radiante de sempre.

Ela era negra, alta e os lábios carnudos sempre estavam abertos num sorriso contagiante que mostrava os dentes brancos completamente alinhados. Apesar do odor do hospital, eu conseguia sentir o cheiro dela. E não era de perfume. Era sabonete floral, com notas que lembravam jasmim. E mesmo tendo a certeza absoluta de que nunca vi aquela mulher na vida, era como se eu tivesse sentido o cheiro dela a vida inteira.

— Como se sente?

— Bem... Muito bem.

— Já se passou uma semana.

Estreitei os olhos, confusa:

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