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A prima

A prima

5.0
3 Capítulo
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Sinopse

Índice

Juliene acha ter encontrado o amor da sua vida, ela só não contava que esse rapaz era seu primo perdido.

Capítulo 1 O Rapaz da feira

Às vezes só queria entender o porquê do destino prega tantas peças na gente . Me pego pensando o porquê de tantas pessoas entrarem nas nossas vidas e depois simplesmente saírem . Me pergunto por que tantas feridas, cicatrizes e marcas. Só queria um amor leve, daqueles que trazem a paz e afastam as tempestades . Um amor que me tira o sono, mas me faz viver um sonho , um romance tipo os de conto de fadas , só que sem a parte da bruxaria e das maldades. Será que é querer demais?

Recentemente fui à feira comprar umas verduras que minha mãe havia pedido para fazer um jantar para a irmã de meu pai que havia de chegar a noite da capital , nunca lhe vi antes , mas meu pai sempre contava histórias de sua infância juntos. Estava ansiosa para conhecê-la , então fui logo à feira pra vê se às horas passavam mais rápido. Lá estava eu a caminho da banca de dona Joana , quando de repente me deparo com um belo rapaz a me olhar. Ele era alto , tinha olhos claros , um sorriso tímido, mas muito cativante , uma pele clara e cabelos amarelados. Ele estava a me olhar de uma forma tão intensa, que parecia me conhecer de algum lugar. Mas de onde seria ? Será que não me lembro de o ter visto antes em outro lugar? Acho que não seria capaz de esquecer um rosto tão cativante como aquele. Mesmo intrigada com o que havia acabado de acontecer, segui meu caminho para a banca e na minha cabeça só conseguia enxergar aqueles olhos castanhos claros , meio tom de mel com terra que com um simples olhar conseguiu tocar minha alma.

Já eram seis horas da tarde, meu pai tinha acabado de sair pra buscar minha tia na rodoviária , quando minha mãe me pediu para arrumar a mesa para o jantar e me pediu também para arrumar o outro quarto de hóspedes. Intrigada e confusa perguntei a minha mãe:

— Mas eu já arrumei um quarto. Para quem será o outro?

— Para o filho mais novo de sua tia , o seu primo Lorenzo. Ele estava em Londres e voltou hoje mais cedo para a cidade, ele passará o verão conosco, depois irá para Paris trabalhar. Me respondeu em tom ofegante correndo para um lado e para outro,quase ordenando para que tivesse pressa , pois estavam quase chegando.

Terminei de arrumar a mesa e o quarto , então fui me aprontar para recebê-los. Coloquei o meu melhor vestido e borrifei em meu pescoço um pouco do perfume francês que tinha pegado escondido do guarda-roupas da minha mãe , coloquei até um par de brincos de rubi vermelho que raramente usava , só para poder combinar com o meu vestido de cetim.

Estava morrendo de curiosidade de conhecer a tal tia da capital que meu pai tanto fala , quando ouvi o barulho do carro do meu pai chegar no portão , levantei a barra do meu vestido rodado e desci a escada correndo para chegar o mais rápido possível na sala. Ao chegar lá me deparo com uma linda mulher em pé no meio da sala , com um belo vestido preto , colar de pérolas que combinava com seus brincos , cabelo longo e cacheado, lábios rosados , pele morena e olhos claros. Mas seu filho não estava na sala então cheguei de mansinho perto da minha mãe e sussurrei:

— Onde está o filho dela , o garoto que a senhora falou que também viria?

Minha tia respondeu : — Meu filho está terminando de buscar nossas malas no carro. Ele já está vindo, não se preocupe. Aliás você deve ser à Juliene , minha sobrinha na qual ouvir falar tanto.

— Sim , sou eu. Respondi em um tom envergonhado .

Depois disso, minha tia subiu para se preparar para o jantar e minha mãe foi junto para ajudar ela a se instalar no quarto onde ficará. Enquanto isso fiquei na sala a esperar do meu primo mistério e suas malas. Quando enfim ele bateu em nossa porta , ao abrir me deparo com uma grande surpresa , o meu primo misterioso era nada mais que o garoto da feira , o tal rapaz que não saía da minha cabeça. Ali estava de frente pra porta paralisada e sem acreditar que o meu primo e o garoto do rosto deslumbrante que me olhou na ida às compras eram a mesma pessoa.

—Você deve ser a Juliene , não é mesmo? Prazer , sou o Lorenzo. Será que poderia me dar licença para colocar as malas para dentro ?

— Juliene?

— Sim , Sim , sou a Juliene , me desculpe, pode entrar. Respondi ainda muito surpresa e envergonhada com tal situação.

— Não precisa se desculpar. Também sou um pouco distraído às vezes. Falou olhando pra mim com aquele sorriso bobo e meu coração começou a palpitar de repente .

Chegou a hora do jantar e estávamos todos sentados na mesa conversando, mas não conseguia tirar meus olhos dele. Não conseguia parar de pensar no tamanho da coincidência que tinha me acontecido , o garoto que achei que nunca mais ia vê está sentado na mesa de jantar da minha casa , com minha família. Na minha casa, com minha família, isso não pode ser real . Não que esteja achando ruim , só é muito intrigante achar que tudo isso está acontecendo por acaso. Estou prestes a surtar , então inventei uma desculpa para subir para o meu quarto.

No dia seguinte , acordei bem cedinho como já era costume, olhei pela janela e vejo Lorenzo correndo na rua, ele estava sem camisa e dava pra vê o suor escorrendo pelo o seu abdome , achei que ainda estava dormindo e era um sonho , mas esfreguei meus olhos e ele ainda continuava lá em meio ao nascer do sol que estava a deixar seu rosto meio alaranjado e a brisa do amanhecer batendo em seu cabelo fazia me sentir como uma daquelas donzelas das novelas de rádio que minha mãe gosta de ouvir , que ficam a admirar o seu amado escondido.

Mais tarde, todos os meus amigos iam para o parque se reunir, pelo menos era isso que a gente falava para os nossos pais , afinal, na verdade íamos nos embriagar na beira de um lago que fica perto do parque. Eu estava quase saindo quando minha mãe me pediu para levar Lorenzo pra conhecer meus amigos. Ela diz: — Juliene acredito que seja bom para seu primo conhecer algumas pessoas na cidade , afinal, irá passar o verão inteiro conosco. Então apenas fiz sinal com minha cabeça como quem concorda e sai pela porta , meu primo me acompanhou . Durante grande parte do caminho ficamos em silêncio , ele parecia não dar a mínima para me conhecer, como fosse invisível , me tratava com um olhar de indiferença , o que havia acontecido com aquele olhar intenso que me deu naquele dia antes de nos vermos na minha casa?

Chegamos ao lago e não havia me dito uma palavra , estava indignada com a sua completa indiferença. Porém, não falei nada, apenas me juntei a meus amigos. Lá estavam Elen, Gabriel , Alice e Daniel , começamos a beber e depois de um tempo Alice minha melhor amiga que já estava um pouco bêbada, começou a falar sem parar de tudo que a gente fez no tempo do colégio , como ela e o Gabriel eram um casal incrível e pra meu azar, acabou falando sobre o fato de ter me apaixonado por um garoto, na qual só tinha visto uma vez na feira. Nesta hora Lorenzo me olhou com um olhar meio constrangido. Então achei melhor ir pra casa.

A noite quando havia chegado do parque fui direto para o banho , ao entrar em meu quarto, ainda de toalha, me deparo com Lorenzo sentado em minha cama. Levei um susto , consequentemente fechei a porta para que ninguém pudesse nos ver . Lorenzo me pediu para sentar do seu lado , então fui até a cama e me sentei de frente para ele , mesmo sem entender o que estava fazendo ali. Com um olhar confuso e meio distante, olhava no fundo dos meus olhos, aparentemente um pouco nervoso. O Silêncio ecoava dentro daquelas quatro paredes , cansada de esperar uma reação sua, decide perguntar o porquê de está em meu quarto. Nessa hora sem excitação pôs a mão em minha coxa pressionando levemente , levando sua outra mão em direção ao meu pescoço, como se fosse me beijar . Mas de repente , olhou em meus olhos e pronunciou a seguinte frase , "Não posso fazer isso , talvez não agora , me desculpa Juli". E como a brisa daquela madrugada saiu rapidamente do meu quarto.

As folhas estavam caindo e o clima esquentando, infelizmente, só do lado de fora da casa, aqui dentro o clima estava cada vez mais frio. Lorenzo e eu morando na mesma casa, mas era como se vivêssemos em continentes diferentes. Evitávamos nos encontrar e quando nos encontrávamos, evitamos nos olhar, mesmo sabendo que o meu olhar insiste em procurar o dele, mesmo sabendo que minha pele anseia pelo seu toque e meus lábios só desejam os seus beijos. Insatisfeita com a situação caminhei até o outro lado da sala, onde estava a me olhar disfarçadamente com aqueles lindos olhos, dando um leve sorriso, enquanto segurava uma taça de vinho dose anos e simplesmente te perguntei em tom de raiva e desespero: —Por quê você fez isso comigo Lorenzo? Por quê me deu esperança e depois simplesmente sumiu? Por quê está agindo assim comigo? Te suplico, por favor só me explique o por quê de não ter me beijado.

—Juliene, você está bem? —Mãe

— Estou bem, Mãe — Esta era eu respondendo depois de volta de um pequeno momento de delírio, enquanto olhava para o outro lado da sala que estava vazia.

Minha mãe estava começando a perceber que não estava muito bem, foi então que ela resolveu me deixar dar uma festa para todos os meus amigos e pediu para que Lorenzo me ajudasse com os preparativos, afinal, precisaria sai da cidade a trabalho, junto com meu pai e minha tia , mas sabia que podia confia em mim e que não aconteceria nada de errado naquela festa.

No dia seguinte, faltando dois dias para festa, era para não querer planejar nada ao lado dele, porém, mesmo com toda a confusão que tinha causado na minha cabeça, algo dentro de mim estava um pouquinho feliz por estamos fazendo alguma coisa juntos. Decide ir até o quarto onde estava para que pudéssemos começar organizar tudo. Quando abri a porta me deparei com outra garota sentada em sua cama, ambos aos risos , vestida com sua camisa, aquela maldita camisa preta que adorava te vê vestido. Sentir as lágrimas escorrerem do meu rosto, mas por quê estava chorando, quase não o conhecia, quase não nos falamos isso está certo?

No dia seguinte, pensando no que tinha visto, resolvi dar continuidade ao plano de fazer uma festa, só que não seria mais qualquer festa, seria a maior e melhor festa que já teria acontecido naquela cidadezinha. Chamei todas as minhas amigas para ajudarem a organizar, convidamos todos os jovens da cidade e compramos o máximo de álcool possível. Chegada a hora da festa, coloquei a minha roupa mais sexy, o meu batom mais vermelho e o meu melhor perfume.

As pessoas estavam chegando e a casa rapidamente se encheu , junto com a multidão estava Davis um garoto alto, dos olhos castanhos e cabelo médio e ondulado que havia estudado comigo no fundamental e não o via fazia três anos, todos no colégio diziam que a gente era um lindo casal e que com certeza devíamos ficar juntos, Davis sempre deixou claro que gostava de mim, mesmo não sendo recíproco. Lembro como se tivesse sido hoje, o dia em que me deu um buquê de flores com várias orquídeas e cartinhas feitas a mão, só porque havia dito que ninguém nunca me amaria tanto ao ponto de fazer algo assim por mim, me lembro também do dia que perdeu aula só pra ficar comigo, após meu cachorro ter morrido, até hoje não consegui entender o porquê de não ter o amado. Mas quando o vi entrando naquela festa me veio todas aquelas lembranças e não exitei em ir em sua direção e parei em seus braços sendo recebida por um abraço, daquele momento até o meio da festa conversamos sobre como estava sua vida na Europa, como estava sua faculdade e como ele tinha conhecido o grande amor da sua vida de quem está noivo. Enquanto conversamos Lorenzo só observa-nos de longe, sem escutar o conteúdo da nossa conversa, acabou entender errado e por algum motivo que não compreendia ainda , acabou bebendo muito e partindo pra cima de Davis o acertando com um soco e o arremessando no chão, enquanto não dizia nada, corri para separar-los e foi então que me puxou pelo braço e me trancou no quarto. Em meio a lágrimas e gritos, me falou:

— Juliene o que acha que está fazendo? Acha que sou otário?

— Me olhar na feira, me encara durante o jantar, me admira durante o meu treino, aparentemente deixa claro que gosta de mim, no outro dia sai correndo do meu quarto depois de me vê com minha irmã , que veio me visitar durante o feriado, me provoca com essa roupa mostrando todas as curvas do seu corpo, acha que é fácil pra mim se controlar quando estou perto de ti, para piorar ainda tenho que te vê com esse cara a noite toda, sabe o quanto é difícil pra mim?

Com uma mão no meu pescoço e uma no meu rosto, encostou seu corpo no meu e seguia me perguntando:

—O que sou , me diz sou algum idiota?

Tirou a mão do meu rosto e me abraçou, ainda perguntando, sendo assim, respondi:

— Tu és nada mais que o primeiro homem por quem já me apaixonei, quando te vi naquela feira, foi como tivesse encontrado algo que procurava a muito tempo, vi algo dentro dos seus olhos que me conquistou, havia bondade no seu olhar, senti que poderia te amar sem medo e espero não está errada. E eu o que sou para você Lorenzo?

Não obtive nenhuma resposta, quando olhei para seu rosto, tinha adormecido em meus braços. Te carreguei até a cama, tirei sua camisa, por alguns segundos observei aquela vista perfeita, parecia um anjo adormecido, naquele momento esqueci da festa, esqueci de como minha mãe iria ficar decepcionada, a única coisa que pensava era no fato de que também gostava de mim e sabendo disso, naquela noite nada mais importava, deitei ao seu lado e dormi em seus braços.

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