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Tudo àquilo que não falei - Segredos revelados

Tudo àquilo que não falei - Segredos revelados

5.0
2 Capítulo
7 Leituras
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Sinopse

Índice

A vida é cheia de desafios que às vezes nos faz pensar em desistir; coisas que desapontam nossos sonhos acontecem o tempo todo. Tudo Àquilo Que Não Falei conta a história de vida de Alencar, uma moça jovem de 18 anos que vive no interior de Goiás, estado brasileiro. Alencar sonha em obter o sucesso e respeito, mas não sabe por onde começar. Sua biografia é bem complicada, desde muito cedo aprendeu que deveria se virar sozinha e aos 13 anos, percebeu que não se deve confiar em ninguém. Uma história cotidiana, emocionante e de superação.

Capítulo 1 No dia seguinte

Era 2005. Para ser mais exato era dia 27/09/2005 ás 13h:13min quando àquela pequena nasceu, vinda de um família humilde Alencar não havia sido uma gestação desejada, e por isso, apesar de receber carinho de sua mãe ela nunca foi amada de verdade, algo faltava para que a relação de amor entre mãe e filha houvesse entre Mila, sua mãe, e ela.

Pol, pai de Alencar não foi tão presente nos seus primeiros dias de vida, já que precisava trabalhar para sustentar a família. Passava 40 dias fora de casa, em outra cidade procurando uma forma de ganhar dinheiro para comprar os mantimentos da casa, mas contanto que eles eram humildes, nesse tempo nunca lhe faltou alimentos, faltava um chuveiro quente aqui, um varal para estender as roupas lá, mas alimentos... ah, isso nunca faltou.

Bem, nada incomum para uma união estável entre um homem e uma mulher e agora, com uma pequena para cuidar. Mas não era isso que Budamon, pai de Mila desejava para ela, antes de morrer pediu que a filha que procurasse um outro caminho distante de Pol, Mila não ouviu pois estava cega de amores, essa paixão nasceu quando a mãe de Alencar era apenas uma jovem quase adolescente, com seus 11 aninhos. Avistou Pol caminhando em frente a rua de sua casa e logo disse em voz alta: Esse belo rapaz será pai das minhas duas filhas. Logo Zulmira mãe de Mila levantou o tom de voz dizendo: Estás maluca menina, esse velho tem idade para ser seu pai. Foi irônico claro, até porque o rapaz á quem Zulmira se referia tinha apenas 19 anos; foi apenas modo de falar, mas se parar para pensar havia uma certa verdade na fala.

Tempo passa e Mila chega aos seus vangloriosos 16 anos, já estava envolvida com Pol, caro rapaz que havia saído há pouco tempo de uma relação amorosa com sua antiga esposa, com a qual tem um filho que o mesmo não quis assumir responsabilidades. Como todo casal, não faltava troca de carinhos, pouco tempo voa e logo Mila estava grávida de sua primeira gestação, uma notícia nada boa para sua família, em questão exata, seu pai. Budamon tinha todos os motivos do mundo para odiar tal aborrecimento, sua filha caçula estava agora gerando uma vida e nem se quer havia terminado seus estudos, mas como todo coração de avô amolece com uma netinha, não deu outra, Budamon estava apaixonado na nova bonequinha da casa, Luna era seu nome.

Porém nem tudo nessa vida são flores, uma tragédia aconteceu naquele mesmo ano da chegada de Luna; o ano era 2002 e Luna estava sendo enterrada naquela cidadezinha miúda onde moravam Mila e Pol. Que tristeza foi para todos da família e amigos.

Tendo acontecido isso, não querendo ficar mais naquele lugar onde também viu morrer seu pai, Mila vai para outra cidade tão tão distante em busca de esquecer acontecimentos tão ruins. Não foi sozinha, é claro que Pol estava com você. Primeira parada foi uma carvoeira, lugar que por bom tempo Pol trabalhou e Mila morou, não era um lugar limpo, e talvez tão pouco bom. Foi um quebra galho, mas haviam onças ali, porco do mato e outros bichos mais perigosos.

__ Não quero ficar aqui nesse lugar horrível, há demônios aqui. Dizia Mila aos berros.

__ Você tem que entender que não temos outro lugar para ficar, sossega. Respondia Pol, tão bravo que parecia ter sangue nos olhos.

Para conseguir sair dali, Mila bolava um plano, apenas seguindo as instruções das vozes que sussurravam seu ouvido, pela manhã viu três homens depenando e enterrando restos mortais de uma ema, caça proibida. Estava ali diante de seus olhos uma boa desculpa para ir embora, mas não podia ser simples, caso contrário não seria Mila.

Esperou Pol chegar em casa(diga-se de passagem que a casa era uma barraquinha de lona) para soltar o verbo. Ameaçou dizendo que se não fossem embora daquele lugar informaria à policia que ali era consumido carne de caça. Bingo!

No mesmo dia Pol procurou jeito de se mudarem, sem muito dinheiro mas com alguns conhecidos na cidade grande, logo Pol tinha um lugar para ficar e trabalhar, Mila estava bem, não satisfeita, mas bem.

Era uma nova vida, uma casinha no meio de um lote com alguma vizinhança pequena dentro do mesmo lote. Sem chuveiro quente e nem varal para estender suas roupas lavadas, mas conquistou boas amizades. Que com alegria te ajudaram a cuidar da sua pequena Alencar, menina risonha de bochechas gordas rosadas, um verdadeiro arco-íris. Um bebê arco-íris era o que aquele bebê era.

Mas que no fundo Mila não via dessa forma, ainda com saudades e dor no coração de ter perdido seu primeiro anjinho, Mila via que Alencar tinha chegado para roubar o lugar de Luna; que maldade pensar isso de alguém que nem bem conhece a palavra roubo. Foram dias alegres para noites tristes de saudades. Mila não conseguia se desprender das poucas memórias vividas com Luna, era dolorido para ela saber que agora estava cuidando de uma criança que não era sua primogênita mas que ainda assim, era filha sua, sangue do seu sangue.

Sentada na calçada de casa conversava com suas amigas de quintal, relembrava o quão linda foi sua princesinha enquanto viva; uma lágrima escorria em seu rosto demonstrando que ainda doía, mesmo tendo se passado três anos do ocorrido. Alencar tão pequena sem entender o que acontecia e o que era conversado, apenas sorria e gargalhava das borboletas que rodeavam seu coroar. Mila estava ferida, ainda estava destruída. Nada poderia curar sua ferida.

Chegou a noite e mãe e filha foram deitar para dormir, Alencar de barriga cheia dormiu que nem viu estrelas, já Mila não podia descansar com a cabeça tão pesada de pesadelos do passado, aos prantos acabou capotando e sonhando com o dia da chegada de Luna, foi uma festa, uma baita alegria, logo mais o sonho se passava na casa dos pais de Mila, Luna entrava nos braços da mãe vestindo a saída de hospital, coisas brancas e uma fita vermelha no braço, que emoção foi a entrada dela pela porta simples da casa... Que sonho bom.

No dia seguinte Mila acordou primeiro que Alencar e logo viu que não tinha passado de um sonho, e quem estava ao seu lado era sua segunda filha, seu semblante entristeceu ao mesmo tempo que assemelhava ódio, ódio por tudo que aconteceu. Ódio de Alencar, ódio de Pol, que na cabeça dela, foram os culpados da sua perda.

Que culpa podia ter um bebê que só é gerado pelas consequências de atitudes bem planejadas ou as vezes nunca pensadas?

A vida tomava rumo, depois de muito tempo resolveram que era hora de mudar mais uma vez, e dessa vez as coisas pareciam ter melhorado, nada de mágoas do passado, nada de trabalhar fora e ficar mais de mês sem ver a família. Era uma nova jornada.

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