Quando seus pais insistiram que ela estudasse contabilidade na universidade, como uma filha obediente, esforçou-se para agradá-los. Em seu segundo ano de faculdade, já havia se adaptado à dinâmica do curso e às exigências dos professores, mas esse não era seu sonho. Ela só queria ser a filha perfeita que seus pais desejavam, mesmo que não estivesse totalmente feliz. Tudo corria bem em sua vida até que o conheceu.
Era uma quarta-feira, e ela caminhava apressadamente para chegar às aulas. Como sempre, acordara meia hora atrasada e depois tinha que correr para pegar o trem. Estava prestes a atravessar uma das ruas que levava ao campus quando aconteceu. Deixou um de seus livros cair bem no meio da rua. Agachou-se para pegá-lo sem perceber que um carro estava se aproximando em alta velocidade, prestes a atropelá-la.
- Cuidado! - alguém gritou.
Ela ergueu os olhos e viu uma caminhonete vindo em sua direção. O choque a deixou imóvel. Sua mente lhe dizia para se levantar, correr, mas seu corpo não se movia.
- Meu Deus! - finalmente disse, mas alguém já a havia jogado para o lado e o próximo que sentiu foi um forte golpe na cabeça.
- Você está bem? - a voz perguntou novamente. Ela estava atordoada e sentia uma dor aguda na cabeça.
- Eu... eu acho que sim - respondeu, tocando a cabeça.
- Quantos dedos você vê? - a voz perguntou, levantando dois dedos em frente ao seu rosto. Foi então que ela o viu. Seu coração acelerou, e ela ficou sem palavras.
- Você está se sentindo mal? - ele perguntou.
- Estou bem, só bati a cabeça - ele a segurou pelas costas para ajudá-la a sentar. Começou a verificar sua cabeça em busca de sangramento.
- Não há sangue, acho que não caímos com tanta força.
- Você me salvou... - ele a olhou atentamente e sorriu. Naquele momento, ela soube que estava apaixonada.
- Não foi nada, eu não deixaria uma mulher tão linda ser atropelada - ela corou imediatamente.
- Obrigada! - conseguiu dizer antes de se sentir mais desconfortável. Ele ergueu o olhar.
- Da próxima vez que atravessar a rua, certifique-se de segurar bem os livros.
- Claro... sou Adeline - disse, estendendo a mão. Ele estendeu a dele enquanto dizia:
- Muito prazer, Adeline. Sou Nick.
Após aquele encontro acidental, sua vida mudou. Nick se tornou o centro de sua existência. Ele a convidou para sair várias vezes antes de propor que fossem namorados naquele mesmo mês. Ela estava surpresa com toda a atenção que recebia dele, e, depois de três meses de namoro, ele a surpreendeu propondo casamento.
- Adeline, sei que nos conhecemos há pouco tempo, mas sinto que fomos feitos um para o outro. Quer se casar comigo?
- Eu... - tinha dúvidas, sabia que deveria dizer não, mas respondeu - Sim, quero.
- Por um momento, pensei que diria não - brincou com ela, sem saber que estava certo.
- Sinto muito, você me pegou de surpresa - deu um sorriso forçado.
- Venha, vamos comemorar...
- Nick... ainda não conheci sua família. Na verdade, você nunca fala sobre eles.
- Não se preocupe, você os conhecerá em breve. Estão ansiosos para conhecê-la.
- Mesmo? - estava intrigada. Parecia que a família de Nick já estava ciente de sua existência.
- Claro, sempre falo de você. Eles concordaram com nosso noivado. - Ela estava muito feliz para perceber o sarcasmo em sua voz.
- Talvez devêssemos conversar com meus pais primeiro.
- Faremos o que for necessário, querida. Só espero que não mude de ideia.
- Não vou - afirmou com firmeza.
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