Ayla concordou com um aceno de cabeça e se levantou da cama. Ela se dirigiu ao banheiro, ainda sonolenta, para se arrumar rapidamente. Enquanto escovava os dentes, Ayla pensava nas expectativas que tinha para seu primeiro dia na faculdade de jornalismo. Ela estava animada para aprender mais sobre a profissão que sempre a fascinou.
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Emir Divit, 36 anos, publicitário e dono de uma das melhores agências de talentos e propaganda da Turquia, enfrenta um passado recente de desilusões amorosas. Três meses atrás, na noite em que planejava pedir sua namorada, Sevda, em casamento, Emir foi surpreendido pela notícia de que ela estava partindo para a Itália e o deixava para trás por seu rival.
Naquela manhã, Emir acordou tarde, exausto após passar quase toda a noite trabalhando em uma nova campanha para sua agência. Cercado por lembranças dolorosas de Sevda, ele decide seguir em frente e focar no sucesso profissional.
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- Ayla, preste atenção no primeiro dia de aula, cuidado ao andar na rua com fones de ouvido, pois mesmo em uma caminhada curta até a faculdade, o trânsito pode ser perigoso nesta hora do dia.
Furkan, o pai da jovem, repreendeu a esposa.
- Querida, pare de tratar Ayla como uma criança. Ela é adulta e sabe bem o certo e o errado.
- Filha, aqui está o dinheiro para o lanche da semana e se precisar de algo, você me avisa.
Ahmet, tomando café em silêncio, reclamou com o pai enquanto entregava o lanche, enquanto a irmã ganhava dinheiro.
- Olha a minha idade em comparação à dela, garoto.
- Pai, mãe, me desejem sorte e que eu me saia bem no primeiro dia de aula. Tchau, seu chatinho, você também se cuide na escola e veja se não arruma confusão.
A jovem se despediu da família e partiu para a faculdade, aproveitando o trajeto para exercitar-se.
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Emir conversava com sua irmã, Bahar, durante o caótico trânsito matinal. Ela, envolvida em mais uma crise no casamento, desabafava com o irmão mais velho sobre a falta de compreensão do marido quanto a seus objetivos profissionais.
- Bahar, minha querida, podemos conversar quando eu chegar no trabalho? Estou dirigindo, o trânsito está caótico, e você chorando desse jeito, não consigo entender nada.
- Irmão, eu juro que tentei, mas Aras não entende que eu quero me firmar na carreira e não penso em ter filhos agora.
Emir, o irmão mais velho, comprometeu-se a visitá-la naquela noite e encerrou a ligação. Parado em um sinal, Emir virou a esquina apenas para ser surpreendido pelo impacto de algo contra seu carro.
- Que não seja nenhum motoqueiro. - Emir parou o carro, desceu apressado e se surpreendeu ao encontrar uma adolescente caída no chão, gemendo de dor por conta do choque.
- Menina, você não presta atenção por onde anda? - Emir repreendeu a jovem que permanecia caída com um machucado no joelho.
- O senhor é que não presta atenção para onde está dirigindo. É cego ou o quê? Eu estava dobrando a esquina, seu carro se aproximou de mim e acabou me atropelando.
Emir não acreditava no que ela falava, convencido de que a preferência era dele e que a garota estava errada. Ela tentou levantar, Emir a ajudou, e quando a garota mexeu no cabelo, ele viu os fones de ouvido. Ciente de que ela não prestou atenção no trânsito, Emir argumentou.
- Se não estivesse com esses fones, teria prestado atenção e não teria entrado ao mesmo tempo que eu.
Ayla, indignada, estava certa de que ele tinha a preferência, mas agora precisava lidar com a pulseira quebrada e não queria enfrentar a repreensão dos pais. Surgiu, então, uma ideia.
- Olha só, você me deixa na faculdade, conserta a minha pulseira da sorte, e eu não conto nada para os meus pais nem chamo a polícia de trânsito para você.
Emir, surpreso, ponderou por um momento.
- Garota, eu...
- Tudo bem, se não aceitar, vou ligar agora mesmo para o meu pai, que é advogado. Ele virá até aqui resolver essa situação.
Emir, antevendo uma segunda-feira infernal, concordou.
- Tudo bem, garota. Eu te deixo na faculdade e mando consertar a sua pulseira, e você esquece o que aconteceu aqui.
O publicitário ajudou a garota a entrar no carro, ela entregou-lhe a pulseira, e ambos seguiram em direção à faculdade, iniciando uma jornada improvável.