Foi por acaso...

Era uma quinta-feira de julho como outra qualquer, assim pensava Fanny. Como não haveria aula, combinou de ir para casa de sua prima Malu para passar o final de semana, levantou se, tomou banho, arrumou sua bolsa com algumas roupas e foi tomar café com sua mãe e seus irmãos mais novos.

-Bom dia mãe! Bom dia crianças! (Fanny)

-Bom dia, acordou cedo, pensei que iria dormir até mais tarde já que não tem aula hoje. (Mãe)

-Pois é, pensei nisso, mas como vou lá para a casa da Malu (risos), achei melhor ir cedo para não ficar tarde, até porque de ônibus a viagem é longa... (Fanny)

-Sei, podia ficar em casa e descansar, mas sei que esta ansiosa para vê sua prima e falar dos namoradinhos... só peço que tenha cuidado. (Mãe).

- Oxi como se eu tivesse cabeça para pensar em "namoradinhos" meu foco é outro mãe, a senhora sabe o que mais quero é mudar nossas condições e ter uma melhoria de vida, e isso tudo de formar digna. (Fanny)

- Que Deus te ouça meu bem, queria eu ter pensado assim quando jovem, ter estudado e pensado no futuro, hoje poderia dá uma vida melhor para vc e seus irmãos, sem ter que está dependendo da boa vontade dos outros. (Mãe)

- Mãe, todos cometem erros na juventude, que bom seria se tivéssemos como saber o futuro, mas isso só existe em filme de ficção científica rsrsrs, mas saiba que a senhora no seu possível, faz o melhor que pode, te amo ouviu (Fanny).

- Ama a gente também mana? (Crianças)

- Claro que amo né, mesmo quando quebram minhas coisas e não me deixam dormir! (Fanny)

- Tambem amamos vocês duas, mesmo quando mandam a gente dormir cedo hahaha (crianças).

- Engraçadinhos, terminem logo o café de vocês e se comportem nesses dias que não vou está aqui, e não perturbem a mamãe por favor tá bom?! (Fanny).

- Vamos tentar! (Crianças).

- Estou indo mãe, chegando lá, ligo para o titio te avisar. (Fanny)

- Tudo bem! manda um abraço para sua tia. (Mãe)

- Ta bom (Fanny).

Antes de ir para o ponto de ônibus, passo na casa da minha outra prima para dá bom dia. Moramos todos no mesmo terreno, era dos meus avós, e todos os filhos que não tem ou não tinham casa própria, moram ou já moraram aqui.

Depois de passar lá , sigo para o ponto de ônibus, encontro uma amiga da escola troco algumas palavras e continuo o caminho. Chegando no ponto de ônibus encontro Rui, um garoto da minha escola... Até que ele é gatinho, mas finjo que não acho ele bonito, porque ele se acha, e o que tem de bonito tem de esnobe.

- Bom dia princesa (Rui)

- Bom dia Rui (Fanny)

- Posso saber para onde vai? (Rui)

- Não, não é da sua conta (Fanny)

- Nossa, só fiz uma pergunta. (Rui)

- E eu, só te respondi, que não é da sua conta. (Fanny)

- Desse jeito perdeu a pequena chance que teria comigo (Rui).

- Nossa, que pena! Tchau (Fanny).

Só que me faltava agora, ter que dá satisfação para esse garoto, e ainda acha que quero alguma chance com ele, é cada uma olha. Deixa eu colocar meu fone de ouvido que a viagem é longa.

Depois de rodar mais de 1 hora no ônibus, cheguei na casa da minha prima, assim que ela abre o portão, dou logo um abração de urso nela, estava com saudades, já fazia mais de mês que não nos víamos, e ela tinha tanta coisa para me contar, que não dava para contar por telefone.

- Até que fim né, pensei que só iríamos nos vê no natal (Malu)

- Também, já estava pensando nisso, mas ainda bem que deu certo de vim pra cá, estava com saudades da minha melhor amiga (Fanny)

- Também estava, vai logo lá falar com a mamãe e depois vamos lá para o quarto que tenho que te contar as novidades rsrsrs.(Malu)

- Malu, o que você já aprontou hein? (Fanny)

- Vou te esperar lá no quarto, não demora (Malu)

- Bom dia tia linda do meu coração, mamãe lhe mandou um abraço (Fanny)

- Bom dia minha filha, chegou bem, quer comer alguma coisa, como estão as coisas por lá, sua mãe e as crianças, sua prima, e seus tios como estão? (Tia Valéria)

- Estão bem tia graças a Deus, e não, obrigada ainda não estou com fome, vou lá com a Malu tá bom, depois eu vem aqui (Fanny)

- Já vão fofocar né, vai lá que a sua prima esta estranha, deve está aprontando, só espero que ela lembre o pai que tem (tia Valéria).

- Deve tá não tia, não se preocupe, não parece mas ela tem juízo kkkkk. (Fanny)

Chegando no quarto da Malu, ela já foi falando que estava ficando com um rapaz, que conheceu alguns meses atrás, que ele era muito legal, divertido, que ela estava apaixonada e que no outro final de semana a gente iria lá na casa dele, porque eu tinha que conhecer o primo dele, que falou de mim pra ele e ele estava louco para me conhecer.

- Como é que é? Você anda fazendo propaganda minha por aí? (Fanny)

- E outra quem disse que eu vou lá na casa de dois estranhos com a senhorita, e mais a senhorita não tem medo de ir na casa deles assim (Fanny).

- Por isso que eu quero que voce vá comigo, e outra eu só falei que tinha uma prima que era muito minha amiga desde a infância, assim como eles, e que você era muito bonita, aí ele disse que queria te conhecer, e já tem dois meses que ele perguntar quando vou te apresentar (Malu)

- Malu minha alma, você sabe que não tenho tempo para essas coisas de namoro, meu foco é outro. (Fan ny)

- Fanny, não estou falando para você namorar com ninguém, estou falando só para conhecer e serem amigos, e outras não vem com essa não, porque eu sei que uma vez ou outra a senhorita dá uns beijinhos por aí (Malu).

- Malu, sim uma vez outra, mas é só naquele momento, nada de relacionamento, e outra somos tão novas para namorar ainda. Mas está bem, se for só para sermos amigos, eu topo (Fanny).

- Oba! Pelo menos assim você vai me ajudar a escapar sem meu pai saber rsrsrs, porque se ele imagina que estou namorando, é capaz de me deixar de castigo por um ano. (Malu)

- Prima só foca nos seus estudos tá bom, não vai deixar de lado por causa de homem. (Fanny)

- Lógico que não, quero é terminar logo. (Malu)

Passamos o dia conversando, Malu me contando sobre o ficante/namorado, eu falando sobre a escola, falando sobre assuntos da família, ficamos ouvindo música, fomos dá uma volta na pracinha, paqueramos um pouco, afinal não sou de ferro., quando voltamos para casa já era quase as 20:00 horas da noite. Chegando lá minha tia disse que minha prima tinha ligado, que era para eu ligar de volta. Nesse hora me lembrei que não avisei que tinha chegado, minha mãe podia está preocupada.

Peguei o número e liguei, chamou por alguns minutos até que minha prima atendeu.

- Oi Laura, sou eu a Fanny, menina esqueci de avisar a mamãe que cheguei, pode chamar ela por favor. ( Fanny)

- Prima a sua mãe não está aqui, por isso te liguei para avisar o que aconteceu (Laura)

Nesse momento senti um aperto no meu coração achando que de ruim tinha acontecido, e com a voz já trêmula perguntei.

- Porque não, o que houve? (Fanny)

- Prima a casa da sua mãe saiu, ela foi contemplada, o pai das crianças chegou aqui logo depois que você saiu, aí eles foram lá para assinar os documentos e quando foi a tarde já voltaram com o caminhão da mudança, e ela pediu para te avisar e para você ligar para o Paulo para pedir o endereço, ela estava muito feliz (Laura).

Nessa hora caiu uma lágrima dos meus olhos, pois depois de tantos anos enfim minha mãe vai ter sua casa própria, e ao mesmo tempo pensativa com toda essa mudança repentina, minha escola, meus amigos, como iria fazer.

- Graças a Deus prima! Obrigada por avisar, amanhã vou pra aí, e daí ligo pra ele. Beijos e boa noite! (Fanny)

- Boa noite! (Laura)

Desliguei o telefone e contei para meus tios o que tinha acontecido, ficaram felizes, fui tentar dormir, mas não conseguia parar de pensar como seria agora, tudo novo...