img A vida sexual de Catherine M.  /  Capítulo 4 Apenas as primeiras vezes | 80.00%
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Capítulo 4 Apenas as primeiras vezes

Palavras: 2961    |    Lançado em: 27/05/2022

desejo — mas também a momentos em que a consciência se volta para si mesma, em função de mudanças que interferem em setores que não são necessariamente os da vida sentimental —mudança

que eu acabara de estabelecer relações que achava que poderiam desagradá-lo. Passei a evitar uma ou duas delas, a espaçar as noitadas nas surubas

a o casal que nos recebia e que eu considerava paródias dos personagens de Cidadão Kane, porque ele acabava de as

e uma sala iluminada por um lustre. Gostava bastante do pau do anfitrião, rechonchudo, proporcional ao

tinha sido o meu e que eu poderia estar enciumada, apesar de ser um ciúme comedido. Pela primeira vez, fiz uma pausa nessas noitadas em que costumava atuar sem descanso. E passei a aproveitar essa pausa, da mesma forma que nos momentos que me voltava para dentro de mim durante um jantar, uma reunião com amigos. Não deixei de me questionar sobre aquela nova reação. A resposta que consegui encontrar era que, ao conversar sempre abertamente sobre essas práticas com interlocutores que também a

quanto no começo, passou a não ter importância onde eu fazia amor com alguém, mas onde nos bei

semanas num périplo através do país me pega pelo braço quando acabamos de nos despedir, cola-se em mim e me beija na boca. "Amanhã de manhã, vou ver você em seu quarto." Sinto um espasmo que sobe até o estômago e continuo andando em direção às recepcionistas distantes e acabo torcendo meu tornozelo. Uma outra vez, mergulho no carpete em direção ao dono da casa, um pouco bêbado, perdido no meio de outros convidados, e que me atrai puxando minha gola, beija-me longamente com um desses beijos de cinema que nos embalam docemente; não se trata de uma noite destinada

o primeiro período de minha vida eu era bastante indiferente ao fato de obter ou não essa mesma sensação nas carícias mais diretas, ou durante a penetração, num segundo momento, quando tomei consciência de sua l

erimentava em relação à pessoa e o desejo ficava ainda mais ardente; no auge, havia momentos de copulação apaixonados, mas minha satisfação não era tão plena quanto no contato inicial. Durante muitos anos,

a até que minha teimosia incrédula fosse enfim gratificada com uma interjeição rouca do outro lado da linha que me autorizava a encontrá-lo novamente. Não tenho dúvidas de que em função daquele clima de incerteza, com ele o

ão afastava minha calcinha e dois ou quatro dedos desencadeavam em mim um grito breve e doloroso, porque sentia tanto uma surpresa sufocante q

orria meu peito de par a par; eu podia ficar reta e imóvel sobre as costas enquanto a

. Ia em busca até mesmo dos sulcos das linhas em suas mãos entreabertas. Durante essas preliminares, eu ficava pensando na delícia que seria dentro em breve, quando ele decidisse me virar

o entanto, apenas excepcionalmente experimentava uma volúpia tão intensa se os dedos já tivessem aberto o caminho. Então ficava pensando na p

que não tenha que cumprir horários rígidos. Na véspera, eu já sentia a excitação de meu sexo submetido às trepidações do banco do metrô, enquanto imaginava o que poderia acontecer. A sensação podia ser tão enervante que eu preferia às vezes descer algumas estações antes de meu destino e relaxar caminhando. Aquele homem lambia meu sexo infatigavelmente. Sua língua agia langorosamente, afasta

certo. Se eu percebia que ele não ia chegar, ficava estirada na cama, balançando os pés, a v

ou não. Como poderia, até o próximo encontro, levar uma vida normal, como se nada tivesse acontecido? O desejo escancarado faz de mim uma marionete que se deixa cair, os braços e as

nte vedada, e mesmo molhada entre as coxas (ou depois de viver um acontecimento de qua

r, pelo menos por uma vez, um minúsculo satélite subitamente saído da órbita em que era mantido por uma rede de conexões que não o comanda mais? O afastamento s

sta saída esperada. Invariavelmente, no instante em que o outro se separava e que eu fechava as pernas, procurava definir o que sentia, com a mesma determinação com que me empenho ao descrever um objeto num artigo, e, no entanto, as palavras me faltavam. Como poderia nomear este sentimento exclusivo? Essa era a pergunta que eu fazia. Tratava-se certamente de uma raiva

do trajeto do táxi ou do metrô, a raiva fulminante não sobrevivia ao reflexo que me conduzia ao lavabo. Acredito que assi

de ao que considero uma segunda etapa, as relações sexuais que eu podia ter tornara

la na testa, cujos cabelos formam um entalhe que corresponde à borda da cabeça de um pau. Esta cabeça percorre círculos mais ou menos largos, enquanto uma espécie de pequeno javali que se destaca na metade do cilindro vibra uma língua muito comprida destinada a excitar o clitóris. A primeira vez que usei o objeto, gozei instantaneamente, num espasmo muito longo, perfeitamente identificável, mensurável, e sem que tivess

falei, apenas aumentada, ali, por um toque de amargura. O contraste entre o que

a "relatar a verdade sobre tudo isto", o livro se chamaria

acariciou, desapareceu. Voltou dez minutos mais tarde em companhia de uma jovem mulher. Trepamos os três. Só mais tarde compreendi que o consultório era duplo, com duas salas de espera dando acesso a duas salas de tratamento contíguas. Julien passava de uma para a outra, tratava de um paciente enquanto o curativo do outro secava. Se fosse eu, ou uma de suas amigas, ou uma e outra ao mesmo tempo, que se encontravam em um dos consultórios, ele podia, com lances de prestidigitador, excitar seu pau na boceta de uma ou outra, prepará-la, desaparecer no outro lado da parede, voltar. Em geral, ele esporrava assim que penetrava na xoxota. Tinha concebido e e

Austrália, o lugar mais distante que já fui na terra, dei-me conta de que a percepção que eu tinha daquela distância era equivalente à idéia de não encontrar barreiras sexuais. No curso da mesma reflexão, tinha me perguntado se a alegria de te

arecia ele, de "

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