por Luís
metade sombra, metade madrugada; as cortinas pesadas deixavam entrar só uma faixa de luz pálida. Fiquei imóvel alg
segredo que nenhum espelho conta, mas que,
om dia,
a, claro. Mas o
o cabelo de qualquer jeito e abri a porta. Sergey já estava no corredor, do
ronto. Rota doi
cê sonha
o não sonho c
otores baixos, três carros, cores que não chamam atenção, placas q
engibre. Senta m
: Obr
metro. Era a primeira ultrassonografia e, por um i
pedra clara, recepção silenciosa com cheiro de álcool e f
Bom dia, s
rade. Luís
ssos atrás, parede viva. Eu sentei e tentei ignorar as revi
e, levantei como quem
dela era um cobertor. - Hoje a
: Via
e eles viajam primeiro no co
o me encarando como um olho fechado. Tirei o casaco, subi n
armos... você quer alguém co
. Pensei na solidão. Pensei no nome
ão. Eu f
o, passou o gel frio. O metal en
aneta
presença a
a isso: terno escuro, postura de comando, per
ê não foi
spero convites pa
ma lâmina. A Dra. Tatiana interveio com deli
Olhou para mim. - Luísa, a dec
aquilo fosse meu, mas também queria que ele ouvisse. Que ent
. Mas encos
sos para trás, braços soltos,
om um universo de cinzas em movimento. Procurei algo que fizesse sentido e
um ponto, uma sombra arre
ndo a sala com golpes pequenos e f
dum
pessoa por dentro. O consultório se dissolveu.
Respirei pela boca
cou macia. - Oito semanas e alguns dia
icar: a postura, talvez; as mãos, antes soltas, agora ancora
Quer ouvir m
a: Q
asse; porque eu não
o se o pequeno lá dentro estivesse batendo para ser ouvido. Puxei ar,
passo, parou
l: Pos
pergunta. Eu ergui
Daí e
entiu.
como saco gestacional e coro-cabeça. Explicou vitaminas, horários, sinai
. A médica me ofereceu papel para limpar o gel. Mikhail virou o rosto para
mir as imagens e trazer
nós dois e o eco do q
continuar invadindo
e está protegido. O meu consta como respons
ar não te
omprei direito
Em papel, tud
do paletó e o colocou na me
ções. A psicóloga já está confirmada. E a visit
elope. Olhe
ogando xadrez com
tegendo o tabuleir
voltou com duas imagens impressas e um s
E aqui uma para... - olhou de relance para Mikhail,
fico com
- Luísa, qualquer sangramento, dor intensa, feb
ro da capa do caderno. Levantei da maca
na parede com cara de quem contaria
: Tudo
Tudo...
il: V
ra um lugar neutro. A saída da clínica tinha três pessoas demais olhando telha
bortada. Rota trê
ador. O ar tinha cheiro de borracha e limpez
com as fotos apertadas no colo. Quando Mikhail falou,
de inverno. Dez minutos
me obriga a con
Nem é p
ntas que sobreviviam ao frio atrás do vidro grosso, cadeiras com mantas, uma m
ara com as duas mãos. As imagens do ultrassom estavam ao lado
e isso me surpreendeu - parecia barulho de fábr
ra mim fo
l: De
: De
s alguns segundos ne
ail:
eiro é meu. J
do nome russo. Para que ele - ou ela - atravesse as
ço da poltrona. - Eu escolho o primeiro. Vo
il: F
na porta de vidr
ro leste. Tentaram interceptar o sinal de u
l: Zai
uém querendo p
as. - Voltou-se para mim. - Você não sairá
ei o q
a. - Toquei, sem pensar, a imagem no envelo
al ele. O peque
Então con
ordamos em
E em mais
a: Q
o toco em você
m movimento estranho, como se
eremos s
umpro o qu
som do equipamento na clínica voltava em ondas, como mar batendo em cais. Eu puxei uma
ê mudou o me
has demais. Tente não me
to agora: como você q
para o jardim bran
ãe às quintas, sem arma visível. Psicóloga duas vezes por semana. Sem
icóloga duas vezes, sem mão, lado esquerdo da mes
ão tinha
caras sem interromper. Quando
o ultrassom no meu quarto. Não no cofr
: No se
raço. Não estendeu a mão. Cumpriu a própria regra. Saímos do jardim. No corr
o meu quar
Levantei as imagens. -
. - Ele inclinou a cabe
oa noite
a. Coloquei as fotos na moldura que Galina tinha deixado vazia. Ficou
Oi, v
passo. A voz b
r coisa, aperta
a: E
Dorme,
a: S
a, metade silêncio. Passei a mão no ventre. E prometi,teiro. E não deixo ninguém