de mofo e de fritura velha era ainda mais forte. Maria estava na cozinha, lavando a louça do jantar, uma pi
asas vizinhas. Mas dentro daquela casa, o silêncio era tenso. Sua tia, a quem chamava de Tia Silva, e
omputador velho que ficava no canto da sala, o rosto deles iluminado pela luz azul da tela. Eram convers
rtou o ar, aguda e impaciente.
o cômodo ainda mais deprimente. Sua tia e tio estavam sentados no sofá rasgado, e entre eles, o notebook
nem olhar para ela. Ele apontou p
rápido. Ela conhecia aquele tom de voz, era o tom que eles
, com uma voz falsamente doce que dava arrepios em M
ltou uma cama que não fosse um colchão no chão. Mas Maria apren
. Ele virou o notebook para ela. "Tá vendo isso aqui? É um inves
s sorrindo em praias paradisíacas. Parecia um jogo, não um
m. A gente entra agora, no começo, e ganha muito dinheiro. Só que a gente já usou nossos n
ra ecoou na cabeça de Maria. Ela já tinha ouvido
", ela disse, a primeira de
e só precisa do seu nome, seu CPF. A gente coloca o dinheiro inicial. Você s
lmente. O medo gelou sua espinha. Ela olhou para o rosto dos dois, a ganância brilhando nos olhos deles.
se, a voz quase um sussur
talou no rosto de Maria, fazendo sua cabeça virar co
rda de casa sem um puto no bolso! Você mora de favor aqui, come da nossa comid
e Maria, mas ela as segurou. Cho
, a voz fria como gelo. "Ou então você pode pegar suas coisas
am sua única família, uma família que a usava e a maltratava, mas ainda assim, um tet
"liberdade financeira" parecia uma armadilha mortal. Ela sabia que estava sendo empurrada
despensa. A cada número do seu CPF que ela digitava no site, sentia um pedaço da sua al
controle do computador. "Pronto. A
o. Maria tocou a bochecha dolorida. O golpe não era apenas financeiro.
uma TV nova, roupas de marca. Para Maria, nada mudou. Ela continuava lavando a l
co tomou conta da casa. As pessoas que eles haviam convencido a
te chegou, seu tio e sua ti
va, com lágrimas de crocodilo. "Ela usou a gente,
dizer uma palavra. Os policiais a algemaram na frente dos vizinhos curiosos. Ela viu o
, a viram como a culpada. A raiva delas era concreta, violenta. Na primeira noite, no pátio
viu antes de a escuridão a engolir foi o céu sem estrelas de São Paulo, indife
o, n
la abriu
heiro de mofo e fritura. O
e plástico bamba. Na sua frente
se a Tia Silva, a voz fria como gelo. "Ou então
seu corpo. O frio da morte ainda arrepiava sua nuca. Nã