Mas ninguém a julgaria quando em seu lugar sentiriam o mesmo. Não é todo dia, que um dos homens mais desejados de Munique e do país, com uma fama o precedendo adentram seu local de trabalho, mas não será o primeiro que exige sigilo sobre o que faz. Porém com ele, ela compreendia porque o fazia.
A clínica foi fechada por sua presença, o número de funcionários reduzidos e todos que foram escolhidos para trabalhar assinaram um documento de sigilo, para nunca contarem que ele esteve ali. Entedia porquê o fez, mas não porque recorreu a tal método para ser pai, logo ele um homem desejado que não precisa de tudo isso. Talvez tivesse cansado de esperar o homem certo, e resolveu apressar seu desejo de ser pai, ou talvez qualquer outra coisa que não era da sua conta.
Consideraria um desperdício um homem tão lindo sentir atração por outros, correndo o risco de não transmitir sua bela genética a alguém, e ainda de não realizar o desejo de muitas mulheres de o terem. Contudo, nada disso afeta sua vida e importa, ama seu marido e com ele e sua família que deve se importar.
O silêncio no cômodo de cores claras, era costumeiro, mas hoje carregava um peso maior. Ana tentou concentra-se em seus afazeres, contudo quando sua voz soou se viu o olhando novamente, o admirando silenciosamente enquanto ele focava sua atenção na mulher sentada ao seu lado. Era muito bem casada, porém não era cega.
As fotos nas revistas não faziam jus a sua beleza pessoalmente, parecia um ultraje as imagens divulgadas por eles o vendo tão próximo. Seu cabelo não era tão claro quanto nas fotografias, tinha fios escuros formando mechas que mesclava com o loiro claro, seus olhos são mais verdes do que imaginou ser possível, seus lábios parecem desenhados, todavia o que mais chamou sua atenção foi a covinha que se abriu no pequeno sorriso que abriu. Ficou surpresa pela descoberta, graça a barba cortada rente a pele, e o fato de nunca ter sorriso em foto alguma divulgada sua.
- Quer alguma coisa? - Questiona parecendo preocupado para sua acompanhante, que desvia sua atenção do celular para seu rosto.
- Não, obrigado! - Sorrir, mas por educação que outra coisa.
Lucio assente, inclinando a cabeça um pouco para o lado olhando com atenção para a mulher sentada em seu lado se questionando silenciosamente sobre uma dúvida repentina que surgiu; quais características, se a inseminação desse certo, seu filho herdaria dela? Seus olhos castanhos, boca pequena, mas cheinha, ou seus cabelos cacheados ruivo?
Culpou-se sem poder evitar ter deixado nas mãos do amigo a escolha dela, e todo o resto envolvendo o que fará. Mas admiti com vergonha que a raiva por seu pai o cegou, o fazendo tomar essa medida precipitada para não perder a cadeira da presidência da empresa. Arrepende-se, mas falta coragem para recuar depois de ter ido tão longe.
Um filho não deveria vim como soluções de problemas, porém quando viu-se acuado e diante da possibilidade de perder aquilo pelo qual lutou por anos, a ideia de Diogo que veio em forma de brincadeira parecia certa e possível. E quando o mesmo notou seu interesse apoiou sua loucura e se responsabilizou por torna-la possível, procurando uma barriga de aluguel e uma clínica que topa-se a seus termos de sigilo. Logo para ele, um homem de contatos não foi difícil conseguir tudo, e Lucio tem uma intuição que se não acha-se uma clínica abriria uma para isso.
Maldito fosse seu pai por deixa-lo nessa corda bamba. Queria xinga-lo e odiá-lo, como ele sempre faz consigo, no entanto, não consegue, ainda mais agora que sabe que seus dias podem ser mais curtos. Câncer e sempre uma incógnita.
Entretanto, seu desprezo para si nunca se deixou tão evidente.
"No testamento tem uma cláusula que só um filho o manterá na presidência, seu pai acredita que se tornando pai você deixará de ser gay" A lembrança das palavras de sua mãe são um incentivo para que levante e siga adiante com suas escolhas quando uma enfermeira vem chama-lo para irem. , para a definição de seu futuro.
[♡☆]
Um mês depois Lucio se encontrava nervoso com um envelope na mão andando de um lado para o outro no seu escritório, ele sabia que dependendo do resultado ali dentro sua vida mudaria completamente de uma forma que não conseguiria nem imaginar, contudo que o assustava. Diego seu amigo tentava a todo custo acalma-lo mesmo quando ele próprio se via com medo por ter apoiado o amigo na loucura, sendo até mesmo o maior culpado por tê-la dado.
- O que fará se o resultado for negativo? - Encara o rosto nervoso do amigo. - Tentará novamente?
Lucio pensa sobre, no entanto, já sabia qual seria sua resposta, sempre soube desde quando topou a louca ideia de Diego, não faria novamente, um filho não poderia virar sua ambição para permanecer no cargo, ser pai é um sonho maior que ser Ceo.
- Não sei, acho que deixarei o tempo passar e vê se o homem que diz seu pai cumprirá sua palavra. - Passa a mão no cabelo os bagunçando ainda mais se e possível. - E não tentarei novamente, se não deu certo e porque não teria que dá.
Sem dizer nenhuma palavra a mais Lucio abre o envelope puxando o papel ali dentro começando a ler, pulando as informações desnecessária indo pra onde realmente interessa, o resultado do teste de gravidez.
- Fala o que deu Lucio, essa sua cara de espanto tá começando a me assustar cara - Diogo fala ansioso.
Lucio não sabia como ficaria, todavia não esperou que fosse aliviado.
- Deu negativo!
[...]
Em um cenário completamente diferente duas amigas se viam sem saber o que fazer, seus erros talvez custasse mais que seus trabalhos, mudariam vidas de uma forma irreparável.
- O que faremos? - A loira pergunta a amiga que não para de circular pela sala. - Será que realmente trocamos os frascos?
Sua consciência pesava, não sabia se conseguiria por muito tempo manter segredo sobre o erro que cometeu. Por mais que seu emprego fosse valioso não pagava a paz da sua consciência. Suas mãos tremiam, suor se acumulava em sua testa, respirar se tornou dificultoso, a sala mesmo com o ar-condicionado pareceu que se tornou abafada.
- Não sei, mas se trocamos um não deu certo. - A mais baixa respondeu parando de andar para olhar melhor a amiga. - Acho melhor mantemos segredos, não temos certeza se realmente trocamos os fracos, pode ser apenas coisa da nossa cabeça.
Encara a outra com seriedade a outra, a intimidando. Ela não colocaria em risco seu emprego por uma duvida, o que imaginavam podia nem ao menos ter acontecido.
- Mas estamos falando de vidas, nosso erro pode as destruir de uma forma imperdoável Hanna. - A loira fala com medo e apreensiva.
- Você quer perder seu emprego Jane? - Pergunta séria.
- Não, claro que não!
- Então ficaremos de boca fechada, não temos certeza de nada e por uma incerteza não vamos correr risco. - Hanna decreta antes de sair e deixar a sala e uma amiga indecisa entre seu emprego e sua consciência.
Erros no passado que não foram resolvidos nós assombraram até serem solucionados. Um erro por mais simples é capaz de mudar vidas, como não podemos imaginar. As amigas não sabiam a dimensão do seu erro, se soubesse fariam o possível para repara-lo.
[...]
Os últimos raios de sol adentravam parcialmente o quarto, iluminando de forma delicada o rosto da mulher parada diante da grande janela. O homem parado a poucos metros dela se perguntava se valia a pena apenas olhar e não registrar a ocasião de tão belo que ele é.
A amava, e uma prova de seu amor crescia em seu ventre depois de muita dificuldade. Todo momento difícil que passaram no fim valeu a pena e se precisasse passaria por tudo novamente para seu filho ou filha.
- Sinto que será uma menina. - A mulher fala encarando o horizonte, a cidade ganhando uma nova forma.
- Eu queria que fosse, uma cópia sua. - Seu marido fala enquanto a abraça por trás. - Seriam as rainhas da minha vida, faria tudo que me dissessem.
O tom carinhoso é notável em sua voz, esperou tanto por esse momento que quase não cabia em seu peito tanto amor e felicidade, não via a hora de finalmente ter em seus braços seu bebê que sonhou por anos.
- Nós sempre te amaríamos. - Se vira nos braços do ruivo, apoiando seu rosto em seu peito ouvindo seu coração bater.
- Eu sempre amarei vocês.