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Apaixonada pelo lobo

Apaixonada pelo lobo

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Sinopse

Índice

Em meio a segredos, mistérios e manipulações, no sul da California conheceremos Tessa Miller, uma jovem que aos poucos descobre que seu mundo não é tão perfeito ao qual imaginava, pois muitas coisas não são o que realmente parece ser. Completando seu decimo oitavo aniversario, uma adolescente sonhadora e divertida, descobre da pior maneira que o mundo sobrenatural não é apenas “história para dormir”, ou histórias que os pais contam aos filhos, para mantê-los comportados e obedientes e revê seus conceitos, mudando completamente sua forma de enxergar o mundo. Porém, e se Tessa estiver errada? Vendo seu mundo ruir diante dos seus pés descobre que está predestinada a algo grande e surreal. Tessa nunca imaginou que entraria em contato com seres sobrenaturais, mas não teve escolha, a profecia já estava lançada e sua vida se desenrolava cada vez para mais perto do fim. Em meio aos desafios, descobertas e criaturas magnificas e perigosas, Tessa descobre suas origens, conhece melhor a profecia que corre em seu sangue e se envolve com um rapaz muto carismático, despertando sentimentos fortes em seu peito.

Capítulo 1 mudanças parte 01

CAPÍTULO 01

Após uma noite gelada, com gotas fortes de uma intensa e perigosa chuva, acompanhada de trovões e assustadores relâmpagos, pela manhã o sol brilhava com toda a força, aquecendo toda a California, prometendo aos moradores que o dia seria agradável e acalorado. Na parte Sul da California, em uma casa de três andares, com colunas fortes e belas paredes brancas, existe uma família agradável e gentil. Naquele bairro, na rua das pitangueiras, a família Miller era a mais querida e conhecida, pois sempre possuíam um sorriso em seus lábios, olhares gentis e estava sempre dispostos para ajudar os outros, caso vissem necessidade.

— Tessa!

O grito de Sarah Miller, a matriarca da família foi ouvido por toda a casa. Sua voz ecoou por todos os cômodos, chegando até o quarto de Tessa, sua filha que acabara de completar seus dezoito anos de idade.

Tessa abriu os olhos lentamente, o sono deixava pesado seus longos cílios escuros, por causa da noite turbulenta causada pela chuva Tessa não havia conseguido dormir muito bem e quando deslizou em direção ao mundo dos sonhos, diversos pesadelos e lembranças ruins a fizeram se revirar na cama de um lado para o outro.

Seus olhos azuis deslizaram pelo cômodo e a confusão fez suas sobrancelhas franzirem. Não havia escutado muito bem o chamado da mãe, havia tido somente uma suave impressão de que seu nome havia sido dito em algum momento. Erguendo as mãos, coçou suavemente o canto dos olhos, esfregando-os em uma tentativa de afastar o restante do sono que ainda estava presente.

— Tessa!

Novamente Sarah gritou o nome da filha. Sarah estava no primeiro andar, na cozinha finalizando as panquecas, colocando-as sobre o balcão enquanto esperava sua filha para acompanha-los no café da manhã.

Dessa vez Tessa havia escutado o chamado, arregalou seus brilhantes olhos claros antes de jogar o cobertor para o lado, calçou suas pantufas rosadas enquanto seus olhos conferiram as horas no relógio digital que está na mesa que fica ao lado da cama. São nove horas. Pensou fazendo uma careta suave enquanto caminhava em direção a porta do quarto, assim que seus dedos destracaram e abriram a fechadura colocou parcialmente seu corpo para fora, o suficiente para que analisasse o corredor longo.

— Vou tomar um banho e já desço! — avisou em um tom de voz alto, para que sua mãe conseguisse escutar no andar de baixo e fechou a porta segundos depois.

Suspirando baixinho descartou as pantufas quentes e confortáveis antes de seguir calmamente em direção ao banheiro, preguiçosamente começou a retirar o pijama de ursinhos que usava, deixando-o sob o cabide antes de ligar o chuveiro, testando a temperatura aquecida da água. Durante o banho seus pensamentos correram pelos últimos acontecimentos que a família havia passado, com a súbita decisão de mudança e as consequencias que isso traria em sua vida, mas tratou de afastar os pensamentos negativos e finalizou o banho.

Enquanto caminhava para fora do banheiro, suas mãos apertavam a toalha ao redor dos seus cabelos, secando-os parcialmente. Existia uma segunda toalha, branca, cheirosa e comprida ao redor do seu corpo, que usava para se cobrir enquanto caminhava até sua grande mala preta que deixou no canto esquerdo do quarto. Se agachou com calma, separando algumas peças de roupa, após escolher, separou um shorts dourado com lantejoulas e pedrinhas, uma camiseta branca com um urso estampado e uma sapatilha bege completou seu visual.

Tessa era uma menina pouco vaidosa, mas costumava passar sempre um brilho lábio em seus lábios, deixando-os ainda mais rosados e volumosos, além de fazer um delineado finíssimo de gatinho. Penteou seus longos cabelos loiros, os amassou suavemente com os dedos, formando alguns cachos bagunçados e finalmente saiu do quarto.

— Tessa Miller, não me faça subir até o seu quarto! — a ameaça da mãe a fez estremecer dos pés a cabeça.

Por mais desafiadora e rebelde que fosse, Tessa decidiu que não seria bom testar sua mãe naquela manhã. Após fechar a porta começou a cantarolar uma musica que estava em sua cabeça nos últimos dias, cruzou o corredor e desceu as escadas em passos calmos.

Assim que seus pés cruzaram a porta da cozinha, seus olhos foram até seu pai que carregava algumas caixas de papelão. A compreensão finalmente alcançou seus olhos e imediatamente seu rosto ficou triste, o dia da mudança havia chegado e uma nova cidade a milhares de quilômetros estava a sua espera, lembrar que deixaria para trás seus amigos, conhecidos, lugares que amava e que teria que se adaptar a uma nova cidade, a novas pessoas e novas coisas fez seu coração apertar um pouco.

— Que bom que já está de pé, filha — Marcos, o pai de Tessa lhe lançou um sorriso enquanto passava ao seu lado segurando com força duas caixas extremamente pesadas.

— E a mamãe por acaso deixa alguém dormir? — respondeu com um sorriso irônico recebendo um olhar feio da mais velha, que continuava próxima ao fogão, terminando de preparar os ovos. — Viu a chuva horrorosa que estava ontem a noite?

— Sim, um colega do trabalho disse que por causa da intensidade da tempestade, uma arvore caiu sobre seu carro.

As duas mulheres o encararam com os olhos arregalados, preocupadas.

— Mas ninguém se machucou e o seguro provavelmente cobrirá os estragos. — completou para acalma-las e sorrio antes de sair da cozinha, deixando as duas a sós.

— Filha, sente e toma seu café, temos que terminar de arrumar as coisas — Sarah instruiu com voz compassiva.

Tessa aceno, mesmo sabendo que sua mão não veria o movimento por estar de costas, focada na frigideira e os ovos mexidos, o cheiro estava delicioso e preenchia toda a cozinha, fazendo o estomago da mais nova roncar e sua boca salivar de vontade de prova-los.

— Precisamos comprar algumas coisas para a casa nova, estou pensando em decorações em tons de verde e azul — Sarah divagou contando a filha seus planos.

Durante alguns minutos mãe e filha conversaram sobre os planos sobre a nova casa. Sarah estava com altas expectativas e desejava finalizar logo aquele trabalho, enquanto o coração da mais nova batia doloroso com o pensamento de que nunca mais veria seus amigos e que todas as coisas ruins estariam prestes a acontecer.

Assim que terminou seu café da manhã, Tessa começou a árdua missão de ajudar os pais a terminarem de embalar todas as coisas dentro de caixas de papelão marrom ou colocar os objetos delicados em plástico bolha antes de ajuda-los a carregar as caixas para o caminhão de mudança. Duas horas depois, com gotas de suor escorrendo por sua testa e respiração ofegante, Tessa deu um meio sorriso orgulhosa ao ver que tudo estava guardado e que não existia mais trabalho para ser feito e isso aqueceu seu coração por alguns segundos, antes que percebesse que aquele seria o momento da despedida.

O nó que se formou em sua garganta a fez engolir em seco, seus olhos ficaram marejados e seus passos vacilantes até a porta a fez suspirar profundamente. Seu coração doía dentro da caixa toráxica, seu peito se apertava mais a cada passo que dava e se questionou internamente porque os pais decidiram essa mudança quando suas vidas estavam perfeitas da maneira que era.

Logo a voz de seu pai lhe explicando que a mudança lhes traria frutos positivos e que seria extremamente necessária preencheu sua mente e Tessa tentou se convencer de que as coisas poderiam ser como seu pai havia dito e que tudo ficaria bem no final, afinal de contas ela era apenas uma adolescente em uma nova cidade. O que poderia dar errado?

— Adeus, lar. Nunca esquecerei os momentos que tive aqui nessa casa, dentro desses cômodos — engoliu em seco, a voz sumindo sem que desejasse e limpou com os dedos uma lágrima rebelde que havia escapado por seus olhos — Adeus — sussurrou uma ultima vez enquanto trancava a porta de madeira, apanhou a chave e a deixou deslizar dentro do bolso.

Sem que conseguisse evitar, ao piscar os olhos diversas memorias invadiram sua mente. Momentos quando era pequena correndo por entre os corredores, quando decorou o quarto milhões de vezes, nunca realmente satisfeita e sempre em busca de mudança e coisas novas, ou quando possuía novos gostos e interesses, momentos com seu pai enquanto brincavam ou com sua mãe, ajudando-a na cozinha. Quando abriu os olhos novamente, percebeu que seu rosto estava banhado em lágrimas e fungou baixinho usando as costas da mão para limpa-las.

— Tudo bem, querida? — Marcos perguntou se aproximando da filha e a virou para que ficasse frente a ele, seu rosto se tornou uma dura expressão de preocupação ao ver a mais nova chorando e a puxou para um forte abraço.

— Estou, mas... — soluçou, chateada — sentirei saudades daqui.

— Eu sei — lamentou aumentando o aperto, dando o apoio que ela precisava antes de se afastar e olhar dentro dos olhos intensos, semelhantes aos dele — mas lá tudo será melhor, confie em mim. Seremos felizes e conseguirá fazer novos amigos, você é bonita, educada e esforçada, que doido não gostaria de tê-la por perto?

O comentário a fez rir e o coração do mais velho ficou um pouco mais tranquilo ao vê-la um pouco melhor.

— Você tem razão.

Marcos deslizou a mão até as costas da filha e os guiou em direção ao carro preto que estava estacionado na calçada, onde a mãe já ocupava seu lugar no banco de passageiro e os observava de longe em silêncio. Ambos entraram, pouco tempo depois o motor do carro havia sido ligado e a viajem começo.

O caminho havia sido difícil e longo, Tessa adormeceu durante algumas horas depois de ficar imersa em pensamentos e ideias, cinco horas depois, seu pai a despertou com um toque gentil, para avisar que finalmente haviam chegado. Tessa coçou os olhos lentamente, despertando, ainda sonolenta desfez o cinto de segurança e saiu do carro, olhando curiosa ao redor, já que não fazia ideia de como seria a casa nova.

Seus olhos azuis brilharam ao ver a entrada da casa, ao que pode perceber estavam em um condomínio belíssimo e sofisticado, muito mais bonito do que o que moravam antes. A casa possuía tons de azul-bebê e verde oliva e isso a fez sorrir, já que eram suas duas cores favorita em todo o mundo. Uma cerca branca contornava a entrada da casa, sendo seguido por um belíssimo jardim com um gramado esverdeado e rosas vermelhas, contemplou a porta da garagem, igualmente verde e pisou com cautela no caminho cheio de rochas coloridas.

— É muito lindo... — sussurrou inebriada olhando para duas arvores, uma em cada lado do jardim e imaginou quantas coisas poderia plantar, se desejasse, poderia até mesmo criar uma horta e cultivar algumas coisas que gostava.

Tessa sentiu uma mão repousando sobre seu ombro, olhou por cima dos ombros vendo o sorriso no rosto de sua mãe e piscou ao ver a chave dourada estendida na sua direção.

— Faça as honras e abra a porta.

Seus dedos apertaram o molho de chaves, sentindo o gelado do metal antes de acenar positivamente começando a caminhar em direção a porta. A cada passo que dava jurava que podia ouvir o coração batendo forte dentro do peito, quando finalmente quebrou toda a distancia, enfiou a chave na maçaneta e deslizou os dedos empurrando lentamente a porta, quando tomou coragem, ergueu a cabeça e encarou o interior da casa, seus olhos ficaram arregalados e seu coração falhou uma batida. Isso não podia ser real...

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