Naquele dia, Derek Corleone nasceu. Pele alva, cabelos escuros como a noite e olhos negros profundos. Um bebê lindo, assustadoramente intenso. Mas, desde o primeiro choro, sem amor do seu pai.
Cresceu cercado por mafiosos armados, políticos corruptos e prostitutas de luxo. Nunca acreditou no amor - só no poder e no dinheiro. Desde cedo teve tudo o que queria, como compensação pela ausência de um pai que passava os dias bêbado e as noites com uma mulher diferente.
Aos 10 anos, Derek já lidava com o negócio da família: tráfico, drogas, prostituição. Com uma Glock na cintura e uma frieza que assustava. Aos 13, matou pela primeira vez. Aos 15, seu nome era temido. Aos 18, entrou para a política. Aos 24, controlava metade do tráfico mundial. Mas aos 28... precisava conquistar algo que não se compra: votos de gente decente. Família, estabilidade, imagem.
Mas como? Sem esposa, sem moral, sem limites.
~18 anos antes~
No mesmo hospital onde Derek nasceu, exatamente 10 anos depois, nasceu Anna Romanoff. Seus olhos verdes como jade, cabelos dourados como o sol. Trouxe consigo a luz para os pais que há duas décadas sonhavam com um filho.
Criada em uma mansão, rodeada de amor, boas escolas, igreja aos domingos. Amava museus, literatura e sonhava com um casamento por amor. Orava por seu "príncipe encantado" - e prometia esperá-lo até a noite de núpcias.
Aos 10, foi premiada como a melhor aluna. Aos 15, teve uma festa dos sonhos, com direito a carruagem e um "príncipe" famoso.
Aos 17, era editora do jornal da escola. Aos 18, cursava moda, era líder de torcida, tinha aulas de etiqueta e frequentava debates. Vivia como uma princesa dos tempos modernos.
Mas rapidamente tudo poderia mudar em um dia comum, Anna acordou cedo. Batida de morango com whey no café. Beijo na testa dos pais. Dia cheio: yoga às 8h, dermatologista às 9h e tecidos para a faculdade às 10h.
Deslizava pelos corredores da loja com o celular em mãos, editando vídeos para o Instagram. Sentou-se em uma cafeteria chique, focada em mostrar sua vida perfeita.
- Anna Romanoff, não é?
Ela ergueu o olhar. Um homem estranho, com capuz e barba malfeita, parou à sua frente. Ela recuou, desconfiada.
- Sim. Em que posso ajudar?
- Você vai se levantar, sair calmamente da cafeteria, e entrar no carro que te espera do outro lado da rua.
Ela congelou. As mãos suaram. O coração disparou.
- O quê?
- É surda? - ele rosnou, puxando uma faca discretamente.
Antes que ela reagisse, um homem sentado à mesa ao lado se levantou. Alto, ombros largos, cabelo escuro molhado caindo na testa. Apesar da camisa social preta, uma tatuagem aparecia em seu pulso. Ele mostrou discretamente uma arma.
- Senhor? Derrubou isto aqui...
Em segundos, o sequestrador foi imobilizado. Três homens de terno o arrastaram para fora. Anna ficou em choque, respirando com dificuldade.
O homem se virou para ela:
- Você é a Romanoff?
- P-por favor... não me machuca. Eu só quero ir pra casa.
- Sem problemas. Eu levo você.
- N-não... Eu chamo um carro...
- Tudo bem. Eu acompanho.
O carro chegou. Mas atrás dela, uma Porsche 911 preta e outros quatro veículos blindados a seguiam. Na frente da mansão, Anna se virou para ele:
- Obrigada por garantir minha segurança. Já estou em casa.
- Que bom. Mas vim falar com seus pais.