- Dá para fechar os olhos, por favor? - irrita-se Henry. - Não sei nem o que estou fazendo aqui. Como é que uma menina da sua idade, linda desse jeito, não sabe nem mesmo beijar na boca? Você vivia onde? Num um convento? - pergunta, cada vez mais irritado. No entanto, minha atenção firma-se somente até a parte em que fui elogiada. Até porque não é todo dia que um cara como esse me dirige a palavra, ainda mais para chamar de linda.
- Menina, eu estou falando com você! - Assusto-me com o aumento no tom da sua voz.
- Desculpa, estava distraída – justifico-me, sem jeito. - E para de me ofender. Óbvio que já fui beijada. - Esse é o termo correto. Os poucos e desastrosos beijos foram mais para tentativas dos garotos de literalmente me engolir do que propriamente um beijo.
Então, não é uma mentira completa. Aos dezessete anos não beijei, mas fui beijada, ou pelo menos algo parecido com isso.
- E só para você saber, posso até ser virgem, mas ganhei o título de maior beijoqueira do colégio, dá para contar nos dedos as bocas que eu não tenha beijado - minto.
Deus! Título de maior beijoqueira?
Será que eu não poderia ter inventado uma mentira menos idiota?
Mas pensando bem, melhor isso a ter de confessar que nunca experimentei um beijo de verdade. Não quero correr o risco de ele desistir de mim, quer dizer, da minha vagina.
- Está certo, então vamos a lição número 1. - Aproxima-se subitamente. - Vamos ver se sabe mesmo como usar a língua. Vem, mostre-me o que sabe fazer com essa boquinha atrevida já que tem tanta experiência com beijos. – A voz falada bem próxima ao meu ouvido, arrepiando-me até a alma.
-Tudo bem - falo com a propriedade de uma pessoa que sabe o que está fazendo, mas que na verdade está se borrando de medo. E se eu morder a língua dele? – tardiamente questiono-me ao sentir o corpo masculino colado no meu.
- Feche os olhos, minha gata - pede com a voz macia. - Isso, agora abra essa boquinha rosada que a nossa aula vai começar.