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O Príncipe de Sofia

O Príncipe de Sofia

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5 Capítulo
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Sinopse

Índice

O ano era de 1990, a jovem sonhadora Sofia McLaren havia se apaixonada perdidamente pelo filho de um rico fazendeiro local, garoto pelo qual ela suspirava apaixonadamente e fantasiava com a família perfeita. Suas amigas chamavam-na de lunática desesperada por atenção, nenhuma delas acreditava que Sofia fosse sequer namorar aquele lindo menino, mas, todas estavam enganadas. Em 1995, no auge de seus 16 anos, Sofia enfim conquistou o coração do seu príncipe encantado, Heitor Montgomery, e diferente do que havia sonhado por longos e cansativos 5 anos, seu relacionamento estava muito longe de ser tido como perfeito e seu casamento estava ainda mais distante de ser tido como feliz. Heitor Montgomery não era o príncipe pelo qual Sofia havia se apaixonado.

Capítulo 1 Início.

Quando se fala no Estado da Califórnia, as pessoas lembram apenas de grandes e famosas cidades como Los Angeles e San Francisco, bem como seus incríveis e cobiçados pontos turísticos, os grandiosos estúdios de filmagens conhecidos por todo o mundo, as belas, encantadoras e esbeltas atrizes renomadas e belos galãs de um clássico filme de Romance ou ação, o homem perfeito, que quase todas as mulheres desejavam se casar, não deixando escapar sobre a agitada e divertida vida noturna, vida noturna esta que, é o sonho de muitas pessoas.

Mas, muitos esquecem que o Estado da Califórnia é muito maior e muito mais que apenas Los Angeles e San Francisco, a maioria esquece que um Estado é composto por pedaços de terra de tamanhos variados, sendo eles do pequeno ao grande, como é o caso do pequeno pedaço de terra denominado de Needles, uma cidade que está localizada no Condado de San Bernadino, envolto nos perímetros do Estado da Califórnia.

E é exatamente na pequena e invisível Needles, em um bairro considerado suburbano, onde os moradores possuem condições financeiras consideradas baixas e empregos que quase não são capazes de suprir suas necessidades mais básicas, que a história de Sofia McLaren ocorre.

Sofia McLaren é uma menina de 11 anos de idade, com um cabelo ondulado de cor amarelada (quase que oxigenado) que chegam até a altura de seu busto, sua pele pálida é repleta de sardas, ela tem grandes olhos que destacam ainda mais sua íris ocular que é de um tom de azul muito parecido com o tom das águas da Baía do Sancho (localizada ao oeste do Morro Dois Irmãos em Fernando de Noronha) e, uma grande mancha avermelhada em seu rosto que dá início um pouco acima de sua sobrancelha direita, passando por metade de seu nariz (também ao lado direito), finalizando um pouco depois de seus finos lábios infantis.

Esta mancha é popularmente conhecida como "Vinho do Porto", e ocorre graças à má formação de alguns pequenos vasos sanguíneos, tendo uma pequena alteração em sua coloração, que vai do avermelhado mais claro ao roxo, a mancha de "Vinho do Porto" que Sofia tem em sua face, é de um avermelhado bem clarinho, deixando a mesma bem visível, só podendo ser disfarçada com maquiagens. De um modo geral, Sofia é uma menina bonita, mas, que infelizmente sofre bullying de seus colegas de classe e de algumas crianças de seu bairro por conta desta grande e nada discreta mancha de "Vinho do Porto", sequer seu lindo cabelo loiro e olhos azuis, são capazes de evitar apelidos como o de "Filha do Diabo" ou, comentários como, "Você é muito bonita, mas, essa 'coisa' no seu rosto é tão nojenta".

- Lilly? - grita Sofia após sair pela velha porta dupla da pequena escola em que estuda. - Para onde você está indo? - corre na tentativa de alcançar uma de suas melhores amigas. - Liliana! - chama novamente pela amiga só que desta vez com o tom de voz mais repreensivo, Sofia após alcançar Lilly segura firmemente em seu braço direito fazendo com que a outra vire de frente para ela.

- Meu pai vai me matar! - Lilly respondeu após puxar seu braço direito da mão de Sofia. - Ele está fazendo hora extra no trabalho só para pagar uma pessoa para me ensinar as matérias, para fazer com que eu vá bem nas provas e consiga ser alguém na vida. - abre o zíper da parte mais espaçosa de sua mochila cor de rosa e estampa de pirulitos e tira de dentro dela um papel completamente amassado. - E mesmo assim, eu ainda consigo tirar notas como esta! – empurra com força o papel amassado que havia acabado de pegar em sua mochila e, pressiona fortemente no tórax de sua amiga.

Lilly voltou a caminhar de forma rápida e furiosa, pisando fortemente na verde e recém-aparada grama que cresce nos arredores da escola, Sofia, por sua vez, permanece parada no mesmo lugar em que acabara de confrontar a amiga e, analisa atenciosamente a prova de Geografia que lhe foi entregue. A prova têm 15 questões, sendo 10 delas questões fechadas (de múltiplas escolhas) e as 5 restantes sendo questões abertas (para justificar suas respostas de forma escrita), Sofia definitivamente não é a garota mais inteligente da escola, sequer consegue tirar a nota máxima nas matérias mais bobas, como a de Educação Física, mas, mesmo com um boletim repleto de notas medianas e nada destacável, Sofia acaba que ficando embasbacada com as respostas marcadas e escritas por Lilly, até mesmo as mais fáceis e óbvias questões ela foi capaz de errar, tendo acertado apenas duas questões fechadas que provavelmente ela acabou chutando e acertando por consequência, rendendo uma nota nada agradável. 1,5 em uma prova com o valor de 10 com certeza acabou de colocar Lilly em uma difícil recuperação.

Liliana ou, Lilly, como suas amigas chamam-na é uma menina de 13 anos que apesar de sua beleza exótica não consegue se dar bem quando se trata dos estudos. Ela tem um lindo e ondulado cabelo ruivo com fios que atingem a altura de sua cintura, quase toda a extensão de sua pele pálida é coberta por sardas, seus olhos, diferente dos olhos de Sofia, são pequenos e tem uma coloração de verde bem claro. Lilly tem todos os atributos para ser uma garota popular na escola, mas, mesmo assim, ela também sofre com apelidos maldosos que, muitos zoam sua dificuldade no aprendizado, riem de todas ás vezes que ela recebe uma nota abaixo do aceitável para passar nas matérias, e é assim desde a primeira vez que ela perdeu de ano.

- Conseguiu descobrir porque a Lilly surtou e saiu da sala? - Adélia chega silenciosamente perto de Sofia que, ainda estava distraída olhando a prova, toca em seu ombro de maneira abrupta o que assusta Sofia de imediato.

- Que susto Adélia! - repreende Sofia enquanto tenta tirar o emaranhado de fios loiros que insistentemente o vento sopra para frente de seu rosto, impedindo parcialmente que sua visão sobre seu redor seja nítida. - Ela não foi bem na prova de Geografia... - estendeu a mão para que a Adélia pudesse pegar o papel que está quase que voando da mão de Sofia por causa do vento.

- Essa nota é péssima! - opina Adélia após olhar para a nota que está rabiscada no topo da prova com uma caneta vermelha e de ponta grossa. - Ela errou até mesmo as questões mais fáceis. - balança a cabeça negativamente, fazendo com que os cachos de seu cabelo castanho escuro balance com o auxilio do vento forte. - De onde surgiu essa ventania toda tão de repente? - reclama enquanto estende a mão para entregar à prova para a Sofia. – É início de verão, olha o calor que está fazendo, não era para estar ventando tanto! – reclama mais um pouco e cruza os braços.

- Isso não é hora de pensar em qual momento essa ventania apareceu e muito menos pensar de no verão! - Sofia abre o zíper da parte maior de sua mochila preta e sem estampa, onde guarda a prova dentro da capa dura de seu caderno. – Que se dane o vento Adélia! – lança um olhar nada satisfeito para a amiga.

- E você pretende fazer o quê, salvadora da pátria? – continua com os braços cruzados e faz uma expressão desafiadora, acompanhada com um tom de voz cheio de deboche.

- Precisamos ajudá-la! - argumenta gesticulando exageradamente enquanto seu cabelo chicoteia o ar e seu rosto. – Ela precisa passar na prova de recuperação, se não ela não vai poder sair conosco durante as férias de verão. – Sofia coloca a mão em sua cintura e aguarda uma resposta positiva de Adélia.

- A Lilly é burra igual uma porta. - responde rapidamente e sem parecer ter qualquer tipo de remorso por sua fala. - Ela já está tendo aulas particulares e não aprendeu nada com elas, não sou eu, nem você e muito menos a Adelina que vai conseguir fazer com que aquela cabeça de vento aprenda, nós não somos professoras e esta não é nossa função. - Adélia altera seu tom de voz, só que desta vez, seu tom foi mais agressivo e autoritário, e sem ao menos deixar com que Sofia continue a falar, a garota simplesmente vira as costas e sai desfilando pelo gramado. – Desculpa! – Adélia vira seu corpo para encarar Sofia e, movimenta sua boca sem deixar com que o som de sua voz saía, para que a mesma faça uma leitura labial da palavra “desculpa”.

- Você não era assim! – sussurra Sofia depois de ver que Adélia tinha se juntado ao seu mais novo grupinho de garotas e garotos populares.

Adélia e Adelina são irmãs gêmeas univitelinas (gêmeas idênticas), de também 11 anos de idade. Adélia, de acordo com as irmãs, é a mais velha por questão de 5 minutos, ela tem uma pele negra não muito retinta, cabelo cacheado quase que crespo e castanho escuro, nele, ela faz um corte curto para que o mesmo fique com um aspecto mais armado, seus olhos assim como os da Lilly, são pequenos e sua íris é "tingida" de um castanho claro (que mais remetem ao mel da abelha), o que traz ainda mais destaque para seu fino rosto. Adelina por ser a "cópia" de Adélia, tem as mesmas características da irmã mais velha, mas, com duas pequenas diferenças, seu cabelo é um pouco mais comprido, sendo mantido alisado com processos químicos e tem um corte em formato de "V" e que atinge a altura um pouco acima de seu busto. Diferente das outras amigas, as gêmeas são as mais populares do grupo, elas são as únicas do quarteto que fazem parte do grupo das líderes de torcidas e que não possuem qualquer tipo de apelido maldoso, seja pela aparência ou dificuldade no aprendizado.

O sol nesta tarde de quarta-feira está dolorosamente quente, o termômetro que fica em frente à pequena escola, marca a temperatura de 36°C (96,8 °F), o vento que outrora balançava seus fios capilares, agora não passam de um sopro de ar quente e extremamente abafado, os invisíveis raios solares começam a queimar a pele pálida e com pouca melanina de Sofia, a mesma ajeita a mochila em seus ombros, vira sua cabeça uma última vez para o lado e olha com os olhos estreitos por causa da claridade, na direção onde as gêmeas então sentadas com um grupo de amigos que tanto Sofia, quando Lilly, não têm em comum com Adélia e Adelina, elas estão usando seus famosos e conhecidos uniformes de torcida e estão rindo e gesticulando freneticamente enquanto conversam com aquelas pessoas socialmente cruéis.

Sofia abaixa sua cabeça e balança negativamente ao terminar de ver esta cena, ela está chateada e bastante decepcionada com a atitude de Adélia, parecia que a cada dia que se passava e a popularidade das gêmeas crescia, mais esnobes e distantes elas ficavam de suas velhas e verdadeiras amizades. Ainda pensando em como ajudar sua amiga, Sofia ajeita a mochila em seus ombros novamente e começa a caminhar lentamente na direção da calçada, até que por azar do destino, a menina acaba pisando em pano com estampa xadrez de cor vermelho e branco que está estendido sobre a grama recém-aparada.

- Você por um acaso é cega também? - uma menina de cabelo preto e curto, com roupa de líder de torcida e que está sentada no pano estendido sobre a grama com a companhia de seu namorado popular, grita a plenos pulmões enquanto levanta furiosamente para ficar frente a frente com Sofia, essa é a capitã Anna.

- Desculpa Anna! Eu não queria fazer isso. - Sofia tenta desviar da menina que está parada de braços cruzados em sua frente e falha em sua tentativa. - Por favor, eu não quero brigar, só quero ir embora para minha casa, já te pedi desculpas. - morde a parte inferior de seus lábios a fim de controlar seu nervosismo.

- Me explica como que você não viu que eu e meu namorado estávamos fazendo um piquenique bem aqui, sendo que você estava olhando para o chão? - questiona a garota ainda com os braços cruzados e semblante debochado, dando ênfase nas palavras "meu namorado, aqui e você".

Sofia respira fundo e não fala absolutamente nada, apenas agarra fortemente a alça de sua mochila, vira as costas para sua “oponente” e sua panelinha que já formava um circulo afim de ver a briga mais de perto, caminha com confiança dando firmes passos na grama, ao passar lado a lado das gêmeas que apenas observava toda a cena com curiosidade e risadinhas, Sofia balança a cabeça negativamente e lança um olhar de decepção para as mesmas que logo cortam o contato visual. Elas não são mais as mesmas.

Aos poucos, a multidão que havia se formado para observar o bate boca de Sofia e Anna, dispersou e logo, todos já cuidavam de suas vidas normalmente. Sofia não caminha rapidamente para a parte dos fundos de sua escola, ela não quer ter que encarar mais as provocações de Anna e nem de seus amiguinhos, então, resolveu ir para o lugar onde sempre ficava quando estava triste ou chateada, o velho parque que há anos não é usado por causa das condições pelos quais o mesmo passou.

“Este parque está interditado por motivos de segurança para com os nossos alunos.”

- Como assim? – pergunta para si mesma quando vê uma alta cerca envolvendo o velho parque e impossibilitando sua entrada e uma placa retangular amarela com letras pretas no qual contém um recado. – Quando que eles fizeram isso? – colocou a mão na cabeça e suspirou desapontada.

- Sofia! – uma voz conhecida chama pelo seu nome, mas, a mesma ignora. – Você não pode ficar chateada conosco! – Adelina caminha e para na frente de Sofia que, rapidamente vira de costas para a mesma.

- Eu não estou chateada com ninguém! – começa a caminhar e tenta se distanciar de Adelina.

- Sim, você está! – Adelina corre e abraça Sofia por trás. – Este era o lugar que você vinha quando estava triste. – aperta ainda mais seus braços ao redor da amiga. – Sinto muito. – olha rapidamente para a cerca que protege o parque e logo em seguida para a placa chamativa.

- Por que você está aqui? – pergunta enquanto tenta proteger os olhos do sol. – Não deveria estar rindo de mais algum pobre coitado junto com suas amigas novas?

- Não fala assim Sofia! – choraminga Adelina enquanto faz beicinho para tentar comover a Sofia. – E... – abre um largo sorriso e caminha para o lado de sua amiga. – Vim te convidar para passar as férias de verão lá na fazendo onde meu pai trabalha, meu pai disse que o patrão dele que convidou nossa família e, ainda deixou levar visita. – coloca cuidadosamente o braço direito ao redor do pescoço de Sofia e logo ambas começam a caminhar lentamente.

- Eu não posso ir sem a Lilly, e eu sei que se ela não passar na recuperação, o pai dela não vai deixa-la ir. – argumenta enquanto tira violentamente o braço de Adelina do seu pescoço.

- Eu posso resolver isso, mas, só se você confirmar que vai conosco para lá. – volta a colocar seu braço em volta do pescoço de Sofia e, desta vez elas permanecem paradas.

- Tenho que falar com meus pais! – Sofia dá de ombros, tira novamente o braço de Adelina de seu pescoço e caminha rapidamente a fim de afastá-la.

- Ótimo! – grita Adelina antes de perder Sofia de seu campo de visão.

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