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Pain (Dor)

Pain (Dor)

5.0
4 Capítulo
54 Leituras
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Sinopse

Índice

"Há dor em todo lugar, seja em gestos, palavras, músicas ou em um lugar bem fundo de nós. Mais á dor sempre estará ali...Doendo de uma forma dolorosa. E será assim que irei me lembrar de você, o grande amor e maior dor da minha vida." Essa história conta a vida complicada de uma adolescente que enfrenta seus diversos problemas com a sua coragem e determinação própria, ela descobre o amor e aprende que não existe amor sem dor. "Toda vez que você diz sim, querendo dizer não, morre um pedacinho de você." - Albert Einstein

Capítulo 1 Tudo será diferente, ou talvez... não seja.

Lívia Sea

Acordei e fui direto para o chuveiro tomar banho logo em seguida me arrumei e desço para tomar café. Embora eu já esteja acostumada a me atrasar, hoje parece não ser um bom dia para isso. Desço às escadas tropeçando e com a escova de dentes na boca e o Guilherme me olha.

— Já está pronta?

—Não! -Respondo tirando a escova da boca e logo em seguida corro pra calçar meu par de tênis vermelhos.

—Ah não Lívia! De novo! Eu não quero me atrasar hoje. -Diz me olhando sério e eu o ignoro e vou correndo para a pia da lavanderia enxaguar a boca, assim que enxaguo minha boca saio correndo para colocar meu café, açúcar e leite dentro da minha garrafa térmica.

Assim começo a sacudir o café que está dentro da garrafa térmica para misturar tudo e enquanto sacudo mando mensagem para a Luíza que é a minha colega de sala.

Finalmente, depois de me atrasar, consigo pegar minha mochila e saio segurando os tênis e o Guilherme me olha.

—O que aconteceu com você? Você está parecendo que saiu de dentro de uma garrafa de tão amassada que está. -Me olha enquanto calço os sapatos em pé e quase caindo.

Chegando na escola quando estou perto de passar pelo portão, a moça que fiscaliza os alunos me barra e me diz que eu não vou entrar por causa dos meus tênis vermelhos.

— Por favor! Deixa-me entrar!

—Não!

— Oh Guilherme ajuda aí mano! Hoje eu tenho teste de matemática. -Imploro para o Guilherme que me olha dando risada e eu retribuo mostrando o dedo do meio para ele que entra e me deixa do lado de fora.

Fico esperando no lado de fora até a diretora aparecer e me liberar para entrar, apesar de eu ser prima da diretora não se pode ter privilégios e esquecer dos outros. Subi às escadas correndo e fui até a minha sala e por sorte a aula de Sociologia ainda não tinha começado.

— Olá turma! -Diz num tom alegre adentrando a sala e eu reviro os olhos.

—Como estou de bom humor hoje, vocês terão um trabalho maravilhoso para fazer em grupo. -Diz o meu professor de sociologia que eu odeio.

—Lívia, Luiza, Bianca e Isabelle. -Aponta para nós.

—Vocês são o 1º grupo, juntem as mesas de vocês. -Após alguns minutos todas nós nos juntamos.

Pra ser bem sincera eu não sei o porquê os professores insistem em fazer trabalho em grupo sendo que a maioria da sala se odeia e isso só causa mais discórdia entre os alunos. Talvez eles gostem de ver o circo pegando fogo.

—Olá, meu nome é Bianca Nunes! -Se apresenta sorrindo.

— Oi Bianca. -Olho pra ela com feição de poucos amigos, afinal não sou muito de socializar para qualquer pessoa aleatória.

—Isabelle você é muito engraçada! -Diz rindo das palhaçadas da Isabelle.

Em partes fazer aquele trabalho estava sendo legal, pois nós quatro rimos horrores durante o preparo do trabalho. A Isabelle só sabia fazer palhaçada para fazer com que todas nós ríssemos e sinceramente talvez isso me faça bem, socializar com pessoas diferentes.

Cheguei em casa e nada parecia estar diferente dos outros dias, além do meu cansaço extremo, já era umas 12:00 horas do dia e eu estava morrendo de fome. Peguei minha comida que estava na geladeira e esquentei no micro-ondas e fui direto pegar o meu celular para ver se tinha mensagens do Henrique. Após ouvir o barulho do micro-ondas que sinalizava que a comida já estava pronta, deixei o celular em cima da mesa e fui pegar a comida e após alguns minutos almocei e fui tomar banho e tirei uma soneca até umas 17:00 da tarde. Eu acordo procurando uma mensagem que eu sei que eu não vou receber tão cedo... a do Henrique!

Eu e o Henrique somos namorados virtuais, nós nunca nos vimos e muito menos ficamos juntos pessoalmente, e eu não sei o que nos impede disso. Talvez seja por que a minha mãe tem paranoias e medo de que eu desapareça da vida dela, tanto que ela não me deixa ir no terceiro quarteirão da nossa rua. Eu sou a única coisa que a minha mãe tem na vida!

Eu e o Henrique temos 1 ano e 3 meses de namoro. Para mim ele continua sendo o garoto fofo que eu conheci, porém nós temos os nossos momentos difíceis em que um se apoia no outro e logo depois briga por besteira; o meu problema com o Henrique é somente as drogas que ele constantemente usa por conta da depressão forte que ele tem. Eu também tive depressão e tudo isso começou quando eu tinha 10 anos de idade e foi após o abuso sexual que eu sofri durante anos. Então a depressão fez com que eu me aproximasse do Henrique tornando todo o nosso relacionamento em um relacionamento tóxico e abusivo e que ao mesmo tempo que eu queria enxergar, eu não conseguia enxergar por ter medo de deixá-lo sozinho ou de ficar sozinha e perdida por que querendo ou não ele sabe tudo de mim e ele me conhece muito bem! Eu e ele éramos uma “Esperança” um pro outro e ele era mais a minha do que eu a dele. E eu não queria enxergar o que estava errado ali por que eu tinha medo! Medo de perder ele e de me perder; o amor que eu sinto por ele tinha se tornado algo tão forte que eu não podia controlar. Algo que eu não posso controlar!

Eu estava lembrando do meu dia e acabei me lembrando de onde eu conhecia a tal Bianca.

Lembrança:

—Oi Lívia! -Vejo o Danilo que é um conhecido meu e lhe dou um leve aceno.

—Conhece a Bianca? -Ele grita do outro lado da rua e vejo que a garota que estava com ele estava sem graça.

—Não! -Respondo olhando para ele por que não entendi absolutamente nada e depois sigo o meu caminho e a Bianca que vinha caminhando logo atrás de mim.

Eu já conhecia á Bianca, á algum tempo eu me lembro de conhecê-la na minha 1ª escola. Só não lembrava que ela conhecia o Danilo. Só acho estranho tudo isso, as pessoas que estão na minha vida sempre estão conectadas de alguma forma, o que chega a ser mais que bizarro.

O Danilo é o meu vizinho e ele até que é bonito, porém não desperta nenhum interesse em mim. E é óbvio que eu namoro, e eu não tenho olhos para ninguém além do Henrique. Como eu disse. O que eu sinto pelo Henrique é difícil de controlar, ele me faz perder os sentidos e o meu controle mental.

Ok! Eu não recebi nenhuma mensagem do Henrique até... meus pensamentos serem interrompidos por um barulho de notificação e eu olhar o visor e ver que era ele.

Visor do celular /:📲

Amor❤️- Oie amor, acabei de chegar e estou bastante cansado. Eu ligo ou você liga?

Eu- Eu ligo!

Após respondê-lo resolvi ligar para ele que me atende com uma voz bem ofegante e cansada.

Ligação:📞

"Amor, hoje foi um dia incrível e você não tem ideia. -Diz com a voz rouca por conta do cansaço."

"Imagino amor" -Respondo

Bom, eu já vou indo. Eu te amo! Dorme bem! Se cuida! Fica com Deus! E sonha comigo. -Diz bocejando no final.

Eu o respondo e ele adormece na ligação e eu continuo acordada pensando enquanto ouço o ronco dele na chamada.

Parece que já virou um costume dormir com ele na ligação. De qualquer forma amo dormir com ele por ligação, assim eu me sinto cada vez mais perto dele mesmo estando á quilômetros de distância. Eu e ele nos conhecemos por acaso e ele namorava com uma garota, o que me faz tentar imaginar o porquê que ele terminou com alguém que ele podia ver todos os dias, por alguém que ele nunca viu na vida. Isso me deixa intrigada sempre que as paranoias vêm na minha cabeça e me faz se sentir culpada.

As vezes tenho certeza de que tem um outro alguém na jogada; toda vez que ponho algo na minha cabeça, na maioria das vezes eu tenho razão daquilo.

O Henrique faz parte de uma época muito complicada da minha vida e eu sou grata a ele por não ter me abandonado quando teve a chance disso.

Quando menos percebi já era 6 da manhã e então eu resolvi levantar e fazer minhas higienes, pelo visto hoje não irei me atrasar. Não sei se isso é bom ou ruim, porém eu tento relevar tudo isso e fingir que tá tudo bem com as minhas paranoias diárias.

Desligo a ligação com o Henrique e vou tomar café, o Guilherme desce e eu já estou pronta.

—Já está pronta ou eu estou vendo coisas? - Eu reviro os olhos e faço careta e ele ri.

Eu e o Guilherme moramos juntos e ele é o meu primo, nós dois até temos algumas semelhanças. Inclusive no modo de se vestir, eu não visto muito roupas femininas até por que eu não me sinto confortável nelas. Após o abuso eu me recuso a usar roupas femininas por conta de receber alguns olhares maldosos na rua. Isso é bastante comum entre mulheres e quando vejo isso me dá uma raiva tremenda de homens que são totalmente desnecessários em vários comentários maldosos. Eu sei que não devia me privar da minha feminilidade por conta de macho escroto, porém eu gosto de me vestir assim também e me faz me sentir confortável, e eu acho que o que vale é você se sentir você mesmo sem se importar com o que as pessoas dizem ou não.

Após eu tomar café eu fui direto pra escola com o Guilherme e ri o caminho inteiro por conta das palhaçadas dele.

Cheguei na escola e me sentei com as meninas, percebi umas olhadas da Bianca para mim e ignorei. Não sei se é neura minha mais essa garota é muito estranha.

—Amiga vamos no shopping hoje? -A Luiza me pergunta e eu á respondo.

—Não sei não hein... eu acho que o Henrique e eu vamos ficar conversando hoje á tarde.

—Sério mesmo que vai dar importância pra esse garoto que você nunca viu? -Sinto o desprezo que ela expressa ao dizer aquelas palavras.

Ah mais aquelas palavras me quebraram por dentro...minha melhor amiga acaba de jogar na minha cara algo que realmente é real... porém não era necessária toda essa cena, mas eu não vou aceitar isso.

—Quem disse que eu nunca o vi? -Eu retruco e ela me olha e quando menos percebo vejo a Bianca em cima da gente e entrando na conversa.

—Quem é esse garoto? -Pergunta curiosa.

—O Web namorado dela. -A Luiza diz caçoando de mim como se fosse uma piada.

—Ele não é meu Web namorado, eu e ele já nos vimos 3 vezes. -Digo tentando amenizar o papo.

— Jura? Me conta então! - A Luiza debocha mais uma vez e eu não aguento e acabo retrucando com mentiras.

—Eu já fui pra casa dele e já conheço praticamente a família todinha dele.

—Qual o nome dele? -A Bianca pergunta.

—Henrique. - A Luiza diz antes mesmo de eu conseguir falar algo.

—Hm... - A Bianca diz com uma feição de deboche.

Quando eu disse que o Henrique me fazia perder a minha sanidade e conseguia me descontrolar mentalmente, era disso que eu estava falando.

Após horas conversando e após muita conversa sobre mim e o meu relacionamento e coisas que nunca aconteceram, bateu o sinal e fomos todas juntas pra casa. A Isabelle não tinha ido a aula hoje e eu meio que me preocupei com isso, por que não era comum ela faltar aula.

4 semanas depois:

Eu e a Luiza já estávamos ficando “íntimas" da Bianca, mas eu nem tanto até por que eu não consigo confiar nela. Algo nela me diz que ela não é uma pessoa em que se deve confiar; ela é do tipo de pessoa que manipula as pessoas e observa e quando é o momento ela solta coisas que não é beneficiário pra você, ela é do tipo de pessoas que gosta de ver você se dar mal e faz de tudo pra conseguir isso.

Hoje eu tive uma ótima aula, embora eu tenha percebido que a Bianca estava mais próxima da Luiza e que a Luiza já não estava mais se importando com minha presença ali.

Na hora de irmos embora a Bianca foi conversar com um menino, e eles pareciam se conhecer a muito tempo, não dava pra ver muito bem como ele é. E então eu o avistei vindo na minha direção e a direção da Luiza.

—Gente esse aqui é o Mateus! -Apresenta um garoto de cabelos pretos lisos e aspectos de linhagem indígena.

—Oi... - A Luiza responde e ele me olha e permanece com seu olhar voltado para mim.

—Oi... -Eu respondo e olho fixamente para ele e sinto como se em meu estômago estivessem borboletas voando.

Após essa apresentação vergonhosa fomos andando o nosso caminho, e eu percebi que o tal Mateus não tirava os olhos de mim. Acho que ele percebeu que eu não dava uma palavra e nem opinava sobre o que a Bianca e a Luiza estavam conversando.

Eu então me despedi e fui andando até chegar perto da minha casa e percebi que o tal garoto estava vindo logo atrás de mim.

Ele vem andando conforme eu vou caminhando ele vem e me alcança e eu paro e o encaro.

— Por que você está me seguindo? -Eu pergunto e ele me encara e me responde.

— Eu não estou te seguindo, eu estou indo pra casa igual a você.

— No mesmo caminho? Sério?! E como você sabe que eu estou indo para casa?

—Ué, não pode? E eu imaginei que você supostamente estaria indo para casa porque eu sempre te vejo por esse caminho.

— Eu estou com medo de você, você é algum tipo de stalker?

— Stalker não, eu diria que... um bom observador!

— Ok, isso não amenizou o medo que eu estou sentindo de estar falando com um suposto estranho que supostamente me “observa”. -Eu olho para ele que sorri quando eu digo aquelas palavras.

— Tem uma coisa que eu quero saber de você. -Ele me pergunta e me olha e eu o encaro.

— O que? -Pergunto totalmente intrigada.

— O seu nome, qual é?

— Porque te interessa tanto o meu nome? -Eu pergunto para ele.

— Porque sim. -Ele responde.

— Minha mãe me disse para não falar com estranhos. - Eu dou às costas e saio caminhando e ele me grita e eu me viro novamente para a direção ele.

— Qual é? Não vai mesmo me dizer o seu nome? -Ele pergunta novamente enquanto estamos há quase 500 metros de distância.

— É Lívia! -Eu grito e antes de me virar vejo o sorriso nos seus lábios quando o respondo sobre o meu nome.

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