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Um Sonho - Esperança!

Um Sonho - Esperança!

5.0
5 Capítulo
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Sinopse

Índice

Acompanhe o desfecho da longa jornada de Ravenna e Killian em busca de amor e redenção. Um Sonho - Esperança, traz de volta os personagens marcantes e queridos por todos os leitores, e mostra como o amor e a esperança podem mudar o destino de toda uma geração. Será que Ravenna aceitará essa nova reviravolta e se entregará de vez a essa ardente paixão?

Capítulo 1 Prólogo

Fitzgerald andava de um lado para o outro preocupado com a notícia que receberia em instantes, assim que Lorde Desmonds chegasse ao seu escritório. Fazia exatos três dias desde que o barão saíra em busca de resposta para o sumiço da bastarda de Manner, no entanto, o marquês recebera uma missiva de Chestter anunciando que traria notícias naquela manhã.

— Milorde, com sua licença, Lorde Desmonds está aqui para vê-lo. — O mordomo avisou.

— Por Deus, mande este homem entrar de uma vez! — Matthew estava ansioso e agitado, ainda pensava em como contaria a Killian sobre seu envolvimento recente com Desmonds.

— Fitz... — O marquês o olhou sério ao ouvir o barão pronunciar seu apelido — milorde, eu lhe disse que conseguiria respostas. Contratei alguns informantes, que contrataram alguns informantes, que fizeram os criados de Manner cantar como passarinhos alegres. As informações que o velho não conseguiu passar antes de morrer, eu as tenho em minha posse. Entregarei a você, mas gostaria de pedir um encontro com Seymour, para me desculpar pelo passado.

— Agradeço se me entregar as informações. Não acho que Seymour gostará da surpresa, na verdade, acho que ele tentará me matar depois de estripar você, e como sabe, não é de bom tom um noivo morrer e deixar a noiva esperando no altar.

— Por favor. Depois de hoje não me aproximarei de vocês outra vez.

— Droga Desmonds. Sei que teria demorado mais a achar a criança sem a sua ajuda, todavia, acho bom nunca mais aparecer na minha frente depois disso.

Matthew enviou uma missiva urgente ao amigo para que o encontrasse em algumas horas para tratar do assunto, que ao receber o recado, partiu na mesma hora em direção a residência de Fitzgerald.

— Meu amigo, meu estimado amigo. Nos conhecemos há quanto tempo mesmo? — Matthew tentava amolecer o coração de Killian.

— Não sei Fitz, algo por volta de 28 anos. Por que essa pergunta?

— Confia em meu julgamento para decidir quando tomar alguma atitude que talvez cause um pouco de dor, mas que seja para um bem maior, certo?

— Mas é claro que não! — Killian estava desconfiado de toda aquela baboseira vinda de alguém como Fitzgerald. — Olhe para o que fez com a pobre Srta. Reed, se fosse racional nem teria se envolvido com a moça.

A menção a preceptora de Hellen causou uma pontada no coração de Matthew e ele respirou fundo. Não era bem assim a história, havia um motivo para eles não estarem juntos, Matthew pode ter cometido um erro, mas quem fechou a tampa do caixão fora Emilly.

— Certo, vamos ao que interessa, já que você é um turrão abestalhado. Eu posso ter achado a tal criança — ao ouvir tais palavras, Killian se aproximou da poltrona onde Fitzgerald sentava na sala de visitas. — O problema é o que o aguarda em meu escritório. Você precisará enfrentar o passado para conquistar o que deseja. Antes de tudo, saiba que eu não faria isso se acreditasse que não seria bom para você.

— O que há no seu escritório, Fitz? Como conseguiu achar a criança em tão pouco tempo? — Tudo aquilo era muito suspeito e Killian sentia sua espinha gelar.

— Desmonds está em meu escritório e deseja falar com você.

— O QUE VOCÊ DISSE? — Seymour estava furioso, esperava por alguma notícia sobre a criança estar morta, não estava preparado para ouvir aquelas palavras. Killian agarrou o amigo pela casaca pronto para chacoalhar o cavalheiro.

— Me escute antes de me arrancar um dente ou quebrar meu nariz! — Ftizgerald tentava acalmar o amigo. Ele sabia que Killian perderia o controle, mas precisava explicar tudo antes que perdesse a cabeça de vez. — Desmonds achou a criança!

— Você o envolveu nisso? Eu pedi que não contasse a ninguém e você traiu minha confiança! Como pôde fazer isso?! — Killian estava tão decepcionado por Matthew ter contado aquilo ao homem que ele mais odiava em todo o mundo, que mal se atentou para as palavras sobre achar a criança.

Matthew, mais forte que o amigo, o imobilizou para evitar problemas maiores. Prendendo os braços de Killian nas costas, colocou o amigo de joelhos e o obrigou a ouvir.

— Não contei a ele por vontade própria! Desmonds nos ouviu no White’s e me abordou assim que você deixou o lugar.

— Como saberei que não está mentido? Que não está tentando se safar? — Killian sentia seu rosto fumegar de raiva por estar naquela posição vergonhosa e por não ser páreo para o amigo em uma briga.

— Eu alguma vez menti para você? — Fitzgerald tentava fazê-lo recobrar a razão. — RESPONDA HOMEM!

— NÃO! — Killian berra irritado — Você nunca mentiu para mim sobre nada que fosse importante!

— Então por que eu mentiria agora? Preste atenção em minhas palavras, não estou de bom humor hoje. — Ele soltou os braços do amigo e voltou a sentar na poltrona. — Desmonds deseja falar com você e entregará todas as informações sobre o paradeiro da criança após isso. Dê uma chance a ele, eu mesmo quase o espanquei na saída do clube, mas ouvi tudo o que ele tinha a dizer e aceitei sua ajuda. O homem conseguiu em dias o que nós levaríamos semanas. Você pode odiá-lo, Seymour. Não estou dizendo para que o perdoe, apenas que o escute e consiga os papéis.

Killian estava de pé. No escritório de Fitzgerald aguardava alguém que ele odiava, contudo precisava ir até lá. Aquilo era por Ravenna, e por mais que, ainda assim, pensasse em ir embora e nunca mais olhar para Matthew, ele caminhou rumo ao escritório com Fitzgerald em seu encalço. Ao abrir a porta deu de cara com Chestter sentado em uma cadeira. Sua raiva reacendeu e, se Matthew não estivesse segurando se braço, teria partido para cima do homem.

— Eu não sei o que quer aqui Desmonds, mas por respeito a esta casa e ao nome de Fitz, eu não o espancarei neste instante, entretanto não teste minha paciência. Entregue qualquer documento que estiver em posse e saia da minha vista. — Killian cuspia as palavras como se fossem navalhas afiadas.

— Seymour, por favor, me dê alguns minutos do seu tempo e desaparecerei da sua vida — Desmonds tentava manter a voz baixa e calma.

— Killian, pense sobre o que falei. Enfrente o passado.

— Diga o quer, eu não tenho o dia todo.

— Seymour eu gostaria de lhe pedir perdão pelo que fiz há dois anos. Eu fui...

Killian o interrompeu bruscamente:

— Pedido negado. Agora me entregue os documentos e suma! ¬ — Não conseguia acreditar em toda aquela situação que Fitz armara para ele.

— Por favor me deixe terminar, esta será a última vez que nos falaremos. — Chestter insistiu. Killian respirou fundo e sentou no sofá de frente para o barão e Matthew sentou-se ao seu lado.

— Fale logo o que tem a dizer, não o interromperei.

— Perdoe-me pelo que fiz. Eu errei de uma forma imperdoável, eu sei, ainda assim peço seu perdão. Não compreendia na época a importância de se proteger a quem amamos, entretanto, hoje eu compreendo. O que eu fiz a sua irmã foi algo cruel... não tenho palavras para expressar. Eu estava sob pressão, minha vida estava em risco, eu precisava de muito dinheiro para pagar uma dívida com o marido de uma amante que me chantageava. — Vendo o olhar interrogativo de Killian, ele suspirou — Eu sei que poderia ter recorrido diretamente a você, mas eu já possuía muitas dívidas não pagas, estava desesperado e achei que aplicar o golpe seria uma saída mais fácil. Não era para ter sido Hellen, no entanto, a dama que eu escolhi não estava presente e eu entrei ainda mais em desespero. Sei que não justifica.

¬— Você tentou abusar de minha irmã, nada do que disser justificará suas ações! — Killian sentia o sangue ferver.

— Não faria aquilo, era apenas para parecer que estávamos juntos. Ainda assim, eu mudei, Seymour. Só queria que soubesse disso...

— Para o inferno você e sua mudança!

— Eu me casei, eu encontrei a redenção na igreja e me dedico a fazer o bem. Sei que não sou merecedor de qualquer misericórdia, mas eu já paguei pelo que fiz à Hellen. Eu perdi três filhas.

Killian o fitou e ficou sem palavras ao ver Chestter com lágrimas nos olhos e um semblante derrotado.

Com a voz embargada pela tristeza, ele continuou:

— Minha esposa gerou Amelie, Sarah e Beatrice em apenas uma gravidez, Amelie e Sarah nasceram mortas. Minha esposa sofreu tanto, pensei que não fosse resistir. Em seguida, nossa pequena Beatrice, ela sobreviveu por apenas um mês e logo nos deixou. Foi muito difícil superar a perda delas e seguir em frente. Clarice, minha esposa, pedia aos céus para castigá-la no lugar das filhas e pedia todos os dias por uma criança saudável. Seu sonho era ter uma família grande. — Chestter secava as lágrimas que caíam livremente pelas maçãs de seu rosto largo. — Minha esposa engravidou uma segunda vez e perdeu poucos meses depois. Então ela engravidou uma terceira vez. Há dois meses ela deu à luz a nossa pequena Jasmin, uma menina tão linda e adorável.

— Sinto muito pela sua perda, Desmonds — Ele sentia mesmo. Lembrava-se de Ravenna e da dor expressa em seu olhar ao falar sobre a filha adotiva.

— Eu recebi meu castigo pelos meus erros do passado, Seymour. Depois de segurar minhas filhas mortas nos meus braços, entendi o que sentiu, a dor e a impotência por não poder proteger a quem você ama. Eu compreendo o que sente por mim, mas ainda assim peço que me perdoe. Eu lhe devia um pedido de desculpas e se quiser, dobrarei meus joelhos e colocarei meu rosto no chão para que entenda que falo sério. Me agarrei à fé assim como o rei Davi, roguei por minhas filhas e assisti que pagassem por meus atos. Nunca mais permitirei que isto aconteça. Por isso pedi para ajudar a encontrar a criança perdida, e movi todos que poderiam ajudar neste quesito.

— Espalhou os boatos sobre a criança por toda Londres? — Fitzgerald o olhava preocupado.

— Sim e não. A notícia foi espalhada apenas para caçadores de recompensas, que mantém sigilo de tudo o que chega aos seus ouvidos. Nem você, nem Seymour foram incluídos na informação, e se algo acontecer, eu serei o único ligado a qualquer escândalo.

— Está se colocando na mira de um possível escândalo por mim, mesmo sabendo o que penso sobre você?

— Sim, é o mínimo que posso fazer depois de todo o mal que causei à sua família. Podem ficar tranquilos, vocês e Lady Osborne estão seguros. — Ele falava sério. Sua mentalidade mudara muito após agarrar-se a sua fé em busca de salvação para sua esposa e filhas. Ele precisava ser alguém bom para que Jasmin não pagasse por seus erros, precisava protegê-la.

Killian sentia o conflito dentro de si. Sabia que o certo a fazer era perdoar o homem, porém, seu coração não conseguia desprender-se do que ocorrera naquela noite, o terror nos olhos da irmã, as consequências após aquele baile, tudo aquilo ainda doía, mesmo após dois anos. Pensando na filha de Desmonds, e na filha de Ravenna, ele mentiu.

— Eu o perdoo pelo que fez, mas isso não significa que quero qualquer aproximação com você. Ainda o quero longe da minha família e de qualquer pessoa de meu círculo íntimo. Se souber que andou xeretando sobre minha vida outra vez, lhe darei outra surra e, dessa vez eu não permitirei que ninguém fique em meu caminho. Se quiser ver sua filha crescer e entrar com ela na igreja no dia de seu casamento, — Killian disse, dando ao homem a esperança de que a filha seria uma criança saudável — então mantenha-se longe de qualquer Seymour, Osborne ou Fitzgerald.

— Sim. Obrigada. — Levantando-se, entregou um envelope com várias provas e anotações sobre o paradeiro da criança. — Ela está no Graça Bendita. No pior orfanato de Whitechapel.

Dito isto, Desmonds deixou o escritório e partiu pela última vez de Bertrand Hall.

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