Baixar App hot
Início / Fantasia / Nuvem de Estrelas
Nuvem de Estrelas

Nuvem de Estrelas

5.0
5 Capítulo
149 Leituras
Ler agora

Sinopse

Índice

Na vida de Eve Mendes, uma menina dependente dos pais e sonhadora, não acontecia nada de extraordinário, mas isso mudou. De uma vida rotineira, passa para uma vida com problemas, mistérios e um sentimento estranho, maior que o amor verdadeiro. Mas essa paixão inexplicável terá um grande obstáculo, a qual não se sabe se será possível ultrapassá-lo. Um obstáculo que desafia a lei da vida. E isso tudo por quê? Por causa de um único menino, Mark Danner.

Capítulo 1 Sentimento estranho

"Para quem pensava que seria a mesma coisa esse ano..."

Nada era como ela pensava ou conhecia. Tudo era estranho, mas assustadoramente fantástico. No entanto, uma coisa estava clara, ela estava em um hospital! Mas não como uma paciente e sim como uma médica.

Era correria e movimentação por todos os lados, mas estranhamente tudo era muito limpo e organizado. E tinha mais um detalhe diferente, o hospital estava meio escuro, como se a única luz que entrasse fosse por uma única janela. Por falta de luz, ela não enxergava o ambiente claramente, mas um barulho de algo quebrando chamou sua atenção, fazendo a olhar para trás. Neste ato, ela esbarra em alguém de frente.

- Desculpa. Eu... — ela interrompeu quando viu o rosto de quem esbarrou. A pele dele era inteiramente azul claro, mas os olhos eram verde folha. Esses olhos a prenderam, fazendo a ficar sem ação. Até ele começar a falar e ela não entender. Foi então que o ambiente ficou mais claro e ela percebeu que todos que se encontravam ali eram azuis. Além disto, a tecnologia era muito diferente de um hospital que ela estava acostumada e muitos dos enfermos estavam sendo cuidados sem tecnologia nenhuma. Foi então que sua ficha caiu, ela não estava na Terra, estava em outro planeta.

Eve acorda com tudo e respirando rápido demais. Passa a mão pelo rosto com os olhos fechados.

- De novo esse sonho? — disse ela para si ainda com o rosto coberto pela mão e de olhos fechados.

- Eve, levanta. Hoje começam suas aulas. — gritou a mãe de Eve lá de baixo.

- Ai. As aulas voltaram. Melhor eu me apressar.

Ela pega o uniforme da sua escola e o começa a vestir. Pega sua escova na mesinha do lado da sua cama e começa a pentear seu cabelo enrolado castanho claro em frente de um espelho que ficava na porta de seu armário embutido. Só que teve um pequeno problema, a escova enroscou no cabelo.

- Ai, droga. Vou ter que tomar banho ou molhar o cabelo. — e entra no banheiro que estava ao lado do armário.

Sim, Eve Mendes era uma garota de 17 anos que estava para começar o seu último ano no ensino médio e tinha um banheiro em seu próprio quarto. Além disto, sua cama era de casal e ficava de lado para seu armário em forma de L. Esta começava quase grudada na porta e terminava ao lado da porta do banheiro. Na parede ao lado da cama, tinha um computador com um notebook ao lado. Nas paredes sem objetos, tinha quadros e fotos. Eram fotos dela com suas amigas e família. Os quadros não tinham uma forma certa de arte, mas Eve gostava deles. Davam-lhe a ideia de infinito, irreal, misterioso. Fantástico do ponto de vista dela.

Eve sempre teve as coisas muito fáceis ao seu alcance. Então entender bem ou descobrir algo era incrível para ela. Magnífico.

- Anda filha. - gritou mais uma vez sua mãe lá de baixo.

- Estou descendo.— disse ela quando terminou de arrumar o seu cabelo. Deu uma última olhada no espelho.— Meu uniforme está ficando curto. — disse ela olhando para seu corpo bem definido e marcado pelo uniforme justo. Uma baby lock branca com faixas pretas nas mangas e a gola em V. A calça era legging, mas podia, de vez em quando, usar jeans normais.

A calça era legging, mas podia, de vez em quando, usar jeans normais. Depois de pronta, ela desce as escadas. Sim, seu quarto era no segundo andar da casa.

Ao pé da escada, se encontrava sua irmã mais nova Kelly. Toda animada e ansiosa, ela diz:

- Bom dia, Eve.

- Bom dia, Kelly.

- Teve aquele sonho de novo?

- Sonhei sim, mas, dessa vez, teve mais alguns detalhes. - disse com uma cara de desânimo e de curiosidade.

- Quais?

- Sonhei que estava em um hospital mal iluminado e era médica, mas não estava fazendo muita coisa.

- Mas, isso não é novidade.

- Eu não terminei.

- Certo. Continua.

- Então ouvi um grande barulho e esbarrei em um cara. Foi então que tudo se iluminou e eu percebi que não estava em um hospital normal. Era um hospital de outro planeta.

- Nossa! Esse sonho está cada vez mais estranho. — disse se segurando para não rir do sonho estranho que sua irmã sonhava, mas também achava interessante.

- Eu sei. Mas acho melhor irmos tomar café, senão vamos nos atrasar para o nosso primeiro dia de aula. Mas acho melhor irmos tomar café, senão vamos nos atrasar para o nosso primeiro dia de aula.

Chegando lá, Eve reencontrou suas amigas. A escola não havia mudado nada, a não ser pelas portas da sala e por ter gente nova por toda parte. Ninguém chamou a atenção de Eve, mas isso mudou quando entraram na sua sala, os seus novos colegas.

Em um canto mais afastado, encontrava-se um garoto. Mais lindo, impossível, apesar de ser um tanto estranho. Seus cabelos eram pretos arrepiados e olhos verdes, mas tão misteriosos que Eve não conseguiu desviar o olhar. O garoto continuava a sustentar os olhares. Eve se viu perdida nesse olhar.

- Srta. Mendes, por acaso você precisa de um mapa para achar seu lugar? — disse o professor, trazendo Eve de volta à realidade.

- Ah! Desculpe, professor. Já vou me sentar. — disse Eve, se dirigindo para seu lugar de sempre. Na terceira fileira das quatro que se encontravam na sala tão conhecida dela. O garoto se encontrava na quarta fileira na última carteira. Eve estava na antepenúltima, junto às suas amigas, que se encontravam na segunda fileira, bem próximas da Eve.

Ela olhou para trás e encontrou com o olhar dele novamente a envolvendo, mas dessa vez um sentimento estranho correu pelo seu corpo todo. Ela não conseguiu distinguir o que era. Para ver se conseguia alguma resposta, manteve olhando para ele como se aquele rosto a ajudasse, mas não conseguiu nada.

- Srta. Mendes! O que eu acabei de dizer?

- Oi? Desculpe professor. Pode repetir?

- Preste atenção, mocinha, pois isso vai cair na sua prova de Física.

- Sim, senhor. Vou prestar mais atenção.

Depois da bronca que Eve levou, ela não perdeu mais nada da aula, mas ansiava ver aquele olhar misterioso novamente.

Deu a hora do intervalo. Eve saiu com suas amigas, mas meio olhando em volta para ver se encontrava com o garoto. Ela chegou a comentar com suas amigas e Maryse, sua melhor amiga da França, que estava no Brasil por intercâmbio, disse:

- Você gosta dele, amiga. Aceite.

- Não é isso. É um sentimento que eu não sei distinguir. Nem sei se é um sentimento. Se eu gostasse desse garoto, eu saberia, mas não é o mesmo sentimento que tinha com relação ao Andrew. Eu estava disposta a morrer por ele, mas esse garoto... Não sei o que sinto.

Andrew era o garoto que Eve gostava desde seu 1ª ano do ensino médio. Agora ele se encontrava na faculdade. Foram bons amigos, mas não chegaram a namorar mesmo. Eve só teve apenas um ex, mas chegamos nele mais tarde.

- Ele de novo, Eve? Esquece dele. Agora ele está na faculdade. Vocês já perderam o contato. — disse Valentina, que também estava no Brasil por intercâmbio. Era da Itália e morava no Brasil com sua tia por parte de mãe.

- De onde você surgiu, menina? — disse Maryse — Chega assim sem dizer nada?

- Bonjorno. — disse em italiano.

- Esqueceria, se a chama não estivesse meio acesa. Ai! — Disse Eve, colocando a mão no coração, pois sentiu uma pontada de dor.

- O que foi Eve? — disse Valentina, acolhendo a amiga.

- Uma pontada estranha atingiu meu coração, mas já passou.

As meninas nem perceberam, mas o garoto de olhos verdes da sala estava olhando-as entre as sombras. Assim que viu Eve gemer de dor, saiu de perto.

- Ai, menina. Assim você assusta a gente. Não faça mais isso. — disse Maryse.

- Tudo bem. Vamos comer.

E seguiram para a cantina da escola. Compraram seus lanches, comeram e o sinal bateu. Elas apertaram os passos, mas Eve se interrompeu de repente.

- Ai caramba! Esqueci minha carteira na cantina. Vai indo meninas. Já volto. — disse Eve se afastando das amigas.

- São não demora. Aula de Português com a professora militar. – disse a Valentina também se afastando da amiga e seguindo para aula.

Eve apertou os passos, quase correndo até a cantina e reclamando de ter esquecido a carteira. Ela nunca fez isso.

- Minha carteira? – disse Eve para o cara da cantina quando chegou.

- Aqui mocinha. Mas atenção.

- Obrigada. – e se vira para voltar para sala, mas acabou esbarrando de frente com alguém. O caderno que levava na mão caiu no chão, espalhando as folhas soltas. Eram anotações que Eve e suas amigas fizeram durante as aulas anteriores.

- Desculpa. Acho que acordei com o pé esquerdo hoje. – disse Eve enquanto pegava o que estava no chão e quem esbarrou começou a ajudá-la também. Era um menino e neste momento, Eve viu quem era. O menino de olho verde.

- Não tem problema. – respondeu uma voz forte e delicada ao mesmo tempo.

Terminaram de recolher e, quando ela pegou as folhas da mão dele, seus olhos se encontraram. Imagens felizes e tranquilas do passado dela começaram a aparecer. Mas não durou muito e voltou para a realidade. O menino já estava seguindo rapidamente para sala.

A aula estava prestes a começar. Eve se sentou perto de suas amigas, Maryse e Valentina.

- Eve? O que foi? Por que está com essa cara? – cochichou Valentina para amiga.

- Ah, Vale! Está vendo aquele menino ali no canto? — disse, olhando para o garoto de olhos verdes.

- Hum.

- Parece que ele mexeu em algo dentro de mim, ou tem algum mistério.

- Isso pra mim é paixão! Você deve estar gostando dele. Finalmente esqueceu o Andrew.

- Como eu disse no intervalo, eu não sei. – e voltou sua atenção para a aula. Até o fim do dia não voltaram a falar disso.

- Vamos para o shopping? – disse Maryse para as amigas quando a aula finalmente chegou ao fim.

- Vamos! — disse Valentina toda sorridente.

- Não sei. — disse Eve meio desanimada e pensativa.

- Ah, Eve, vai com a gente. — disse Maryse, ficando triste pelo fato da amiga não querer ir, fazendo cara de cachorro abandonado.

- É. Vai ser divertido. Podemos pegar um cinema, comer alguma coisa, fazer compras. — disse Valentina, tentando levar a amiga com elas.

- Ok. Vamos.

- Isso.

- Você não vai se arrepender.

- O que você havia me dito, Valentina? Que eu não ia me arrepender? Acho que você se enganou. Quero ir embora. - disse Eve enraivecida com a amiga e se levantando.

As três foram para o shopping, assistiram a uma comédia romântica e comeram no Mc'Donalds. Quando Eve estava prestes a morder seu lanche, viu o garoto de olhos verdes com mais dois caras passando por entre as mesas.

- Ah, não. Você não vai a lugar nenhum. — disse Maryse, segurando-a pelo braço, não a deixando partir. — Você vai sentar aqui novamente, terminar seu lanche e depois vai falar com ele.

- Não vou falar com um garoto que me persegue por todos os lados. Ai! — disse Eve, voltando ao seu lugar com o puxão da amiga. — Meu braço está doendo por sua causa. Reze para ele não ter saído do lugar ou ter torcido. — disse, massageando o braço. Ao mesmo tempo, o garoto massageava o pescoço.

- Por que está massageando o pescoço, Mark? — disse Matt olhando confuso para o irmão. O menino de olho verde da sala da Eve.

Matt tinha cabelos arrepiados castanhos claro, quase loiro, com olhos azuis céu. Pele clara com lindos músculos. Um tipo galã de escola que todas, ou quase toda, mulher deseja.

- Ele está doendo e não sei porquê. — disse o Mark já sentado com os irmãos em uma mesa meio afastado das meninas.

- Nossa! Quem são os amiguinhos do seu garoto, Eve? Eles são lindos! Assim como o seu. — disse Valentina, olhando para onde estava Mark e seus irmãos.

- Não sei e prefiro não saber. Se eu fosse vocês, não olharia tanto. Não se sabe o que pode acontecer se eles retribuírem seus olhares.

- Qual será a cor dos olhos? — disse Maryse um tanto quanto curiosa com um sorriso tímido no rosto.

- É sério, Mary. Quando eu olhei nos olhos do garoto de olhos verdes, eu vi várias coisas. Pelo menos não eram ruins.

- Ok. Você ganhou. Vou terminar de comer meu lanche.

- É ela, Mark? — disse Matt, olhando para Eve, aos cochichos com o irmão, para Mike não ouvir.

- Quem? — disse Mark parando de massagear o pescoço por um tempo para ver a quem o irmão se referia. A dor passou assim que ele a viu.

- Ai! — disse Eve, levando a mão ao coração novamente, discretamente. Mark desviou o olhar na mesma hora e a dor que ela sentia foi embora.

- O que foi menina? — disse Valentina.

- Nada. Já passou.

- É ela, sim... — disse o Mark olhando para baixo com um tom de desânimo na voz. — Mas como você soube? — Também aos cochichos.

- Eu observo. Seu pescoço começou a doer na mesma hora que o braço daquela humana. Vocês têm alguma ligação, mas ainda não consegui ver. Ela está meio confusa com o que sente. Não sabe o que sente por você e nem sabe se é um sentimento. Seu coração ainda não está limpo do seu último amor. Só o que eu ainda não entendo como seus sentimentos voltaram e como conseguiu se descontrolar.

- Eu também não sei. – disse Mark pensativo, mas, por dentro, estava eternamente grato por isto ter acontecido e seus irmãos não sabiam o quanto.

- Desde que os sentimentos não atrapalhem seu racional, não vou relatar nada para nosso pai. - disse o outro garoto, entrando no meu da conversa dos irmãos.

- Não vem agora com isso Mike. Vou fazer minha parte da missão, mas não intrometa nosso pai nessa história. - disse o Mark se levantando irritado com o Mike e tentando não deixar sua raiva subir pela cabeça.

- Abaixa esse tom e vamos nos concentrar no por que estamos aqui. - disse o Mike sem se exaltar e encarando firmemente o irmão. Mark voltou a sentar irritado e cruzando os braços.

Mike era o mais velho dos três. Tinha cabelos acobreados, quase ruivo, tanto arrepiado quanto dos irmãos. Olhos castanhos claro como mel. Quem gosta do típico garoto badboy se prenderiam fácil nele.

- Eita, será que os três brigaram? - perguntou Valentina voltando a olhar para os meninos.

- Quer parar de olhar para eles, Vale. - disse Eve ficando irritada também, mas sem entender muito bem por que estava tão irritada com a amiga. Resolveu não pensar nisto e distrair um pouco - Vamos fazer o que viemos fazer aqui. Compras.

- Tá certo. Você venceu. Vamos lá. — disse Valentina se levantando depois que terminou de comer. Eve acompanhou a amiga, mas levando uma das mãos para sua cabeça. Uma dor repentina a atingiu na cabeça, mas nada muito forte, por isso não contou para as amigas. Maryse as seguiu.

Nenhum dos dois, Mark ou Mike, disseram mais nada, até o Matt quebrar o silêncio:

- Foi mesmo uma boa ideia virmos para um local com tantas pessoas?

- Não há problema. Quanto mais pessoas, mais as conheceremos, aumentando a chance de nossa missão ter resultados positivos. Estamos preparados. – disse o Mike olhando ao redor.

- Certo.

No dia seguinte, Eve já não queria ver o Mark. Não se conformava que teria que aturá-lo até o final do ano. Na última aula, antes do intervalo, aconteceu uma coisa que a deixou mais irritada com o menino ainda.

Era aula de literatura e Eve, mesmo não gostando muito dessa aula, entendia bem do assunto. Sempre tirava as maiores notas. O professor fez uma pergunta para a sala.

- Vamos rever algumas coisas do 1°ano. Iracema é uma obra literária de qual escola?

Eve sempre respondia, mas ficou, a princípio, receosa, pois o assunto era do 1° ano.

- Romantismo. — disse ela já confiante do que dizia.

- Não. É do naturalismo. — disse Mark, antes do professor corrigir. — Iracema é comparada com a natureza o livro inteiro. Não só ela, mas todas as personagens.

- Isso... — tentou dizer o professor.

- Mas o ponto principal é o relacionamento da Iracema com o Branco. Então é romance.

- Romantismo não é a mesma coisa que romance. Um exemplo é Romeu e Julieta. — disse Mark no mesmo tom de voz que iniciara, e confiante, o que só deixou a Eve mais irritada com o menino.

- Mas...

- Basta! Os dois. Ou ficam de boca fechada o resto da aula ou vão ambos para a direção, no mesmo instante. — disse o professor irritado com aquilo, mas também meio desorientado. Os dois permaneceram em silêncio. — Muito bem. Eve, o Mark está correto. Iracema é uma obra do naturalismo.

- Mas...

- Mas nada. Ele está certo. Chega de discussão.

Eve olhou para o Mark, fuzilando-o com os olhos. Ele não pareceu ter visto, pois se manteve com o sorriso da vitória.

A aula termina e ela sai apressada se remoendo por dentro. Suas amigas a seguem até se sentarem em um banco. Eve ainda com raiva. Olhou em volta e viu o Mark no outro banco lendo um livro. Quando ela olhou, ele retornou o olhar. No mesmo instante, a raiva se fora e ela se viu no olhar profundo, perdida, como antes.

- Eve. Onde você está? — disse Maryse que se encontrava ao lado da amiga.

- Ah! Desculpe, Mary. O que estava dizendo? — disse, desviando o olhar do garoto, o qual fez o mesmo voltando a ler o livro.

- Eu falei que gostei muito do garoto loiro que estava com o Mark ontem. Se eu o conhecesse, o beijaria.

- Olha! A inocente Mary desabrochando. — disse Valentina. — Então o loiro é seu, o meu é o ruivo e o da Eve é o moreno.

- Para, Vale. O moreno não é meu. Ele nem sabe da minha existência.

- Para alguém que não sabe da sua existência, sustentou bastante o seu olhar. E o debate na sala, não conta?

Eve não respondeu, mas ficou vermelha. O sinal tocou e as meninas voltaram para a sala de aula.

A manhã acabou e Eve estava voltando para casa, a pé, como sempre. Na praça, que ficava ao lado da escola, estava uma aglomeração de pessoas dizendo "Briga, briga...". Eve foi até lá para ver quem estava brigando.

Passando pelas pessoas, conseguiu chegar ao centro, onde o Mark e um garoto estavam brigando. Pelo estado do garoto, Mark estava vencendo, até ela chegar, pois, assim que Eve chegou, ele a olhou e o garoto aproveitou a oportunidade da distração. Deu um soco no Mark que fez o nariz dele sangrar. Ele ia reagir, mas ela entrou no centro e disse:

- Para com isso os dois. A diretora vai chegar e vocês vão ser pegos.

Mark parou, mas o outro garoto se aproveitou novamente, porém, agora dela, dizendo:

- Que lindo! A namoradinha veio salvar o namorado, mas eu só paro se você me beijar. — disse ele, dando um soco na barriga do Mark que o fez gemer até ceder os joelhos.

- Para. Pode me beijar. — disse Eve se perguntando por que essa preocupação toda, sendo que sentia ainda raiva dentro de si.

- Assim que eu gosto. — o garoto veio na direção dela e lascou um beijo. Mark, quando viu aquilo, queria pular em cima do canalha, mas não precisou, pois a Eve empurrou o grandalhão e deu um tapa na cara dele, que deixou a marca de sua mão.

- Por que eu continuaria a beijar um cara como você, que pensa que é valentão só por ter mais músculos e por ser popular? Mas acho que inteligência vence músculo. Olha pra mim. Acabei de te enganar. Pensou mesmo que ia me derreter nos seus braços? Prefiro caras inteligentes e não populares. De pessoas como você, quero ficar longe! Vem comigo. — disse para Mark. O mesmo esqueceu o que ocorreria se continuasse a olhá-la. Ele se levantou com um pouco de dificuldade e os dois deixaram a aglomeração de pessoas. Assim que saíram de perto das pessoas, ela se curvou, com a mão no coração e com os olhos fechados para controlar a dor.

- Olha pra mim. — disse Mark, esquecendo das suas dores para ajudar Eve, e ele desesperado. — Por favor! Eu posso te ajudar. — ela olha para ele e coloca a mão sobre seu ombro. — Isso. Continua olhando pra mim que a dor vai passar. Acalme-se e respire. — ela segue os comandos. A dor vai diminuindo aos poucos — Isso. Passou? — Antes de responder, ela fecha os olhos para respirar fundo, tira a mãos do ombro dele e volta a ficar reta.

- Sim. — disse, abrindo os olhos, mas ele não estava mais ao alcance de sua vista. — Ai! Esse garoto! — disse, batendo o pé no chão, fazendo a raiva voltar mais forte do que antes.

Mark chegou a sua casa. Seus irmãos o aguardavam na sala. Mike falou:

- Por que demorou? — disse muito sério — O que aconteceu com você? Não fez nada que colocasse a nossa missão em risco?

- Se você se meter em uma briga, coloca nossa missão em risco, e eu não poderei fazer nada por você.

- Foi uma briga?! E a nossa identidade, onde fica?

- Relaxa. Não fiz nada demais. Foi uma briga normal de dois adolescentes com a adrenalina à flor da pele.

- Mas como você entrou numa briga, Mark? — perguntou o Matt, que não havia dito nada até aquele momento.

- Um cara que ficou me irritando na saída. Falou que eu era bicha, pois só menina é quem estuda muito. Falei mal dele também. Ele não gostou e foi pra cima de mim.

- Mas, como você pode se descontrolar assim, Mark? Se saísse um pouco da linha, colocaria nós três em uma enrascada. É bom não fazer mais isso, senão não poderia evitar de relar isto para nossos pais. — disse Mike, olhando seriamente para Mark com um olhar gelado, mas, Mark se manteve firme nas palavras que diria a seguir.

- Você não precisa metê-los nos meus problemas. Eu já tenho 19 anos, sou bem grandinho pra tomar conta da minha própria vida. Além de eu ter estudado um pouco o garoto. Tenho mais algumas informações para acrescentar na pesquisa.

– Que bom que você lembrou um pouco das suas responsabilidades, mas aquela menina está mexendo com você. Está tomando o controle.

- Me deixa, Mike. — disse com raiva, entrando no quarto e batendo a porta.

- Você não acha que foi meio duro com ele, Mike?

- Ele precisa ter novamente o autocontrole, Matt. Se ele fizer mais alguma coisa que nos ponha ou ponha nossa missão em risco, vou ser obrigado a tomar medidas radicais. Nossa permanência aqui depende da finalização da nossa missão.

- Pensei que estava louco para voltar para casa.

- E estou, mas sem os resultados da pesquisa, não terá como voltarmos, pois são nossos pais que nos tiram daqui. Além daqui ter algumas riquezas que é do interesse de todos. Sem contar que nossos pais colocam o seu povo em primeiro lugar. Então ele quer o melhor para eles. Se nós não tivermos os resultados, vamos voltar para casa sem saber onde esconder a cara e virão outros. É nossa responsabilidade ter os resultados e voltar com glória para o nosso lar.

- Está falando por si ou pelo povo? Não parou para pensar que o nosso destino pode estar além do nosso lar?

- Não existe lugar melhor que nosso lar. Isso nunca vai mudar. Por acaso você encontrou algo melhor?

- Não, mas acho que o Mark sim. — E bateu no quarto do Mark. - Mark, posso entrar?

- Não tá trancada. — disse irritado. Matt entrou e fechou a porta.

- Olha, não fica zangado com o Mike. Ele só quer o melhor pra você. — disse o Matt engoliu em seco, pois ele sabia que não era totalmente verdade.

- Com certeza. — disse sarcasticamente. Matt não sabia o que mais dizer e sai do quarto do Mark, indo para o seu, deixando o Mike sozinho com os seus pensamentos.

- Será que o Matt está certo? — disse Mike para si, mas uma voz em sua cabeça respondeu:

"Não, meu filho. Você é quem está certo. Não dê ouvidos ao seu irmão. Sabe qual será a recompensa se me trouxer o que desejo? Seu maior desejo será realizado"

- Tem razão. Serei rei e minha missão será cumprida.

"Sim meu filho. Não esqueça..."

- Cumprir a missão, custe o que custar, pois nosso povo depende disso.

"Muito bem".

E a voz foi embora.

Continua...

Continuar lendo
img Baixe o aplicativo para ver mais comentários.
Baixar App Lera
icon APP STORE
icon GOOGLE PLAY