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UNLIKELY - D.N

UNLIKELY - D.N

5.0
1 Capítulo
96 Leituras
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Sinopse

Índice

Gabriela é uma estudante de fotografia, que no primeiro dia de aula da faculdade conheceu Maria Honduras, uma pessoa viciada nos Barbixas. Todas as quintas iam assistir o espetáculo ''Improvável", no teatro Tuca em Perdizes, mas ela nunca ficou para conhecê-los, pois mora do outro lado da região. Um ano se passou e finalmente surge uma oportunidade, mas o que será que poderia acontecer depois de finalmente conhecer Daniel Nascimento, Elídio Sanna e Anderson Bizzocchi pessoalmente? Unlikely, uma história provavelmente boa.

Capítulo 1 1

✨✨

Daniel Nascimento on

Eu estava pensando em novas ideias para enriquecer o roteiro do novo esquete, largado no sofá da minha sala, às 13 horas da tarde, com o notebook na mesa de centro aberto no documento. Estava tudo finalizado, mas queria que tudo estivesse mais que perfeito, com todos os momentos de pausas e piadas no lugar certo. Definitivamente eu poderia ver com os garotos depois.

Não hoje, mas ainda iria.

Quinta feira chegou e como sempre eu teria que ir ao Teatro Tuca para treinar e apresentar com o Andy e o Lico, fora os convidados de hoje, que serão o Mestre de cerimônia Guilherme Tomé, o músico Daniel Tauszig e o jogador Gustavo Miranda. Será um dia animado e eu esperava que tudo ocorresse da melhor forma possível.

Me levantei do sofá, ajeitando meu óculos e fechei o notebook, deixaria aquilo para outra hora, quando todos estiverem reunidos. Fui direto ao banho e, quando sai, me vesti com uma calça preta, coturnos, camiseta grande e um cardigan preto com touca.

Peguei minha bolsa, sai e tranquei o apartamento. Eu teria que pegar o ônibus, mas aquilo não tinha o menor problema, já que o teatro não ficava tão longe dali, o que não tornava algo cansativo.

✨✨✨

Ao entrar no teatro, cumprimentei os seguranças e fui direto ao camarim. Já reparando que eu era o único que faltava.

- Ou eu estou atrasado, ou vocês pela primeira vez chegaram todos juntos antes de mim. -Falei, me deparando com todos espalhados pelo camarim e jogando minha bolsa no sofá em que Elídio estava deitado.

- A gente tinha marcado um encontro quádruplo antes, por isso ninguém te chamou para chegar mais cedo. -Elídio falou, se ajeitando no sofá, enquanto mexia no celular.

- resumindo, estou atrasado porque vocês chegaram adiantados. -Peguei uma das fatias de manga, que estavam em uma bandeja e me sentei no banquinho de frente ao espelho com luzes ao redor.

- Sim -Anderson falou, ele estava sentado no banco dele. - Conseguimos passar o som uma vez, treinamos e almoçamos também.

- Caramba, eu realmente cheguei atrasado. -Falei, arrumando o cabelo se virando para meus amigos.

- Relaxa, a gente apenas fez metade do ensaio sem você -Guilherme falou rindo- não é como se você fizesse falta.

- Realmente -Tauszig concordou.

- Obrigada pela parte que me toca - Fechei a cara, mas em seguida desmanchei - precisamos treinar o musical e eu preciso falar com a Mandy sobre as fotos de hoje. Vamos de volta ao palco. -Levantamos e caminhamos rumo ao palco. Vi o Tauszig se sentar em frente ao teclado e seu notebook, ao lado do palco e os meninos pegarem as suas respectivas garrafas de água.

- Musical primeiro? -Perguntei. Os meninos concordam e começamos o treinamento.

As vezes riamos demais e outras conversávamos sobre o que poderia ser melhorado, quando o treino terminou, eu fui falar com a Mandy, nossa fotógrafa, se ela conseguiria tirar fotos de um ângulo que conseguíssemos utilizá-las para divulgação, só depois de ajeitar tudo isso e conferir se estava tudo certo, voltei para o camarim.

Já estava perto de começar o espetáculo, Guilherme, Andy, Elídio e Gustavo estavam devidamente trocados. Peguei uma camiseta vermelha, porque o Andy estava com a amarela e o Elídio com a azul, já estávamos com as calças pretas, Gustavo estava de azul, mais escuro. Troquei meu coturno pelo all star.

Tudo pronto, fomos para a coxia, esperar para iniciar mais uma noite de espetáculo.

Daniel Off

Gabriela Oliveira on

Estou estudando fotografia há um ano e é estranho porque nunca foi minha primeira opção de curso, mas sempre iria servir como aperfeiçoamento de hobbie para mim. Principalmente, por querer a área do Stopmotion, que exige o mínimo conhecimento de fotografia para fazer uma ótima animação utilizando fotos.

Nesse tempo, especificamente no primeiro dia de aula, conheci a Maria, que pode ser considerada minha melhor amiga. Ela é linda, ruiva e se vestia de acordo com seu humor, que na maioria das vezes era feliz, tinha uma energia e positividade, que era invejável. Acho que foi por isso que demos tão certo, eu sou quase o oposto dela, somos opostos que se completam.

Infelizmente, ou não, moro em Barueri e ela em Perdizes. Duas cidades distantes, ou seja, manter nossa amizade fora das paredes das faculdades era meio difícil, mas sempre tentamos sair juntas para algum lugar e como sabemos que somos uma boa dupla, fazemos os trabalhos juntas e vira e mexe eu durmo na casa dela e ela na minha. Maria conversa com todas as pessoas, literalmente todas. Os professores sabem quem é Maria Honduras, por ela ser ela e por ser uma rica inteligente e não mesquinha. Eu gostei muita dela justamente por isso, por ser alguém que tem tudo, mas nem por isso é metida.

Enfim, lembra que eu falei que a Maria conhece todas as pessoas? Então, apenas uma ela se interessava. Diego Fiyero. Professor de Historia da fotografia, 35 anos, cabelos pretos, lisos e arrumados sempre em um topete, olhos castanhos profundos e uma voz rouca, que fazia com que todas as garotas tivessem um penhasco por ele. Maria era uma delas, sempre que o encontrava nos corredores, eu era obrigada a deixá-la sozinha com ele e seguir para seja lá aonde for. Nas aulas, sempre parecia que eu era a única garota que realmente prestava atenção e anotava alguma coisa. As vezes era frustrante ter que pedir os nerds da sala anotações da aula que eu perdia por algum motivo. Digo frustrante, porque as vezes eles não querem compartilhar o "conhecimento secreto". Nem Maria, anotava tantas coisas na aula dele, apenas babava e perguntava para manter o Diego falando.

Fora Fiyero, Maria é viciada em um grupo de humor de improvisação chamado Barbixas. Se ela não falava do professor, falava deles. Anderson Bizzocchi, Daniel Nascimento e Elídio Sanna. Eu admito que passei a acompanhá-los devido ao vício da minha amiga e aliás eles são lindos demais, quando faziam o programa de improviso na MTV e na Band, eu até acompanhava, mas quando os programas acabaram, acabei esquecendo-os. A preferência de Maria era por Daniel Nascimento, e eu tentava me decidir entre o Anderson e o Elídio, já que ciumenta como é, Maria quase não deixava eu nem pronunciar o nome Daniel. É o jeito dela, eu entendo isso.

Os Barbixas tem um espetáculo chamado "Improvável" que está em cartaz todas as quintas, há mais de 10 anos, no Teatro Tuca em Perdizes. Nem irei dizer quem vai toda santa quinta para assisti-los. Por ser improviso, todo espetáculo era diferente, eu sempre achei isso extremamente interessante.

Já fui muitas vezes no espetáculo, pelo fato de que o Teatro Tuca é perto da casa de Maria, mas sempre que acabava eu precisava sair correndo para conseguir pegar o trem a tempo para voltar para casa. Então, nunca consegui conhecê-los, isso para mim, é bem triste, porque Mar os conhece desde muito tempo e como mora perto, sempre ia ao espetáculo e só faltava comprar um álbum para colocar todas as fotos que ela já tirou com eles. Vivia falando em como o Daniel a olhava de um jeito diferente e em como o Anderson havia a abraçado ou como Elídio amava o jeito dela. Enfim, ela está apaixonada e eu fico tão feliz por ela, que gostaria de estar lá para compartilhar os momentos com ela e principalmente conhecer as pessoas incríveis descritas por Maria.

Eu trabalho de manhã e faço faculdade a tarde. Minha luta por uma bolsa da faculdade resultou nisso e por um lado, fico feliz por de noite poder ir ao Improvável. Mesmo que eu saia correndo assim que acaba.

Hoje é quinta feira e amanhã é um feriado, sem trabalho, sem faculdade.

Raros são os dias que isso acontece, mas estou com energias positivas sobre hoje.

Eu iria dormir na casa de Maria para irmos ao Improvável e parece que hoje eu finalmente iria conhecer os Barbixas.

-Terra chamando Gabriela- Maria agitou os braços na frente dos meus olhos. - precisamos decidir com qual roupa iremos hoje. -Ela falou, se virando ao seu guarda roupa. Só agora percebi, que passei tempo demais refletindo sobre a vida, as roupas da Maria estavam espelhadas pela cama e eu estava sentada na cadeira da penteadeira dela.

-Desculpa-falei- eu estava pensando em ir com uma calça preta, uma regata branca e um jaqueta de couro.

-Ai, que sem graça -Maria falou, e pega um vestido rendado preto, coladíssimo- Olha esse-Ela colocou na frente do corpo e foi ao espelho de corpo todo, que fica ao lado da porta do banheiro do seu quarto- sexy

-não acha que é muito exagero não? Você irá ao teatro, não a uma boate- Falei e ela se virou indignada.

-Eu preciso ser sexy para encantar meu Dani - Levantei as sobrancelhas- Não me olha assim, você sabe que meu sonho é ter ele para mim e apenas para mim e para isso, terei que usar e abusar do meu dom natural de ser sexy.

-Maria, eu amo você, sério, mas acho que você não precisa se fantasiar de outra pessoa para ele gostar de você -Falei- Você é um raio de luz, seja você mesma e garanto que ele irá gostar. Aliás, não é você que dizia que ele te olhava de maneira diferente.

-Mas Gabriela, eu sou tão sem graça -Ela devolveu o vestido preto para dentro do guarda roupa e pega um vestido amarelo claro, rodadinho. Colocou em frente de seu corpo e foi ao espelho. - se ele realmente estivesse me olhando de maneira diferente, teria me pedido sei lá, meu telefone.

-Você está linda e sexy assim -Comentei, amarrando meu cabelo em um coque- Melhor do que antes e muito mais você. Tenho certeza que dessa vez o Dani irá cair de quatro por você.

-Tem certeza?-Segurou o vestido com a mão esquerda, ainda em frente de seu corpo e com a mão direita tentou fazer um penteado. Se virou para mim- O que você acha?

-Tenho certeza- respirei fundo, e levantei indo até ela- Deixa o cabelo solto e a gente pega seu babyliss e eu faço uns cachos nas pontas.

-você é incrível!-Ela falou sorrindo e dando uns pulinho e me abraçou- Nem acredito que finalmente irei te levar para conhecê-los.

-Nem eu acredito -Sorri, sincera- Parece irreal.

-Pois é, menina. -Maria colocou o vestido em cima da cama e foi até a sua penteadeira, abriu uma das gavetas e tirou o babyliss me entregando- Aqui está, agora são 17 horas. Se você quiser, pode fazer um cachos em você também, acho que ficaria lindo.

-Eu estava pensando em fazer chapinha- Pensei - ou melhor, não fazer nada mesmo.

-Ah, não mesmo-Maria me olhou com os olhos severos- você tem que ir linda também e não largada. Infelizmente o Elídio já tem a Samara,

e o Andy tem alguém lá que não me lembro agora, mas você pode encantar os boys que vão assisti-los uai.

-Eu posso até fazer alguns cachinhos, mas nada muito elaborado- Peguei uma das mudas de roupa na minha mochila.

Era o look que eu havia pensado: a jaqueta de couro, a regata branca com o detalhe de renda no decote e uma calça preta, peguei a toalha também e todos meu itens pessoais, abri a porta do banheiro tentando não cair com todas as coisas na mão. Fechei e larguei tudo no balcão da pia. Respirei fundo olhando para meu reflexo no espelho, espero que hoje seja um dia e tanto. Tomei banho e, quando sai, observei que Maria ja estava com os cachos no cabelo e agora estava penteando com os dedos, para deixar algo mais natural.

-Você está linda -Sorri e deixei minhas roupas sujas ao lado na minha bolsa no chão.

- Obrigada -Maria sorriu- e você está linda também, só falta arrumar esse cabelo.

- Beleza hein- peguei um perfume e passei.

- Esse perfume é muito cheiroso-Maria se levantou, só agora percebi que ela já estava com maquiagem na cara e com a roupa trocada. - Eu tomei banho no banheiro dos meus pais.

- aaah, agora ta fazendo sentido- me sentei no banquinho da sua penteadeira.- eu demorei tanto lá dentro assim?

- Um pouco-Maria riu de leve- Mas eu entendo, às vezes, fico brisando enquanto a água cai nas minhas costas.

- pois é- Ri também e comecei a passar rímel. Eu iria apenas passar isso e um batom.

- Maquiagem simples essa hein? -Maria me olhou pelo espelho - Não acha que uma sombra, uma base e um pó não ficaria top?

- Não acho que combina tanto assim comigo - Encaro-a e isso me fez olhar para o relógio que estava do outro lado da penteadeira. - Caramba são quase 18 horas. Precisamos ir jantar agora, antes que não dê tempo.

- Ai meu deus- ela arregalou os olhos e saiu pegando suas coisas e enfiando numa bolsa pequena. Eu fiz a mesma coisa, não esquecendo de pegar os ingressos comprados há muito tempo atrás.

- Pegou tudo? -Perguntei a observando colocar um All star preto cano alto, que casava perfeitamente com o vestido. Peguei o meu all star normal e coloquei correndo.

- Peguei -Maria parou no meio do quarto, observando ao redor- Acho que peguei sim.

- Ótimo vamos- Puxei seu braço para ela começar a andar, descemos as escadas correndo.

-DONA MARCIA, JÁ PREPAROU O JANTAR? -Maria gritou, quando paramos no meio da sala. Dona Márcia apareceu secando as mãos em um pano.

-Ta finalizado anjinho, acabei de colocar a mesa -Ela sorriu e sorrimos juntas. Fomos para a sala de jantar, que ficava grudada na cozinha. A casa da Maria era grande, mas com um estilo simples, o que tornava tudo mais moderno. Ironicamente.

-Preparei seu prato preferido Mar, Almôndegas com o espaguete gravatinha. -Marcia, a cozinheira da casa, colocou a panela no centro da mesa.

-Ai Dona Márcia, você é a melhor pessoa-Maria falou já se servindo.

Depois de nos empanturrar com a comida deliciosa da Marcia, conversarmos com ela sobre o espetáculo que iriamos hoje, já eram quase 20 horas. Sim, passamos muito tempo sentadas com a Dona Marcia conversando. As vezes, eu acho que pelo fato da mãe e do pai viverem trabalhando e viajando, Maria se apegou muito a Dona Marcia, que havia se tornado sua segunda mãe, já que trabalha naquela casa há muitos anos. Me encontrei Teresa e Fabio, pais da Maria, apenas umas 7 vezes, nesse último ano.

É muito estranho, levando em consideração a quantidade de tempo de um ano, mas é a vida deles. Se Maria entende porque eu não entenderia, não é mesmo?

- Tchau garotas, se cuidem. Qualquer coisa manda mensagem -Dona Marcia, que neste momento estava lavando a louça falou, quando falamos que iriamos indo para o Teatro. -Não falem com estranhos.

-Não se preocupe- Maria pegou as chaves, que estavam jogadas na mesa de centro da sala. -Vamos?

-Vamos -Falei, observando-a abrir a porta. Passamos e ela fechou e trancou a porta da casa. Saímos pelo Jardim e o portão foi aberto com um click no mini controle da chave. Segurança né? Passamos e agora Maria trancava o portão.

-Teremos que subir a rua e virar né? -Eu perguntei desbloqueando meu celular para ver as novas mensagens, era 20:20. Horas iguais. Não sei porque, mas eu acredito em horas iguais. Guardei na bolsa em seguida.

-Isso mesmo- Maria parou do meu lado, nisso começamos a andar. O Teatro não era tão longe, fomos conversando sobre os trabalhos que deveriam ser entregues semana que vem e ainda nem começamos a fazer. Depois de alguns minutos, chegamos no Tuca e meu deus, como eu era apaixonada por aquele teatro. Tudo nele era lindo.

Subimos as escadas, e chegamos no segurança, já entregando os ingressos. Ele conferiu e deixou entrarmos.

-Graças a deus- Maria Falou entrando no hall, e vendo que poucas pessoas estavam ali ainda - vamos tirar uma foto ali -ela apontou para o painel que estava lotado de "Barbixas" e as carinhas. - Vamos no banheiro também. -Assenti, observando a lojinha dos Barbixas em um canto.

Depois de irmos no banheiro, tiramos uma selfie no painel.

-Aaaaah, o bang da sugestão de frases e cena. Irei escrever, escreve também bebê-Maria pegou uma caneta e os papeis, que estavam em cima de uma mesinha.

Escrevo algumas frases e sugestões e coloco dentro das suas respectivas caixinhas.

Eu e Maria nos aproximamos da porta para entrar lá dentro.

-Olá, Boa Noite -um funcionário do teatro chegou perto, estendendo a mão para pegar o ingresso, Maria o entregou e ele conferiu- por aqui senhoritas.

-Obrigada-Sorri e fomos descendo as escadas o acompanhando. Tínhamos comprado na quarta fileira, da parte do meio, perto do palco. -É aqui.

-Obrigada-agradeci novamente, porque Maria observava as pessoas ao redor. Fomos pedindo licença e finalmente nos aconchegamos nas cadeiras.

-Ai meu deus, ta chegando a hora- Maria falou, dando um mini surto- Precisamos tirar uma foto disso. -Ela pegou o celular e tirou foto do palco, que do lado esquerdo estava a cadeira e a mesa com um grande I(de improvável) branco e com fundo vermelho, na frente. Ao fundo do palco estavam 4 cadeiras, cada uma com um cubo colorido ao lado, garrafinha e uma toalha dobrada em cima. A direita do palco, o teclado, o notebook e a cadeira do músico. E o nome do espetáculo estava pendurado ao fundo. É lindo demais.

- Vamos guardar o celular, porque parece que agora é sério- Falei, e de repente o Guilherme Tomé entrou no palco e um jogo de luz começa a acontecer. Ele começou dizendo Boa noite e deu uma resumida do que aconteceria hoje. Tomé explicou a diferença entre Improviso e Stand up, e puxou conversa e risos dos espectadores.

Eu estava suando de nervoso, sei que cada Improvável é diferente, mas a sensação de estar aqui era sempre a mesma. Quando ele começou a chamar cada um dos meninos ao palco, eu tremi levemente. Principalmente quando o Daniel foi anunciado. Eu gostava muito deles, mas não tanto quanto Maria.

O primeiro jogo seria o das Frases. Que consiste em dois jogadores, pegarem duas frases nas caixinhas, que foram escritas e colocadas dentro delas pela plateia lá fora. Os jogadores começam o jogo com um tema, tem pegar e ler as frases, e justificar o porquê que elas apareceram na cena. Gustavo e Elídio seriam os jogadores.

Só posso dizer que minha frase e a da Maria foi retirada pelo Elídio e eu quase gritei alto.

A probabilidade de isso acontecer era mínima. Minha sugestão de cena foi retirada no jogo do Cenas Improváveis de novo, e eu fiquei ainda mais feliz. Aquela noite estava sendo incrível e eu não sabia se prestava atenção neles ou nos jogos em si. Posso não ser tão fã, mas minha admiração era gigante. Em algum momento, Maria segurou minha mão . Ela olhava fixamente para o palco, e toda vez que o Dani falava alguma coisa ela apertava minha mão fortemente. Depois de muitas risadas, quando acabou o espetáculo, eles pediram para tirar foto com toda a galera, eu só consegui sorrir e depois aplaudir.

Maria estava sorrindo tanto, que eu só podia imaginar a dor na bochecha que ela irá sentir.

-Vamos - Ela começou a andar- Precisamos entrar na fila da foto.

-verdade- concordei- E ai? Gostou?

-EU AMEI -Maria não se conteve- o Elídio, o Gustavo e o Andy rebolando no musical, puta merda. O Dani arrumando o cabelo. Ai olha. -eu ri, chegando no hall do teatro. Tinha uma grande concentração de pessoas por ali.

-Meu cabelo ta bonito? -Ela perguntou, arrumando o cabelo ruivo.

-sim, alguns cachos ainda estão ai-Respondi, arregaçando as mangas da minha jaqueta.

-o seu ta maravilhoso Bia-Ela me encarou- a fila é ali do lado direito. Vamos para lá.

Gabriela off

Daniel Nascimento on

O espetáculo havia sido um sucesso, e eu e os garotos não poderíamos estar mais felizes.

-Deus do céu, hoje foi engraçado-Andy falou, se sentando no sofá do camarim

-A cena do espirro foi a melhor, boa sacada Elídio-Tomé falou

-obrigado, obrigado, eu sei que sou o melhor dentre todos vocês aqui- Elídio falou e eu ri.

-Não, não. O melhor de todos foi o Tauszig, sem mais - Falei, me lembrando do "mortes Improváveis".

-Enfim, hoje a galera estava criativa- Elídio pegou uma garrafinha e tomou um gole de água.

-Vamos tirar foto com o pessoal?

-Andy se levantou- Gustavo, você já está indo embora?

-Já sim, preciso passar em casa -Gustavo falou, pegando sua bolsa- mas a gente se encontra no karaokê.

-Eu acho que nem irei hoje, estou morrendo de preguiça- Falei- mas o Andy e o Lico irão. Acho que vai todo mundo aliás.

-Ah, pelo amor de Deus Dani, sei que você já está velho, mas você precisa relaxar e beber um pouco cara- Elídio falou - Curtir um sambinha, um pagode.

-Irei pensar- Peguei minha blusa azul clara, escrito "Comedy'' em branco e um óculos em cima branco também. -Vai ser no de sempre?

-Acho que sim- Elídio pegou o celular, para conferir- sim, no de sempre.

-Beleza... Vamos? - Perguntei, enquanto trocava de camiseta e os meninos fizeram o mesmo. Sempre, depois do espetáculo, tentávamos tirar foto com a galera que havia ido nos assistir. Era um costume, e raramente não acontecia.

-Acho que não ficou tanta gente hoje-Tauszig falou

-Maioria não sabe sobre depois do espetáculo- Conclui e abri a porta. Vendo a fila que tinha. Só conseguimos escutar alguns gritos e flashs. Sorri, sempre me sinto extremamente amado presenciando coisas do tipo. Ficamos um do lado do outro, de frente ao painel, acenando algumas vezes. Reconheci alguns rostos que sempre vem nos ver nas quintas, eu acho isso muito legal. Significa que pelo menos sabem o significado do espetáculo e a proposta dele. A moça da produção olhou para gente e fez um joinha, eu assenti e ela chamou a primeira pessoa. Na verdade era um trio de um garoto e duas garotas. Sorri, agradeci aos elogios e zoei um pouco, tiramos a foto e recebi os abraços apertando igualmente.

Passados vários grupinhos de pessoas, e alguns presentes também. Criativos aliás. As últimas pessoas da fila se aproximaram. São duas garotas, uma ruiva e uma morena, lindas por sinal. Acho que o nome da ruiva é Marina, Mariana, algo assim. Não tenho uma memória fantástica, mas me lembro dela, porque ela é uma das pessoas que sempre vêm as quintas. Agora a morena eu não lembro de ter visto.

-Oie - A ruiva sorriu, e eu acompanho. Primeiro iríamos tirar a foto, e como elas são as últimas da fila, daria tempo de conversar um pouco. A Morena entregou o celular para moça da produção e se virou para gente. Da esquerda para direita, era o Elídio, Eu, Anderson, Tomé, Tauszig.

-Oie -O Elídio falou e a Ruiva entrou entre mim e ele. A Abracei de lado.

-Oi -A morena sorriu tímida, que fofa, olhando para nós todos e andou até o Andy e o Tomé. Ficando entre eles. O Tauszig ficou na frente meio abaixado e apontou para as duas. Eu apontei para a ruiva e o Andy para a Morena. Todos nós sorrimos. E a moça tirou a foto e entregou o celular.

- Me chamo Maria, mas acho que vocês já me conhecem- Maria, a ruiva, sorriu. Aaah Maria, sabia que era alguma dessas variações. Ela veio até mim abrindo os braços, eu a abracei rapidamente e soltei, e assim, ela foi abraçando os outros. -Essa é minha amiga, Gabriela.

- Me lembro de você, Maria. A Viciada em Improvável- Anderson a abraçou, e eu olhei para a Gabriela, agora eu sabia o nome dela.

- Primeira vez no Improvável? -Perguntei, quando ela veio me abraçar. Que garota cheirosa, e que abraço. A soltei.

-Na verdade, não. É só a primeira vez conhecendo vocês -Ela abraçou o Elídio.

-Nossa que perfume cheiroso-Ele falou, a soltando. É pelo visto não foi só eu que percebi isso. Vi ela ficar vermelha enquanto estava abraçando os outros meninos. O Tauszig e o Tomé estavam conversando com a Maria e interromperam para cumprimentar Gabriela.

-Obrigada -ela sorriu- Eu amei o espetáculo de hoje, sério. Tudo foi criativo. -Sorri, a observando.

-Obrigado, hoje o pessoal que estava criativo. Foi tudo culpa da galera mesmo -Andy cruzou os braços, e eu e o Elídio concordamos.

-Eu fiquei ainda mais feliz, quando vocês sortearam minha sugestão -Maria surgiu no assunto e ficou do meu lado.

-Sério? Qual foi sua sugestão?

-Perguntei a encarando, reparando que ela estava tremendo de leve.

-Nossa, se foi a do Espirro, aquela foi genial. -Elídio comentou - raras são as sugestões criativas e geniais como aquela.

-Eu amei essas cenas também, as piadas foram engraçadas demais- Tomé comentou

-Na verdade, minha sugestão foi da cerveja. A do Espirro foi da Gabriela- Maria sorriu meio deslocada e apontou para a amiga, que estava em silêncio nos observando.

-A da cerveja foi legal também -Andy falou sorrindo- Parabéns pela criatividade Gabriela.

-Obrigada -Ela sorriu

-Vocês moram aqui perto? -Decido perguntar, encarando as duas.

-Eu moro quase que na rua de baixo, ela mora em Barueri-Maria falou

-Barueri? Um pouco longe hein? - Falei encarando Gabriela.

-Vale a pena vir para cá e assistir vocês -ela sorriu e eu acabei sorrindo junto- Fazemos faculdade aqui perto, então isso também facilita a vinda para cá. É tipo um combo, tudo de uma vez.

-Vocês estudam juntas? -Elídio perguntou. Tauszig se despediu das meninas e de nós.

-Sim estudamos- Maria respondeu- Fotografia especificamente.

-Nossa! Sério? -perguntei impressionado. Agora o assunto estava interessante-Eu amo fotografia, mas ficou como um hobbie.

-Sério-Maria sorriu, feliz. - eu já vi as suas fotos, elas são maravilhosas.

-Eu queria saber fotografar também, mas nem isso eu sei olha que legal-Andy falou e Elídio concordou.

-É tudo questão de prática, se você parar um pouco para pesquisar um pouco mais, ou até fuçar a câmera de um celular e ir tirando foto, com o tempo, você vai percebendo o que precisa melhorar, qual é maneira melhor para uma foto em tal canto, enfim vai evoluindo. -Gabriela falou, e todos nós ficamos olhando para ela. Definitivamente, interessante. Percebi que Maria se moveu desconfortável.

-Mas você toca instrumentos Andy, vários aliás-Maria quebrou o silêncio.

-Eu sei o básico de alguns, não toco perfeitamente todos-Ele falou

-Olha, o assunto ta interessante, mas a gente precisa ir embora. -Elídio interrompeu e se aproximou de Gabriela. -Vem de novo, com sua amiga. Vocês são legais.

-Claro que sim, a gente ainda se esbarra por ai-Gabriela sorriu, e o abraçou. Se soltaram e Elídio sorriu. O Andy também se despediu dela.

-Foi um prazer recebê-las hoje de novo- Falei encarando Maria, que me olhava fixamente, dei um passo leve para trás, no reflexo.

-O prazer foi meu -Ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha- tentaremos vir quinta que vem de novo. -Sorriu e veio me abraçar.

-Beleza -Sorri, e a soltei, fui para Gabriela, que observava um pouco de longe. Percebo que Andy estava me esperando sair para se despedir de Maria.

-Fico feliz que tenha gostado de hoje -Sorri, parando em sua frente.

-Imagina, vocês são incríveis-Gabriela sorriu.

- Enfim, a gente se esbarra por ai, como você disse -Sorri e abri os braços, fazendo com que ela venha me abraçar. Eu a apertei.

-É isso ai -Ela ainda sorrindo se soltou e se virou para Maria, que estava observando com uma cara não muito agradável. -Tchau Dani, Tchau Andy até uma próxima. - Sorri pela última vez, me distanciei das duas, acenei para Maria que sorriu e acenou também e entrei de volta, rumo ao camarim.

- Elas são legais né? -Andy concluiu enquanto abria a porta do camarim

- São mesmo, a Gabriela parece ser mais na dela do que a Maria - Falei - Cadê o Elídio?

-Eu to aqui, pronto e esperando vocês para ir para van. O pessoal disse que já chegou lá.

-Beleza.

Daniel off

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1 Capítulo 1 1
20/10/2021
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