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Coração rendido ao mafioso

Coração rendido ao mafioso

5.0
11 Capítulo
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Lilian Reed é uma jovem determinada, que trabalha no exclusivo clube Shadow of Sophia para sustentar seus sonhos de se tornar enfermeira e deixar para trás a exploração de sua madrasta, Diane, e seu meio-irmão, Liam. Mas sua vida desmorona quando Diane a vende por uma fortuna ao temido Cassian Moore, um mafioso cuja presença exala poder e perigo. O primeiro encontro entre eles é marcado por um resgate brutal e um olhar que queima como fogo, plantando as sementes de uma tensão sexual irresistível. Presa em um acordo sombrio, Lilian é arrastada para o submundo de Cassian, onde cada toque dele, firme em seu queixo, quente contra sua pele, ameaça dissolver suas defesas. Cada sussurro carregado de promessas a puxam para um abismo de desejo. Entre o medo de ser consumida e uma atração avassaladora, ela se propõe a trabalhar para pagar sua dívida e ganhar sua liberdade. Mas Cassian tem outros planos. "Entenda de uma vez por todas, Lilian Reed. Você pertence a mim agora. Você trabalhará para mim e responderá apenas às minhas ordens", ele declara, selando o acordo com um beijo brutal que deixa seu corpo tremendo e sua mente em chamas. À medida que os segredos de um passado doloroso ressurgem e o perigo se aproxima, Lilian luta para resistir ao domínio do mafioso, mas será que seu coração se renderá a ele antes que ela escape desse inferno?

Índice

Capítulo 1 Olhar que queima nas sombras

O clube Shadow of Sophia estava mais cheio naquela noite. A fumaça densa dos charutos da área VIP era sufocante e dificultava ver direito e passar pelas mesas equilibrando aquela porcaria de bandeja, mas também era onde recebíamos as melhores gorjetas.

Mais 30 minutos.

Era tudo o que eu precisava suportar daqueles caras ricos e sem nenhuma noção de educação ou respeito.

Figurões. Empresários. Políticos. Até mesmo a alta cúpula da escória frequentava aquele lugar. Todos pomposos em seus ternos elegantes e caros enquanto riam de como haviam desgraçado a vida de mais um miserável aleatório que se atolou em dívidas.

Shadow of Sophia era o clube mais badalado de Soho, Londres. Conhecido por sua exclusividade e total descrição, não era um lugar onde qualquer pessoa poderia entrar para tomar uma bebida. Até mesmo nós, meros funcionários assalariados, passávamos por uma difícil prova de admissão e treinamento pesado antes de começar a servir nos salões.

A bela e elegante faxada com letreiros neons roxos e portas de veludo preto se destacava até mesmo entre os vários bares e boates da badalada Soho. Mas, para mim, nada daquilo era minimamente atraente. Na verdade..., sempre que precisava cruzar as ruas agitadas até o clube, sentia o peso dos olhares de julgamento que eu recebia daqueles homens e mulheres ricos que se divertiam sem qualquer limite moral ou monetário.

"É como dizem, nem tudo o que reluz é ouro.." sussurrei enquanto voltava para o bar com a bandeja carregada de copos de whisky vazios, me apertando entre mesas e desviando de pessoas.

Era como se ninguém pudesse ver a mulher de 1,67 de altura, usando uma calça preta justa, colete e uma camisa branca passando entre eles com mais de quinze copos perigosamente equilibrados em uma bandeja.

Tentei passar por um grupo de homens mais velhos. Eles estavam imersos em suas conversas e fumando seus charutos fedorentos, então achei que seria mais fácil passar por eles, mesmo que fosse um grande desvio para chegar ao bar.

Meu arrependimento foi quase instantâneo quando um dos homens se levantou de forma abrupta, jogando sua cadeira para trás com tanta violência que atingiu a lateral do meu quadril, fazendo com que eu perdesse o equilíbrio.

O som do vidro quebrando fez todo o salão cair em um pesado silêncio. Eu estava estatelada no chão, minha mão sobre um dos cacos de vidro enquanto todos apenas me observavam, como se eu fosse um animal exótico que havia acabado de fugir da gaiola.

"Lilian, você está bem?" Chloe, minha amiga e mixologista do Shadow of Sophia, correu até onde eu estava. Seus olhos caíram sobre a minha mão, que tentei esconder da melhor forma possível.

Quando Chloe fez menção de perguntar sobre o corte, eu neguei com a cabeça com um movimento discreto, mas claro.

Não podíamos chamar mais atenção ainda. Eramos pagas para agir como sombras, não chamar a atenção e sermos discretas com relação à identidade dos clientes do clube.

Com cuidado, pequei o pano que carregamos para limpas as mesas e o enrolei no corte, para estancar o sangramento e logo me coloquei a recolher os cacos de vidro. Atrás de mim, as vozes dos homens parecia divertida enquanto riam.

"Vejo o que fez Jorge. Pobrezinha..." o tom claro de deboche e escárnio me fez hesitar por um momento, mas eu apertei os punhos, engolindo a humilhação em silêncio, e continuei recolhendo os cacos de vidro.

"Ela que deveria prestar atenção por onde anda. Esse lugar parece contratar qualquer mulher burra, contanto que seja gostosa, para trabalhar aqui." Todos riram com divertimento.

Tudo o que eu podia fazer naquela situação de merda, era respirar fundo e sair dali o mais rápido possível. Peguei a bandeja, agora cheia de copos quebrados, já calculando quanto seria descontado do meu salário, quando senti meu cotovelo sengo brutalmente agarrado.

"Espere um momento. Onde estão as suas desculpas?" O homem que bateu em mim disse. Seu rosto estava vermelho e suado, pupilas dilatadas, respiração ofegante e movimentos descoordenados - sinais claros de intoxicação alcoólica que notei como estudante de enfermagem.

Mesmo que eu fosse uma aluna do curso de enfermagem, não tinha nenhuma intensão de gastar meus conhecimentos com aquele tipo de pessoa. Tudo o que eu queria era seguir o meu caminho para finalmente ir embora daquele lugar.

"Ei!" o homem gritou, apertando meu braço com mais força, me fazendo trincar os dentes com a dor aguda que irradia pelo meu braço. "Mandei me pedir desculpas, garota insolente."

"Parece que essa menina não te conhece, Jorge." um dos homens provocou, o que pareceu irritar ainda mais o tal Jorge que me segurava.

"Sinto muito pelo transtorno, senhor." disse em um tom monótono e baixo.

Não queria confusão, eu apenas queria sair de lá e ver a gravidade do corte na minha mão. Mas, ao que parecia, meu pedido de desculpas não foi muito bem aceito pelo homem e seu grupo de amigos, que ria e debocharam sem qualquer filtro.

Encorajado pelos amigos, o homem chamado Jorge ergueu sua mão, o rosto contorcido de raiva. Tentei puxar meu braço e me afastar daquele homem, mas seu aperto era muito forte e tudo o que eu poderia fazer era esperar o impacto.

Fechei meus olhos com força e tentei defender meu rosto com o outro braço. Porém, o golpe nunca veio.

Os sons de vozes havia desaparecido, tudo estava em um completo e assustador silêncio. Afastei o braço e ergui meus olhos apenas para ver um homem muito alto entre mim e meu agressor. O homem segurava com força descomunal o pulso do tal de Jorge, que me soltou de imediato e deu vários paços para trás.

O grupo de "amigos" havia desaparecido, se espalhando pela multidão que desviava o olhar de onde estávamos. Jorge estava pálido, como se todo o álcool que ele havia consumido tivesse desaparecido de sua corrente sanguínea.

"Erguendo a mão para uma mulher..." a voz profunda do homem de costas para mim fez um arrepio percorrer todo o meu corpo. A sensação de perigo se arrastando como uma serpente fria pela minha pele. "Esperava mais de um empresário com uma história de sucesso tão inspiradora quanto a sua, senhor Jorge Taylor."

Tudo pareceu acontecer em questão de segundos, mas, pelos meus olhos, todos se moviam em câmera lenta.

O som da arma engatilhando, o cheiro da pólvora, o estouro do disparo e o calor do sangue.

O homem que havia acabado de me ameaçar estava estendido no chão, completamente imóvel, com um buraco na testa de onde o sangue jorrava. Algumas mulheres gritaram, mas logo foram contidas e retiradas do local.

Alguns homens, que reconheci como os seguranças do clube, se aproximaram e assumiram a situação, levando o corpo para outro lugar.

Estava tremendo.

O cheiro do sangue me lembrava ferro enferrujado. Passei a mão no rosto, vendo as pontas dos meus dedos trêmulos tingidas de vermelho brilhante. Olhei para os lados, achando que alguém diria algo, ou que estivessem ligando para a polícia ou bombeiros, mas todos estavam parados, vendo aquela situação absurda

"Deveria ter mais cuidado, esquilinha. Este mundo não perdoa distrações," O homem a minha frente se virou, seu rosto cheio de respingos de sangue, assim como sua camisa escura.

Seu sorriso era tão sedutor quanto assustador. Ele se aproximou, agachando na minha frente e segurando meu queixo com força. Fechei meus olhos e prendi a respiração, com medo de vomitar em cima dele por conta do forte cheiro do sangue.

Ele soltou meu queixo e se afastou. Eu estava grata que ele havia perdido o interesse em mim. Meu corpo tremia violentamente e precisei me segurar muito para não cair em lágrimas, sentada naquele chão ainda coberto de sangue.

Olhei para as costas dele, largas e fortes, e tentei adivinhar quem ele poderia ser. Como se estivesse sendo chamado, ele se virou, puxando um lenço do bolso e se limpando de forma desleixada.

Um homem capaz de algo como aquilo e todos fecham os seus olhos só poderia ter muita influência, ou ser alguém muito importante dentro do submundo.

Seus lábios se moveram lentamente, em uma mensagem destinada apenas a mim "Nos veremos de novo, senhorita Reed. Talvez, mais cedo do que você pensa," todo o meu corpo ficou arrepiado, aumentando meu desconforto e curiosidade.

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