Eliza se examinou e percebeu o que havia feito.
Quando olhou para baixo, o olhar de Kyson estava fixo nela.
Eliza, com pouco mais de vinte anos, possuía uma beleza suave e uma constituição esbelta, incorporando o charme inocente que muitos homens achavam atraente.
Sob o cobertor, no entanto, Kyson podia sentir seus contornos acentuados.
Uma sombra de irritação cruzou o rosto de Kyson.
Percebendo sua crescente irritação, Eliza olhou para cima e se moveu ligeiramente.
O suave toque de sua pele contra os músculos tensos dele despertou um senso de desejo dentro dele.
"Vá embora!"
A voz de Kyson era baixa e firme.
Ao ouvi-lo, Eliza imediatamente tentou se recompor, seu corpo se tensionando e seus ombros se curvando para dentro, fazendo sua clavícula sobressair nitidamente.
Ela parecia totalmente vulnerável.
"Senhor Kyson, eu estava tão bêbada assim?" ela começou, seus cabelos longos e macios caindo suavemente sobre o ombro, cobrindo parte do peito pálido. "É tudo culpa do Rhett. Ele continuou me enchendo de bebidas."
Havia um tom de tristeza em sua voz ao confessar: "Eu não aguento bem a bebida."
No entanto, Rhett Bailey, seu noivo, parecia indiferente a isso, enchendo continuamente seu copo sem preocupação.
Kyson, claramente irritado, a empurrou para longe. Ao sair da cama e vestir o roupão, ele instruiu: "Vista-se e vá embora."
Diante de suas palavras, Eliza só conseguiu responder com um assustado "hmm".
Ainda assim, ela se vestiu lentamente. Depois de colocar o sutiã e a camisa, levantou o cobertor e então olhou para Kyson com uma mistura de confusão e desespero. "Senhor Kyson..." ela murmurou, sentindo-se perdida.
O olhar de Kyson seguiu o dela, pousando em uma mancha de sangue no lençol.
Sua expressão imediatamente se fechou, seu rosto bonito agora austero.
Kyson não era realmente tio de Eliza. Ela o chamava assim porque seu noivo, Rhett, era sobrinho dele, e ela escolheu tratá-lo da mesma maneira.
Kyson não se lembrava muito dela. Sabia que ela era a única herdeira da família Scott. Apesar de seus pais terem falecido, ela vinha de uma família rica.
No entanto, ele encontrava pouco para admirar em uma mulher que aparentemente carecia de limites pessoais.
"Vou pedir para alguém te levar para casa," ele ofereceu, seu tom não tão ríspido quanto antes.
Ao ouvir sua abordagem mais suave, Eliza olhou para baixo, jogando uma mecha de cabelo atrás da orelha, escondendo a rápida mudança de emoção em seus olhos. Ela se vestiu contente e saiu, seus passos desiguais.
Seus passos eram dificultados por um notável cambaleio enquanto seguia seu caminho.
Ela tinha uma deficiência.
Em Aneson, todos estavam cientes disso, então aqueles que desejavam a riqueza de sua família recusavam-se a casar com ela, temendo o ridículo como seu cônjuge.
Descendo as escadas, o assistente de Kyson estava ao lado dela num instante, oferecendo apoio quando seu equilíbrio falhou.
"Você está bem?" o assistente perguntou, garantindo que ela ficasse firme.
Eliza apenas assentiu, seu olhar voltando para Kyson.
Ele estava parado à porta, sua expressão fria, sua atenção voltada para a perna dela.
Na noite anterior, quando estavam na cama, sua deficiência não parecia aparente.
"Peço desculpas por incomodar seu assistente," ela ofereceu, com um sorriso suave e apologético, captando seu olhar crítico.
Kyson permaneceu em silêncio.
Eliza escolheu não dizer mais nada, percebendo que os sentimentos de Kyson por ela não eram favoráveis. Em vez de se sujeitar a mais constrangimento, ela se afastou em silêncio.
Depois que ela se foi, Kyson pegou o telefone e discou um número. "Investigue com quem Rhett esteve ontem à noite."
Ele se perguntava onde Rhett estava em vez de cuidar de sua noiva embriagada.
Enquanto ela estava indo para casa, o telefone de Eliza tocou.
O identificador de chamadas mostrava que era sua velha amiga, Makenzie Dixon.
Eliza decidiu não atender e simplesmente esperou.
Quando a chamada não foi atendida, Makenzie enviou uma mensagem para Eliza.
Eliza abriu a mensagem com um leve sorriso.
Continha uma foto de uma banheira.
Velas perfumadas tremeluziam na borda da banheira, enquanto pétalas de rosa estavam espalhadas sobre a água e o chão ao redor.
O peito de um homem estava imerso nas bolhas espumosas, com o corpo de uma mulher pressionado de perto contra ele.
Transmitia uma clara sensação de intimidade.
Tendo suspeitado do caso deles, Eliza não se abalou com a tentativa de Makenzie de perturbá-la.
Mas o telefone tocou novamente.
Desta vez, Eliza atendeu.
Com um gemido, a voz do outro lado provocou: "Eliza, como foi o cara na noite passada?"
Eliza permaneceu em silêncio.
Makenzie persistiu em sua provocação. "Rhett te deixou bêbada e te abandonou na noite passada só para estar comigo. Você deve estar se sentindo péssima. Infelizmente, Rhett não se importa com suas lágrimas. Ele ainda está na cama comigo."