Havia um tempo em que os relacionamentos à distância eram exclusivamente.
Havia um tempo em que os relacionamentos à distância eram exclusivamente.
Inverno na grande cidade. A noite envelhecia mais cedo, trazendo consigo a poeira branca que tingia a paisagem. Nas ruas,
flocos de neve desafiavam para-choques, gorros e corpos apressados. Os mais afoitos bailavam por entre os edifícios; os mais
preguiçosos adormeciam nos ponteiros do relógio daquele que foi
o primeiro arranha-céu de Boston, o Marriott Custom House.
Pouco mais adiante, em um restaurante fincado no bairro italiano de North End, parte dos funcionários se reunia nos fundos da
cozinha. Havia em seus olhos um brilho fosco de esperança pelo
retorno de um funcionário, cuja ausência completava três dias.
- Hoje ele não vem mais... – informou Zeca, passeando os
olhos pelo teto até debruçá-los fixamente no relógio. – Onde se
meteu esse garoto?
- Quem? – indagou a garçonete, que chegara àquele momento, olhando a pia abarrotada de louças sujas.
- Roberto, o lavador de pratos.
Senhor Rodrigues, o cara que teria de lavar toda aquela lou-
ça sozinho, começou a mexer no celular.
- Tá ligando pra quem? – perguntou o Zeca.
- Pra Amanda.
- Amanda? Que Amanda?
- A namorada dele lá de Nova Iorque. Alguma coisa estranha tá acontecendo. Desde que o Roberto sumiu não consigo
falar com essa garota.
O celular chamou, chamou... por fim caiu na caixa de mensagem:
- 我现在无法接听您的电话. 请留言.
- Aí, num tô dizendo?... Agora a mensagem tá em chineis!
- Olha, Rodrigues, não quero te assustar, mas tão dizendo
por aí que o Roberto foi deportado. E onde há fumaça há fogo.
- Então, deixa eu voltar ao trabalho e, a propósito, trata
de colocar um anúncio procurando outro funcionário – disse o
Rodrigues, começando a colocar os pratos na lava-louças.
- Tá bom, mas antes deixa eu ligar pro Zé.
- Zé, que Zé?
- O mineirinho que divide o apartamento com ele em East
Boston. Chegou uma mensagem. Essa notícia vai lhe interessar,
decerto. ...Parece que encontraram o Roberto.
"Roberto vazou", dizia a mensagem (traduzindo o mineirês: "foi embora"); chegou no Brasil só com a roupa do corpo.
Eita homem de coragem! Nem todo mundo tá disposto a voltar a
ganhar em real depois de pôr a mão nas verdinha$.
Escolhas à parte, agora podemos responder à questão:
"WHERE´S ROBERTO"2
?
- ...Tô falando com ele agora, me liga outra hora – respondeu o Zé, inconformado, voltando do trabalho, puto pra caralho.
- Roberto voltou para o Brasil??? Puta que pariu!!!!!!
Pois, é. Viajou sem visto, sem lenço e sem documento (literalmente). Comprou uma passagem só de ida. "Oh, vida!"
- He's crazy!3
- I know.4
Brincou com a sorte, se enrolou. Ou estava prestes a se enrolar? (Eehhhh... isso não vai prestar.) É o que o Zé, com muito custo, por celular, tentava explicar – caminhando apressado,
touca cobrindo-lhe os olhos, mochila nas costas, empacotado.
A jaqueta era do Boston RedSox, time de beisebol local muito
aclamado – nove graus negativos, um frio lascado – pelo menos
pra mim, que não estou acostumado –, mas pro Zé aquele frio
não era nada, que com naturalidade falava ao celular e gesticulava. Passava despercebido em meio a tanta gente, também apressada que, como ele, ia pro trampo ou voltava pra casa. Chineses,
coreanos, guatemaltecos, indonésios, armênios, colombianos e
mexicanos; hondurenhos, marroquinos, haitianos, salvadorenhos, paquistaneses, cubanos e dominicanos; gente de toda parte, dos mais diversos continentes. A maioria jamais pensava em
voltar pro seu país novamente. Já Roberto, minha gente... ah!!!
A realidade era bem diferente.
- Eu sabia, isso não ia acabar bem. Você vivia com o corpo
na América, a cabeça no Brasil e o coração também... ou então
vivia em outro mundo! E depois que começou a namorar pela
internet... aí lascou tudo. Até filmes você assistia dublado em
português! Como queria aprender inglês?
- Calma, Zé! Pensa no lado bom. Pelo menos, ele não foi
deportado.
- Unbelievable!5
– exclamou o dono do restaurante onde
Roberto havia trabalhado, sem entender a deserção do funcioná-
rio, de quem ele chegou, inclusive, a assinar os papéis para ele
ter se legalizado.
- What fuck he's doing in Brazil?6
- I don't know.7
Só sei que o Zé, agora dentro do seu apartamento, faltava
pouco para se descabelar de vez, enquanto o Roberto, mais precisamente no saguão de embarque do Aeroporto Internacional de
Goiânia, buscava argumentos para justificar a burrada que fez.
- "Preferi a língua universal do amor ao inglês."
- Ih, lá vem você com essas frases desses livros que não te
ajudaram pra nada. Você não aprende mesmo...
- "Amar se aprende amando."
- Eu sei, criatura, mas até quando você vai continuar errando?
- "Se eu errar que seja por muito, por amar demais, por me
entregar demais, por ter tentado ser feliz demais."10
- ...E por ser trouxa demais... por acreditar nesses namoros
virtuais que nunca dão certo. ...Como a Amanda, linda trapezista
morena de Chicago, que você conheceu, aliás, também na sala
de bate-papo, mas que na verdade era a mulher barbada do circo.
Sem falar da Amanda manicura, que a gente fez até vaquinha pra
trazê-la com o cunhado do Brasil, e depois descobrimos que ela
queria trazer o marido, um tremendo folgado...
Era assim mesmo, não tinha jeito. Nos namoros virtuais do
Roberto, sempre algo dava errado. Por isso, ele resolveu sair de
trás do computador e ir em busca de seu grande amor, que até
então ele só sabia o nome.
- Eu só não entendi uma coisa: se a sua namorada era de
Nova Iorque, como você foi parar no Brasil?
Ô, Zé! Cada coisa em seu lugar. O homem acabou de chegar. Deixa, pelo menos, ele esfriar "os pé", parar na cafeteria,
tomar um café. Com certeza, esse assunto ele vai esclarecer e
a gente, enfim, o desenrolar dessa história vai entender. Onde
ela começa e, principalmente, a forma surpreendente em que ela
termina.
Havia um tempo em que os relacionamentos à distância eram exclusivamente por correspondência. Já imaginou?... Você ter que esperar 10, 15 dias ou até mais de um mês para receber uma carta de seu amor? Sorte do Roberto que hoje existe a internet. Então, em busca de sua paixão virtual, ele deixa os Estados Unidos, país onde vive ilegalmente por mais de 10 anos, e volta para o Brasil, sem lenço e sem documento (literalmente), só com a roupa do corpo. Onde estará sua paixão virtual? Será que ela existe? Boston ou Nova York; Goiânia ou Governador Valadares; Rio de Janeiro ou São Paulo. Cadê esta garota? E Rubrus, quem é esse cara? Quando vão conseguir agarrá-lo? Saiba as respostas lendo este livro emocionante! A arriscada travessia pelo México; a difícil adaptação do imigrante no exterior ao choque de realidade na sua volta ao Brasil. Duas histórias em um romance recheado de mistério, aventura, exemplos de superação e um final surpreendente!
Albert Archibald está em Paris em busca de inspiração para o seu novo livro. Na ocasião, ele descobre o "Beco dos Desesperados", uma espécie de refúgio para quem quer se tratar de seus traumas e conflitos internos.
Jared Cole é um CEO poderoso, e experiente em ter controle sobre tudo, inclusive sobre seus sentimentos. No entanto, tudo muda quando ele conhece Paola Evans, uma funcionária que esbanja humildade e determinação. Paola Evans é uma moça virgem que está se guardando para o casamento. Não quer chamar a atenção de ninguém, muito menos do herdeiro Cole que exala frieza e austeridade. Ela apenas deseja cumprir seu trabalho e seguir em frente com sua vida. Mas a química entre os dois é intensa e inegável, e uma atração perigosa começa a surgir.
No trabalho, Jenessa era secretária executiva do CEO. Fora do trabalho, ela era a esposa que o CEO nunca reconheceu oficialmente. Ela ficou muito feliz quando soube que estava grávida. Mas essa felicidade deu lugar ao medo quando viu seu marido, Ryan, mimando o primeiro amor dele. Com o coração pesado, ela decidiu abrir mão e ir embora. Quando eles se encontraram novamente, a atenção de Ryan foi atraída para a barriga saliente de Jenessa. "De quem é o bebê que está carregando?" Mas ela apenas riu. "Isso não é da sua conta, meu querido ex-marido!"
O dia em que Raina deu à luz deveria ter sido o mais feliz de sua vida, no entanto, se transformou em seu pior pesadelo. Momentos após o nascimento de seus gêmeos, Alexander destroçou seu coração ao se divorciar dela e forçá-la a abrir mão da custódia de seu filho, Liam. Com o coração partido, Raina desapareceu, criando Ava sozinha. Anos depois, Liam ficou gravemente doente, e Alexander foi forçado a procurar a pessoa que uma vez descartou, desesperado para salvar o filho. Quando viu a mulher que subestimou, ele pediu desesperadamente por uma nova chance - não apenas para ele, mas também para o filho deles. Porém, Raina já não era a mesma idiota que um dia o amou, não mais a mulher que ele deixou para trás. Ela construiu uma nova vida, baseada em força, riqueza e um legado há muito esquecido que ela esperava desvendar, passando anos aprendendo a viver sem ele. A questão é... Ela arriscaria reabrir feridas antigas para salvar o filho que mal conhecia? Ou Alexander a perdeu para sempre?
Após uma noite de paixão com um estranho, Roselyn acordou, encontrou um cartão bancário e, confusa, foi acusada de roubo. Quando as algemas estavam prestes a se fechar, um homem misterioso apareceu com um relatório de gravidez na mão e declarou friamente: "Você está grávida do meu filho." Chocada, Roselyn foi levada de helicóptero à residência presidencial, onde descobriu a verdade: esse homem era ninguém menos que o líder mais poderoso e influente do país!
"Você será minha esposa apenas no papel. Terá tudo-menos meu coração. Você nunca será a Marina." Por cinco anos, Lily viveu como a esposa secreta de David-sua secretária perfeita durante o dia, sua substituta invisível na cama. Cada toque vazio lembrava-a de que era apenas uma sombra. Cada sussurro de "Marina" a cortava mais fundo que uma faca. Até que a ex dele voltou. E , sem pestanejar, David descarta Lily como se ela nunca tivesse existido. Foi então que ela fez o que deveria ter feito há muito: Assinou os papéis do divórcio. Sumiu. Mas agora, David já não suportava a ausência dela. O silêncio que ela deixou o queimava de uma forma que Marina nunca conseguiu. E, de repente, o homem que jurou que nunca a amaria estava disposto a tudo para tê-la de volta. Custe o que custasse. Mesmo que significasse destruí-la novamente. Ela já havia pago o preço por amá-lo uma vez. Agora, seria a vez dele pagar por perdê-la.
Kallie, uma muda negligenciada pelo marido por cinco anos desde o casamento, sofreu um aborto por causa da cruel sogra. Após o divórcio, ela descobriu que seu ex-marido logo ficou noivo da mulher que ele amava de verdade. Colocando as mãos na barriga ligeiramente arredondada, ela percebeu que ele nunca tinha se importado com ela e decidiu o deixou para trás, tratando-o como um estranho. No entanto, depois que ela partiu, ele viajou pelo mundo procurando por ela. No dia em que se cruzaram novamente, ela já havia encontrado seu amor. Pela primeira vez, ele implorou: "Por favor, não me deixe…" Mas a resposta de Kallie foi firme, frustrando todas as esperanças do homem: "Suma!"
© 2018-now Lera
TOPO
GOOGLE PLAY