Clara, grávida de sete meses, celebrava o seu 30º aniversário. Era para ser um dia feliz, o início da nossa pequena família com o Ricardo. Mas a Sofia, a sua ex-namorada de infância, estava lá. Ela "acidentalmente" derramou vinho tinto no meu vestido branco novo. E o Ricardo? Em vez de me ajudar, correu para ela, preocupado se a Sofia estava bem, ignorando-me, molhada e humilhada. A sua mãe, a Sónia, também minimizou o incidente, dizendo que eu estava a exagerar. Dias depois, com dores terríveis que anunciavam um parto prematuro, implorei ao Ricardo para ir ao hospital. Mas ele, em vez de me levar logo, ponderou ligar primeiro à Sofia, que é enfermeira. No hospital, enquanto o meu filho e eu corríamos perigo, ele não ficou. Deixou-me um bilhete: tinha ido consolar a Sofia, porque a mãe dela estava "doente". Como podia o homem que se dizia meu marido, pai do meu filho, abandonar-me assim? Eu era uma intrusa no próprio casamento. A dor da traição era insuportável. Mas quando a minha mãe chegou, e depois, quando recebi fotos anónimas do Ricardo a beijar a Sofia, tudo ficou claro. Não haveria mais negociação. Era altura de lutar. Pelo meu filho. Por mim própria. O divórcio seria apenas o começo da minha nova, e finalmente feliz, vida.