Acordei em um hospital, com o cheiro de antisséptico invadindo minhas narinas e uma dor surda na cabeça. Então, ele apareceu: Thiago Almeida, o homem que um dia me traiu, dizendo ser meu marido. "Casados há quatro anos", ele afirmou, e meu mundo desabou. Minha melhor amiga, Clara, confirmou a verdade brutal: eu não tinha 19, mas 24 anos. Eu havia abandonado minha paixão pela arte e capoeira, vendendo meu berimbau, para me tornar a esposa perfeita que ele nunca quis. Ele me tratava com desprezo, revelando que nosso casamento era uma farsa arranjada, um mero "dever conjugal". A humilhação era profunda. Descobri que perdi um filho, nosso filho, enquanto ele viajava com a amante, Sofia. Para ele, eu era apenas uma "imitação barata e rebelde" da mulher que ele realmente amava. Como minha vida se tornou essa mentira vazia? A raiva me consumiu. Desafiei-o para um jogo de capoeira, a única coisa que me restava. "Se eu ganhar, me dá o divórcio!", eu gritei. Eu caí. Minha cabeça bateu com força no chão. E então, um clarão. Acordei no meu quarto. A data no calendário? Cinco anos atrás. Eu tinha 20 anos. Eu me lembrava de TUDO.