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O casamento secreto do ceo

O casamento secreto do ceo

5.0
5 Capítulo
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O Ceo muito famoso da cidade tem um casamento secreto e acha que ninguém irá descobrir. Será?

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Capítulo 1 Dois mundos

A cidade de Belmonte fervilhava com o burburinho das redes sociais e dos tabloides. A mansão Vasconcellos, no alto do bairro mais nobre da cidade, era sinônimo de poder, luxo e mistério. Ninguém sabia muitos detalhes da vida pessoal do magnata Enrico Vasconcellos, o CEO da V-Tech, a maior empresa de tecnologia do país. Aos trinta e três anos, Enrico era o sonho de muitas mulheres e a inveja de muitos homens - rico, bonito, reservado.

Sua figura era imponente: alto, com ombros largos, olhos cinzentos quase hipnóticos, barba por fazer e um estilo que os estilistas definiriam como "luxuosamente despretensioso".

Mas o que realmente mantinha Enrico nas manchetes era o mistério. Enquanto outros empresários se exibiam em eventos e festas, ele fugia dos holofotes. Ninguém sabia com quem ele se relacionava - ou se ele sequer tinha tempo para isso. A imprensa o rotulava de "solitário por opção", mas a verdade era outra. Enrico apenas nunca encontrara alguém capaz de tocar sua alma, de vê-lo além da fortuna e do poder.

Isso até aquela tarde chuvosa.

Marina Rocha carregava um guarda-chuva quebrado e duas sacolas pesadas de verduras frescas. Estava atrasada. A velha dona Teresa, sua vizinha e quase uma avó postiça, a esperava para o jantar. Marina fazia bicos de cozinheira, babá, cuidadora de idosos - o que aparecesse. Sua beleza era quase desconcertante, mas ela não se dava conta disso. Tinha os cabelos longos e castanho-claros que caíam em ondas suaves até a cintura, olhos verdes como folhas molhadas, pele morena clara que parecia sempre iluminada, e um sorriso que trazia paz a quem o recebesse. Mas o que realmente a tornava hipnotizante era sua simplicidade. Marina não precisava de joias ou maquiagem. Ela era bonita da forma mais pura possível: naturalmente.

Naquele dia, seu vestido azul-marinho estava encharcado, grudado no corpo esguio, e os tênis surrados faziam barulho a cada passo sobre as pedras molhadas. Enquanto tentava atravessar uma rua alagada no centro da cidade, uma buzina a fez recuar. Um carro preto, brilhante e caro demais para aquele bairro, parou bruscamente a poucos centímetros dela. O vidro abaixou, revelando o rosto de um homem claramente impaciente - e muito bonito.

- Você está bem? - ele perguntou, franzindo o cenho.

Ela assentiu, tentando forçar um sorriso. - Só molhada, como todo mundo.

Enrico Vasconcellos olhou por alguns segundos. Ela não fazia ideia de quem ele era - podia ver isso no modo como o encarava, com respeito, mas sem bajulação. Aquilo era raro.

- Suba. Posso te deixar em algum lugar.

Ela hesitou. - Eu não costumo aceitar carona de estranhos.

Um leve sorriso curvou os lábios dele. - Estranhos que dirigem um carro de quinhentos mil reais?

- Principalmente esses - retrucou, com ironia leve.

Ele riu. Fazia tempo que não ria com naturalidade.

- Está bem - disse. - Sou Enrico. Agora não sou mais um estranho.

Marina o observou com cautela. Não havia malícia no olhar dele, apenas um cansaço escondido por trás da elegância. A chuva engrossava. A rua já virava um rio.

Ela entrou.

Durante o trajeto, o silêncio entre os dois não era desconfortável. Marina olhava pela janela, enquanto Enrico lançava olhares discretos em sua direção. Havia algo nela que o intrigava. Não era apenas a beleza - embora fosse impossível não notá-la - mas o modo como se portava, como se a cidade toda não estivesse desabando lá fora. Ela parecia calma, centrada.

- Mora por aqui? - ele perguntou, quase contra a vontade.

- Bairro Vila Esperança. Sabe onde é?

- Conheço, sim - respondeu, surpreso. - É um pouco afastado...

Ela o olhou de lado. - E você parece do tipo que não passa por lá nem por engano.

- Talvez você esteja certa. Mas hoje a cidade está me levando a lugares inesperados.

- Talvez o universo esteja tentando te mostrar algo - disse, rindo.

Ele se perguntou se era isso mesmo. O universo tentando lhe mostrar Marina Rocha.

Quando chegaram à porta da casa de tijolinhos onde morava com a mãe, que enfrentava problemas de saúde, ela agradeceu e abriu a porta do carro com pressa. Mas antes que saísse, Enrico falou:

- Me deixe te convidar para um café. Outro dia. Você me parece alguém interessante.

Ela riu, sincera. - E você me parece alguém acostumado a conseguir o que quer.

- Nem sempre - murmurou ele, sério. - Me diga seu nome, pelo menos.

- Marina.

- Marina... - repetiu, como se decorasse. - Posso te encontrar de novo?

Ela pensou por um segundo. Depois estendeu um papel com seu número, anotado com caneta esferográfica.

- Ligue. Ou não. O universo já fez a parte dele.

Naquela noite, Enrico não conseguiu se concentrar nos relatórios. Sua assistente, Lorena, notou o olhar distante.

- Está tudo bem, senhor Vasconcellos?

- Conheci alguém - ele respondeu, surpreso consigo mesmo.

Lorena arregalou os olhos. - De que tipo?

- Do tipo que te desmonta com uma frase. Ela é diferente.

Marina, por sua vez, nem contou à mãe sobre o homem misterioso que lhe deu carona. Não queria criar expectativas. Ricos só apareciam em sua vida por acidente. Eles não ficavam. Nunca ficavam.

Mas Enrico ligou.

No dia seguinte.

E no outro.

E no outro.

Eles começaram a se encontrar em cafés escondidos, a conversar por horas, como se tivessem vivido vidas paralelas e estivessem se reencontrando agora. Marina falava de seus sonhos - queria estudar gastronomia, abrir um pequeno restaurante. Ele falava de sua solidão, de como o mundo dos negócios era uma jaula de ouro.

Eles riam, brigavam por besteiras, se provocavam, se encantavam.

Ninguém sabia.

E era melhor assim.

- Por que a gente não pode sair juntos como um casal normal? - Marina perguntou certa noite, na varanda do apartamento que ele alugara em segredo só para vê-la.

Enrico suspirou. - Se soubessem de você, te destruiriam. A imprensa, minha família... Achariam que está atrás do meu dinheiro.

Ela ergueu o queixo. - E você? Acha isso também?

- Eu sei que não está. E é isso que me assusta. Nunca tive alguém que gostasse de mim por quem eu sou de verdade.

Marina abaixou os olhos.

- Então me mostra quem você é de verdade, Enrico.

E ele mostrou. Nos meses seguintes, tirou o terno, os discursos e os seguranças. Com ela, ele era só um homem. E, pela primeira vez, amou como um.

Mas o amor entre um rei e uma camponesa sempre corre riscos.

E quando a mídia começou a desconfiar dos sumiços do CEO, os rumores se espalharam. Uma repórter chegou a tirar uma foto dele entrando no prédio onde Marina morava. A imagem foi borrada, mas gerou manchetes:

"CEO MISTERIOSO: TERIA ENRICO UM AMOR ESCONDIDO?"

Quando ele viu a manchete, olhou para Marina e tomou uma decisão que mudaria a vida deles.

- Case-se comigo. Agora. Em segredo. Só nós dois. Só nós.

Ela ficou sem fala. - Isso é loucura, Enrico...

- Talvez. Mas você é a única parte da minha vida que faz sentido. E se eu tiver que te perder por medo da exposição, então prefiro enfrentar o mundo inteiro em silêncio.

Ela hesitou. Mas no fundo, soube que diria sim.

Porque, quando dois mundos colidem, o universo sussurra: "Não é por acaso."

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