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Simplesmente Aconteceu

Simplesmente Aconteceu

5.0
8 Capítulo
54 Leituras
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Sinopse

Índice

Ayla tinha tudo: juventude, riqueza e o mundo aos seus pés. Mas após a morte repentina de seus pais, sua vida perfeita desmorona. Apesar de herdar um império milionário, ela não quer viver à sombra dos negócios da família. Decidida a traçar seu próprio caminho, Ayla consegue um emprego em uma das maiores empresas do país. Lá, conhece Leonardo, o charmoso e enigmático CEO que, apesar de estar noivo, não consegue resistir à conexão poderosa que sente por ela. Leonardo tenta com todas as forças se manter fiel à sua noiva, mas a atração entre ele e Ayla é impossível de ignorar. Um beijo roubado abre as portas para uma paixão avassaladora, que explode em uma viagem inesperada. Naquela noite, o desejo fala mais alto, e ambos cedem à tentação. Porém, o que parecia ser um erro de uma única noite traz consequências que mudarão suas vidas para sempre. Ayla descobre que está grávida, mas, temendo destruir o mundo de Leonardo, decide desaparecer sem lhe contar sobre a criança. Ela parte para Nova York, deixando para trás um Leonardo perdido e desolado. Será que ele irá atrás dela quando descobrir a verdade? O amor deles será forte o suficiente para superar as escolhas feitas? Em meio a segredos, separações e reencontros, Ayla e Leonardo precisarão enfrentar o destino – e descobrir se ele lhes dará uma segunda chance.

Capítulo 1 Ayla Fernandes

Minha vida é, sem dúvidas, incrível. Estou cercada por pessoas que amo. Neste exato momento, estamos todos reunidos: meu pai, minha mãe, e eu. Eles são o centro do meu universo. Admiro-os profundamente e, sem eles, não sei se teria forças para seguir em frente.

Meus pais são o exemplo perfeito de amor incondicional. Mesmo com suas vidas ocupadas - meu pai, um empresário com uma agenda sempre lotada, e minha mãe, que equilibra a gestão da casa e eventos sociais - eles sempre fazem questão de estar presentes para mim.

O carinho que sinto por ambos é imensurável, e às vezes sinto que não os mereço. Com tantos compromissos e responsabilidades, eles sempre encontram tempo para me lembrar o quanto sou amada. E talvez seja exatamente esse amor, essa proteção constante, que me faz sentir como se vivesse em uma bolha, isolada do mundo real.

Também tenho a Lourdes, minha babá desde os três anos. Ela continua cuidando de mim até hoje, mesmo que eu já tenha me tornado uma mulher adulta. Para mim, Lourdes é mais do que uma cuidadora; é uma segunda mãe, alguém que sempre esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis e nos mais felizes.

Quando meus pais viajavam a trabalho, era ela quem me segurava quando eu tinha medo de dormir sozinha. Seu carinho e sua presença são uma parte essencial de quem sou hoje.

Hoje, estamos celebrando mais um ano de casamento dos meus pais. Para tornar a data ainda mais especial, minha tia, que mora em Nova Iorque, veio se juntar a nós. A alegria é palpável no ar. Todos estamos sorrindo, rindo, compartilhando histórias antigas e relembrando viagens passadas.

Às vezes me pergunto se sou verdadeiramente abençoada por ter uma família tão amorosa ou se isso é uma ilusão que construí para mim mesma. Afinal, o mundo lá fora não é tão perfeito quanto este lar que meus pais criaram para mim.

Nos próximos dias, viajaremos juntos para Dubai. Mesmo sendo adulta, ainda anseio por momentos ao lado deles, como se fosse uma criança que teme crescer e perder o vínculo com seus pais. Já viajamos para vários lugares do mundo: Paris, Londres, Tóquio... Mas cada viagem tem um significado especial, porque estamos juntos, construindo memórias. Essa será mais uma para a coleção.

Minha prima, Eloá, está vindo também. Ela sempre traz um toque de energia e caos para nossas reuniões familiares. Eloá é diferente de mim em muitos aspectos. Enquanto eu fui criada em um ambiente controlado e previsível, ela cresceu em Nova Iorque, onde tudo parece ser mais intenso, mais rápido.

A energia dela me contagia sempre que estamos juntas, e isso me faz questionar: será que estou perdendo algo ao viver essa vida tão perfeita, mas tão segura?

- Bom dia, mãe, - disse, entrando na cozinha onde ela já estava de pé, supervisionando a arrumação da mesa do café da manhã. A visão era familiar: meu pai, lendo o jornal, e minha mãe, impecável como sempre, garantindo que tudo estivesse no lugar certo.

- Bom dia, querida - ela respondeu com um sorriso suave, os olhos sempre cheios de ternura quando me olhava. - Está pronta para a universidade?

- Estou sim, mãe. Na verdade, estou saindo agora. Preciso chegar cedo para revisar um pouco antes do teste.

- Ah, meu amor, - ela sorriu, os olhos brilhando de orgulho. - Mal posso esperar para ver você se formando. Vai ser maravilhoso ter você trabalhando com a gente, pertinho o dia todo.

O entusiasmo dela era contagiante, mas uma sombra passou pela minha mente. Embora eu quisesse ser parte do legado da minha família, havia uma inquietação dentro de mim, uma vontade de seguir meu próprio caminho.

Sempre imaginei que, ao concluir a faculdade, seguiria os passos de meu pai, assumindo responsabilidades na empresa de imóveis da família. Mas, ultimamente, venho sentindo que há algo mais que preciso explorar, algo fora das paredes dessa casa e da proteção deles.

- Na verdade, mãe, - comecei, hesitando por um momento. - Tenho pensado em trabalhar fora por um tempo... Quero explorar outras oportunidades. Não sei se quero entrar direto na empresa.

Ela me olhou surpresa, e por um instante, vi a preocupação em seus olhos. Para meus pais, trabalhar na empresa da família era mais do que uma questão de carreira; era uma maneira de garantir que eu estaria sempre perto deles, que estaria segura e amparada.

- Mas por quê, querida? - ela perguntou, sua voz suave, mas firme. - Tudo o que você precisar, já tem aqui. Não faz sentido se aventurar em outro lugar se podemos te dar tudo que deseja.

Suspirei, frustrada. A ideia de sempre estar protegida e mimada me incomodava. Eu queria ser mais do que a filha perfeita, mais do que uma jovem cercada por luxos e cuidados. Eu queria testar meus próprios limites, enfrentar desafios reais, longe da segurança que meus pais me ofereciam.

- Eu sei, mãe, - disse, tentando não parecer ingrata. - Mas preciso dessa experiência por mim mesma. Preciso descobrir quem sou fora daqui. Agora vou correr, tenho um teste importante e preciso rever alguns detalhes antes.

- Ah, Ayla, - ela balançou a cabeça, como sempre atenciosa, mas incapaz de compreender totalmente meus desejos. - Você se dedica demais, querida. E quando vai encontrar um namorado? Não tem nenhum rapaz interessante por lá?

Sorri para ela, sabendo que, para minha mãe, tudo sempre voltava para o romance. Ela e meu pai eram um casal perfeito aos olhos de todos, e era natural que ela quisesse o mesmo para mim. Mas eu não me sentia pronta para isso, ainda não.

- Ainda não é o momento, mãe. Meus estudos vêm primeiro. E, sinceramente, não estou procurando por isso agora.

Ela suspirou, claramente desapontada, mas aceitou minha resposta com um aceno de cabeça. Dei-lhe um beijo na bochecha, como sempre fazia antes de sair, e fui em direção à porta. Mas, ao sair, um pensamento persistente continuou comigo: Até quando eu poderia viver à sombra de tudo o que meus pais construíram?

Eu amava minha família profundamente, mas sabia que, em algum momento, precisaria sair dessa bolha e descobrir o que havia além dela. E, por mais assustador que isso parecesse, era algo que eu sentia que precisava fazer.

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