Na hora de escolher o que vestir, busquei um equilíbrio entre conforto e elegância. Enfiei uma camisa vermelha vibrante, uma saia que dançava acima dos joelhos, scarpins pretos que acentuavam cada passo e um casaco sóbrio, mas sofisticado. Para completar, uma bolsa verde sumo, que trazia um toque de ousadia ao conjunto. A combinação era discreta, mas tinha um jeito de se fazer notar.
E quanto aos meus cabelos? Com um toque sutil, prendi a parte frontal com uma presilha, deixando alguns fios caírem suavemente, emoldurando meu rosto. Optei por uma maquiagem leve, apenas um toque de batom amora, que realçava o contorno natural dos meus lábios com um ar sexy e delicado.
E então, com a adrenalina borbulhando, percebi que era hora de partir. Um último olhar ao redor para não esquecer meu portfólio - era o meu passaporte para o futuro que eu tanto almejava.
Chamei um táxi, e em apenas 20 minutos me vi diante do magnífico prédio da empresa. Inacreditável! Eu estava prestes a trabalhar em um dos lugares mais renomados do país. A ansiedade misturava-se à confiança; afinal, após uma dúzia de entrevistas no mês anterior, me sentia pronta para enfrentar mais um "não". Tanto faz, pensava eu, pois o que importava era que, finalmente, teria a chance de encarar o Sr. Paul Winxel, um dos CEOs mais comentados da atualidade - um verdadeiro imperador, que governava seu império com mão firme.
Decidi chegar com apenas 10 minutos de antecedência, para não parecer desesperada, mas também para evitar qualquer atraso.
Caminhei com firmeza até a entrada do prédio, enquanto meus pensamentos corriam mais rápidos que o vento e meu coração pulsava descontrolado. Respirei fundo, tentando encontrar a calma que insistia em escapar.
- Bom dia, Sr. Alfred - cumprimentei o recepcionista, lendo seu crachá para mencionar seu nome. Um gesto simples, mas que me parecia gentil.
Era curioso estar ali; era o primeiro recepcionista homem que encontrava, e, embora Alfred fosse masculino, havia uma delicadeza em sua presença que parecia feminina.
- Bom dia, senhorita. Como posso ajudá-la?
- Sou a senhorita Hada Veronese, tenho uma entrevista agendada com o Sr. Winxel, Paul Winxel.
Ele percorreu suas anotações, traçando uma linha ao lado do meu nome, antes de dizer:
- Por favor, me acompanhe, senhorita Hada. Outros candidatos já estão aguardando.
Antes que eu pudesse abrir a boca para perguntar, Alfred, como se tivesse lido meus pensamentos, continuou:
- O Sr. Paul prefere fazer seleções coletivas. É melhor se destacar; ele não tolera pessoas sem brilho.
Levantei as sobrancelhas, num gesto de surpresa, enquanto Alfred abria a porta, fazendo um gesto de deferência para que eu passasse.
- Obrigada, Sr. Alfred! - respondi, esboçando um sorriso ao entrar na sala.