_ Ela não podia ter feito isso comigo, não podia! Eu fui estúpido. Como não percebi nada? Idiota! O mestre em matar, torturar, castigar qualquer um que seja contrário, ser enganado pela própria mulher? Dissimulada! Cretina! Puta!
Rafael estava revoltado com a descoberta. Era casado há três anos com Carolina. Um casamento arranjado por dons da máfia. Ele teve que se tornar Dom aos vinte e cinco anos devido ao assassinato do pai em um confronto entre cartéis. Não amava a mulher. Achava-a fútil e fraca, mas a família obrigou a se casar para assumir seu cargo. Dom Cassiano então ofereceu -lhe a filha. O que ele não sabia é que a moça era apaixonada pelo braço direito do pai dela.
Quando se casou, descobriu que a mulher não era mais virgem. Ela ganhou uma surra por isso. No outro dia, confrontou dom Cassiano que jurou não saber desse deslize da filha. Isso fez com que Rafael desprezasse a esposa. Só a procurava para se satisfazer e ter um herdeiro. Quando descobriu a gravidez da mulher, ficou aliviado. Pelo menos para isso ela prestava! Tudo ia bem para o Dom: a esposa grávida e ele se divertindo com as putas da boate que mantinha para a lavagem de dinheiro.
Financeiramente, Carolina tinha uma vida abastada. O marido não a privava de nada! Tinha tudo o que queria. Com cartão ilimitado e uma gorda mesada por mês, vivia como uma rainha. Nem se importava com o desprezo e a infidelidade do Dom. Afinal ele era o Dom mais temido da região: matava por pouco. Tudo ia dentro do possível, até a criança nascer: um menino. Motivo de orgulho para o pai se não fosse um detalhe: a criança possuía olhos claros. Os olhos de Rafael eram negros como jabuticaba madura e o de Carolina, castanhos escuros. Ele não disse nada. Agiu com naturalidade diante de toda a família. Orgulhoso pelo filho!
Discretamente, contratou um laboratório de confiança para um teste de DNA sem ninguém saber. Coletaram o sangue do bebê enquanto a mãe dormia.