Chegamos ao Hotel Le Boutique, eu simplesmente fiquei apaixonada com a vista do restaurante do hotel, a área era toda de vidro e ficava de fente com um vale cheio de ávores e montanhas após a rodovia, no período da noite a neblina vinha visitar o hotel e ao entardecer o por-do-sol era deslumbrante.
Deixei as malas em meu quarto e fui até ao restaurante comer algo, eram 17:30 h o sol começava a se por, escolhi uma mesa próxima a parede de vidro e fiquei tomando meu chocolante quente apreciando a vista.
Reconheci muitos médicos e nutricionistas renomados que também estavam hospedados no hotel, notei a presença de Dr. Henry, só me recordava do seu nome Tafetah, pois apesar de jovem, era Cardiologista Intensivista e dirigia diversos estudos em sua área.
"Anne".. - Uma voz conhecida me chamou.
-Dr. Spindula, pensei que não sobraria nada do Senhor para nossa conversa.
-Sem essas formalidades Anne, aqui sou apenas Diogo, pensei o mesmo, já estava entendiado com aqueles médicos.
Diogo Espindula era Dr. em Nutrição Cardiovascular e meu mentor no meu mestrado, vivi muitas horas de pesquisas e laboratório ao seu lado, inclusive amanhã teria a honra de apresentar nosso estudo no Congresso de Cardiologia da empresa N que nesse ano estava acontecendo em Gramado no Rio Grande do Sul, uma oportunidade que surgiu da minha amizade com o meu mentor.
"Vamos tomar um chocolate quente, já está começando a esfriar, na verdade vou te acompanhar no seu chocolate" ele disse sentando ao meu lado.
Passamos algumas horas sentados e rindo sobre o desespero que surgia nas outras mesas, os médicos disputavam a atenção dos grandões, e nós apenas estavámos tentando nos esconder de tantos baba ovos da área da medicina.
Diogo Spindula era um senhor de 65 anos, na verdade você não daria 50 anos, pois seu porte atlético não demonstrava sua idade, ela era penas denunciada por seus cabelos grisalhos, mas sua mente e fôlego de vida eram de um jovem de 30 anos.
-Dr. Spindula, que honra te encontrar aqui. - Soou ao nosso lado uma voz masculina grave que me vez levantar o rosto, lá estava ele, Dr. Henry Tafetah, médico e pesquisador de uma das mais renomadas empresas de Cardiologia do mundo, inteligente e muito reservado, já o hávia encontrado em outros congressos, mas nunca tivemos a oportunidade de sermos apresentados.
-Dr. Henry aprecio do mesmo sentimento, sente-se e compartilhe um chocolate quente na minha presença e da Anne.
"Prazer Dr. Henry" - Estendi a mão por instinto, ao invés de me apertar minha mãe ele foi cavelheiro e depositou um beijo no dorso dela, me olhou com aqueles olhos castanhos profundos, pude vislumbrar um bilho que seria de desejo?
Passamos meia hora seguinte falando sobre estudos, projetos e congresso, já eram quase 21:00 h, eu estava exausta me despedi educadamente e fui para o meu quarto.
Após um banho calmo, cabelo escovado e trançado, dedilhei o notebook revisando minha apresentação do dia seguinte, eu sabia cada frase nela, afinal era minha defesa de mestrado, fechei o notebook e fiquei lembrando do final de semana.
Peguei meu celular e lá estava uma mensagem de um número desconhecido:
-Olá, caso precise de uma carona para o centro de convenções me avise, meu carro sai ás 07:00 h.
Att. Henry Tafetah
Como essa pessoa conseguiu meu número? Dr. Espindula é claro, mas qual o sentido em me oferecer carona?
-Obrigada Dr. Henry a empresa disponibilizará um carro para os palestrantes. Te vejo lá!
Dois minutos depois e chegou outra mensagem:
-Sem formalidades, para você apenas Henry.
Muita intimidade em uma mensagem só, mas não demorou cinco minutos e eu capotei no sono.