Baixar App hot
Início / Romance / Não Jogar, Comigo
Não Jogar, Comigo

Não Jogar, Comigo

5.0
41 Capítulo
611 Leituras
Ler agora

Sinopse

Índice

Uma história de máfia e romance que começa quando uma jovem é vendida por seu próprio pai. Quando adulta, ela percebe que seu destino é se tornar esposa de um traficante de drogas. Resignada com a vida que lhe foi dada, ela decide lutar até se tornar uma das líderes, pondo fim àqueles que a maltrataram desde a infância.

Capítulo 1 I

Hoje é terça-feira, 1º de novembro de 2022. Estou deixando San Juan de Las Galdonas pela primeira vez em muitos anos. Carrego no coração a certeza de que chegarei com segurança ao meu destino. O que me preocupa é o que me espera em Margarita, por mais que ela me diga que está tudo resolvido. Foi o que me disse o amigo do pai, receberei o pagamento e comprarei a passagem para estudar na Europa. O que sonhei desde criança.

Aproximo-me do cais com a mala cheia de roupas, que pesam tanto quanto a tristeza que carrego no coração. Ando devagar, enquanto procuro o barco. Há apenas um barco pronto para zarpar. Eu me certifico de ver se é o barco certo. O nome “Sirio” em letras azuis se destaca no barco esportivo. Então vou até lá e digo bom dia ao simpático marinheiro. Vejo apenas um homem a bordo, com roupas esportivas muito bonitas, que ao me ver diz:

—Vamos, Mila , anda logo! —, cumprimentando graciosamente.

- Você sabe meu nome? Qual o seu nome?

—Não se preocupe, você está seguro. Venha agora, temos que sair o mais rápido possível.

Apresso-me, tomando muito cuidado para não escorregar. Desembalo minha bagagem e agarro a madeira.

" Pronto! Sou todo seu", digo, com o maior descaramento que pude reunir, sem acrescentar mais nada.

Concentrado demais para fazer qualquer comentário, ele caminha pelas docas para zarpar. Ficarei muito tempo longe da cidade e já sinto que vou sentir muita falta.

Meu olhar está fixo no entorno, como se estivesse me despedindo de cada uma das minhas lembranças no litoral paradisíaco. Vejo as gaivotas que voam perto dos barcos e outras espécies que convivem em harmonia. Conheço bem o oceano e os seus riscos. Meu pai é pescador e eu cresci rodeado de redes e peixes, à beira-mar.

À medida que o barco avança, aprecio a beleza do lugar. Se tudo correr bem, sairei do país muito em breve. Minha vida mudará para sempre ao chegar à minha pátria, a Espanha.

O silêncio é interrompido pelo barulho do motor e de alguns pássaros que nos observavam enquanto passávamos. A memória da minha mãe me acompanha e repito cada uma de suas palavras.

A corrente é tão impressionante que eu não gostaria de cair, não conseguiria nadar até a praia. Água salgada espirra no meu rosto em passeios rápidos. O barqueiro conhece bem o caminho. Porém, um ou outro salto que o barco dá faz com que ele pare para observar a carga. Uma espécie de pacotes empilhados perto da cabine merecem sua atenção constante. Nada ainda está aqui, é um constante ir e vir. Não vi o que havia ali porque ele não me deixou descer. Ele me deixou vigiando para garantir que ninguém chegasse perto do barco.

Assim que o silêncio começa a ficar desconfortável, eu digo:

—Eu quero fumar, você vem comigo? —E tiro um baseado bom—Em casa não me falam nada, tenho 18 anos. Também trouxe comida, vamos descansar.

Minhas mentiras já começaram, prometi a mim mesmo criar uma personalidade de fachada e comecei. Devo deixar de ser o tolo que sempre fui e fingir o que me convém.

—Desde que idade você fuma? Você não é muito garota?

Um pouco sério, pode ser, mas ele falou suavemente. E eu olhei para ele de forma sedutora, sem responder às suas perguntas. Sinto-me muito atraído por ele como homem.

Mateo localizou um local para ancorar e descansar. Bebíamos café e comíamos pão e queijo quando a fome nos atacava.

Só estamos ancorados há algum tempo e ele passa os dedos por uma das minhas pernas. Engulo em seco e não me afasto, dando um claro sinal de aceitação. Agora foi ele quem acendeu o segundo cigarro, eu trago e ele explode na minha cabeça. Fico tonta e vou me sentar ao lado dele.

Apoiando minhas costas nele, relaxo e digo a ele.

—Desde os treze anos, todo mundo na minha casa faz isso. “É normal”, faço-o acreditar com um tom de voz baixo, como uma confissão. Quero que você se sinta confortável comigo.

Um sorriso travesso adicionou calor à frase e olhei para ele atentamente.

- Desculpe! —Matthew disse, não tendo me dado fogo—. Então você vai sair do país!? É o melhor que você pode fazer. Embora eu ache que sentiremos muito a sua falta. Não acreditas?

—É o que diz Hernán. É ele quem está me ajudando a sair. Meu pai não quer que eu vá embora e minha mãe nem pede a ela.

—Ninguém quer que seus filhos vão embora, mas está na hora. Muito em breve você nem vai se lembrar do que aconteceu, a vida passa rápido demais para parar.

Olho para ele, ainda é jovem, mas a esperança já não faz parte do seu olhar. E esse é o começo de uma morte lenta. Por outro lado, sinto-me cheio de vida. Sei que cruzarei o mundo e nada poderá me deter, como gostaria que fosse.

—Não irei sozinho. Posso me apaixonar e o sortudo voar comigo deste país para vivermos juntos deliciosas aventuras.

Paramos de conversar e estou procurando um lugar para fechar os olhos um pouco. Era madrugada, ontem à noite, eu não conseguia dormir por mais que tentasse.

Mateo, lá atrás, percebeu. Ele se acomodou entre minhas pernas e me acariciou com a mão. Percebi imediatamente e não quis tirá-lo. Desde que senti sua pele, fiquei quente. Acho que ele percebeu que estava me abandonando porque se aproximou um pouco mais e enfiou os dedos no decote da minha blusa.

Nada mais foi dito, naquele momento e minutos depois. Sem dizer nenhuma palavra ou qualquer som, ele desviou de direção, olhando para mim com desejo e eu para ele. Chegamos à costa, ancoramos numa praia solitária entre duas pequenas colinas e ele me beijou.

A sensação foi tão poderosa que apertei minha virilha. Adoro sentir a força daquele homem que me levanta e me coloca de uma forma ou de outra. Com tanta paixão que penso em mandar ele parar e não consigo.

Deixei-me acariciar com o propósito de não dizer nada depois. Mas cada coisa que ele faz comigo é mais deliciosa e não posso afastá-lo. Estou bêbada com seus beijos e com o jeito que ele passa por mim.

Depois de um tempo, um barco vindo na direção oposta levanta uma onda que faz o barco pular. O movimento repentino me acorda e abro os olhos. Olho para a luz do sol e para as pedras grandes.

Nesta zona a profundidade é menor e vamos devagar. A água parada se torna um espelho. A vegetação e parte do barco são refletidas. Posso ver minha imagem e me perguntar o que há por baixo, nas profundezas. Pelo menos, tubarões e peixes. E nas margens, caranguejos talvez esperando para serem capturados pelos humanos.

Não gosto desse pensamento, principalmente quando não consigo distinguir areia, apenas pedras. Quem sabe por que tenho que pensar nisso, minhas sobrancelhas franzem e continuo ativo pelo resto da viagem.

Quando passa um certo tempo, pergunto:

—Quanto tempo até chegarmos?

—Enquanto continuarmos com essa velocidade chegaremos em dez minutos. Quando você vê algumas casas muito bonitas nas montanhas você pode ficar feliz, são fazendas. Seremos bem recebidos. A propriedade luxuosa, especial para uma mulher como você.

Finalmente saímos da zona rochosa e começa a vegetação. Uma imponente montanha verde contrasta com o azul do mar. Mateo conseguiu aumentar a rotação do motor e paramos de conversar. Fico na frente para apreciar a vista atraente. Não me lembro dos detalhes da proposta de trabalho, apenas que é uma casa muito bonita onde me vão receber.

Quero conhecer o mundo, viver uma vida diferente e ter filhos, muitos. Longe da vila de pescadores onde cresci com tantas carências materiais. É por isso que, dia e noite, só tenho uma coisa em mente. Casar e nunca mais voltar, mandarei buscar a família quando me estabilizar financeiramente.

"Estamos perto, senhorita", disse Mateo.

—Que alegria, quero chegar lá.

Um motivo para pensar em algo diferente. Brinco, contando as casas que me parecem imponentes. Ansiosa para conhecer o famoso cais onde desembarcaremos.

—A propósito, você disse que eles nos receberiam.

-Sim, claro. Não demorará muito para isso. Você vai gostar muito, acho que sim. Você é uma mulher muito sensível.

—Não sei do que você está falando porque ninguém me conhece por aqui.

—Você verá, não seja impaciente. É a primeira surpresa que tenho para você.

—Agora você realmente me deixa curioso, isso não acabou.

-Ha ha. Não estrague tudo, por favor. Garanto que isso vai te deixar feliz.

- Mais que você? Isso espero. Veja como meu coração está enrugado. Não é fácil deixar tudo para trás.

A lembrança da minha mãe veio à mente. Parece um tanto egoísta viajar em busca da felicidade. Apesar do que aconteceu com ela, no momento em que ela mais precisa de mim. Sei que muitos criticarão a decisão de sair.

Eu me concentro e penso nela. Seus olhos e rosto doce foram projetados em meus pensamentos. Nesse momento vejo flores de todas as cores no cais e alguns meninos mexendo as mãos.

“Sem dúvida a melhor recepção, que lindo”, comentei cheio de alegria.

Eu o abracei e comecei a gritar de alegria.

—Que linda recepção, Mateo! Você é muito especial.

—Eu sabia que você ficaria feliz em vê-los, são buquês feitos com flores daqui.

—São muitos, mas o mais lindo é o hibisco roxo. É uma beleza. Obrigado pela surpresa.

Continuar lendo
img Baixe o aplicativo para ver mais comentários.
Mais Novo: Capítulo 41 XLI   12-15 09:43
img
1 Capítulo 1 I
23/11/2023
2 Capítulo 2 II
23/11/2023
3 Capítulo 3 III
23/11/2023
4 Capítulo 4 IV
23/11/2023
5 Capítulo 5 V
23/11/2023
6 Capítulo 6 VI
23/11/2023
7 Capítulo 7 VII
23/11/2023
8 Capítulo 8 VIII
23/11/2023
9 Capítulo 9 IX
23/11/2023
10 Capítulo 10 X
23/11/2023
11 Capítulo 11 XI
23/11/2023
12 Capítulo 12 XII
23/11/2023
13 Capítulo 13 XIII
23/11/2023
14 Capítulo 14 XIV
23/11/2023
15 Capítulo 15 XV
23/11/2023
16 Capítulo 16 XVI
23/11/2023
17 Capítulo 17 XVII
23/11/2023
18 Capítulo 18 XVIII
23/11/2023
19 Capítulo 19 XIX
23/11/2023
20 Capítulo 20 XX
23/11/2023
Baixar App Lera
icon APP STORE
icon GOOGLE PLAY