ão
te do dia em que caí n
levarem para um lar desconhecido cheio de outras crianças. Eu tinha
arte da minha infância preocupada com o que seria o meu futuro. A inocência e o privilégio da
o no fato de um ser humano ser incapaz de amar e cuidar, quando tudo que conhecemos e sentimos, é amor. Até isso nos ser arrancado de forma violenta. Não lembro exat
mente a impressão de que ela fosse, nunca houve uma troca de afeto - não que eu me lembre pelo menos -
ter o que comer durante o dia. Eu não ia à escola como as outras crianças do
não sei se teria feito muita diferença ou acrescentado muito à minha vida cheia de dramas, era capaz de ter se tornado apenas ma
rigo temporário seria na verdade minha nova casa permanente. A casa é maior que aquela que eu morava com Margaret, as meninas dormem em quartos separados dos meninos
maior parte do tempo e a outra é apenas uma auxiliar. São simpáticas até, mas todas as demonstrações de
strar muitos sentimentos, ela pelo menos se preocupa se eu estou limpa e bem alimentada, o que já é muito mais do que alguma pessoa me ofereceu. A cada quinze dias
*
de acolhimento recebi a notícia de que minha mãe havia falecido, lembro-me de nesse dia ter realmente me sentido
ão azul quanto poderia estar e o vento batia no meu rosto, me sentia feliz nesses dias, eu vestia um vestido florido de alças que Ava dizia combina
zando o almoço quando veio a
nho e se arrumar, hoje teremo
obediente ao que me pediam, de certa forma eu já tinha me habituad
u menos a minha idade. Não costumava me apegar muito aos mais pequenos porque não tínhamos muit
mos com facilidade e viramos amigas. Eu tinha completado 8 anos na semana anterior e ela havia me dado uma fita para o pulso que
ia porque, e também não tinha muita curiosidade em saber. Não fazia muitas perguntas, lembro-me
tava sentada ao meu lado e Ava tinha passado a maior parte do tem
gros. O homem era grisalho, mas ainda assim os cabelos não faziam jus à imagem que aparentava ter, parecia jovem demais para tantos cabelos brancos. Os
a percorrer a mes
mélia? - terminou de falar, en
inveja por ver que alguém tinha vindo visitá-la. Quando a mulher terminou as palavras a Amélia já
ções de afeto, sentaram-se
o explicou que aquele era o último dia de Amélia naquela casa, que aquele casal na verdade
me dou conta de que foi isso que ocupou o tempo dela quase toda a manhã, estava colocando as coisas de Amélia em malas. Por Deus, naquele momento só sentia vontade
r vezes parecia que éramos só nós duas contra um mundo inteiro. Conhecíamos bem a dor uma da outra. Seguramos
e, parece que as rachaduras são mais duradouras e demoram mais tempo para sarar. Carregamos o fardo da rejeição, comparação e medo, sem sabe
estadia ali era temporária, e que eu teria que esperar pacientemente até que alguma família com o cora
amizade eterna até que ela partiu naquele carro com a sua nova família. Agora o que me r
*
um lar temporário anos a fio. Depois aprendi a agradecer por ela não ter voltado, isso significava que tinha dado tudo certo e que de algu
guma família de "super heróis" passariam por aquela porta para me buscar e
que já não é mais tão temporário assim e só me restam mais dois anos aqui a
r a pouco tempo, elas são mais novas que eu, e com o tempo aprendi a não me a
o que quando cheguei, seu rosto já tem linhas de expressão e apesar de
bora saiba que não tenho - estava pensando em fazer
ervada, acho que é o medo de me apegar às pessoas e depois ser abandonada. Com o passar dos anos aqui, é impossível não me aproximar de outras crianç
do dia que estava assim com a primeira família que veio me 'resgatar'. Pena que depois de um tempo eu desco