que possamos guardar e es
do motorista, ainda estão lá as iniciais que gravei quando tinha sete
evidência permanente de quando eu era criança boba demais para entender que algumas pessoas simplesmente não estão disponíveilongo tempo, sem dizer nada. Eu estava observando da janela da sala, com o coração batendo tão forte que tinha certeza de que ele conseguiria ouvir dali de baixo. Mas quando finalmente falou comigo sobre o assunto, só sorriu com aquela gentileza infinita que sempre teve e disse qu
ecer esquentar demais. Papai o vendeu logo após descobrirmos a sua doença. Lembro-me de que mamãe falava muito mal do carro e que queria que vendesse, pois ela
mesmos muros de pedra, as mesmas casas espalhadas pela encosta como se tivessem nascido naturalmente da terra. Quando finalmente a
to de fadas quando criança. As janelas estão escuras como olhos fechados, mas posso sentir que a casa está me observando voltar, reconhecendo minha presença depois de tant
eiras trepadeiras no caramanchão de madeira pintada de branco, as hortênsias gigantes que formam muros naturais, o canteiro de lavanda que sempre perfumava o ar nas tardes de verão. A lagoa
entávamos histórias fantásticas sobre duendes travessos e fadas benevolentes que viviam escondidos entre as árvores mais antigas. Histórias bobas de criança, fantasias inocentes, mas que conseguiam tornar
ssurro para a casa, deixando as pa
como se o tempo tivesse parado aqui, congelado no momento exato em que parti, esperando pacientemente que eu voltasse para colocar tudo
meus passos no cascalho soam excessivamente altos na quietude absoluta da noite, cada pisada ecoando entre as paredes de pedra como pequenas explosões. Seguro as chaves velhas na mão - as mesmas de sempre, guardadas cuidadezoito cheia de sonhos e planos. Meus pés conhecem cada pedra solta, cada desnível do caminho. As plantas do jardim me cumprimentam silenciosamente -
bre todas as memórias cuidadosamente trancadas que deixei aqui quando parti, todos os arrependimentos que se acumularam como poeira nos cantos
las piadas ruins que só ele achava engraçadas, sentir a segurança dos seus braços me protegendo do mundo. Pedir desculpas sinceras por ter sido tão teimosa, tão orgulhosa, tão cega para o
talvez eu ainda possa consertar algumas das coisas que quebrei quando fiz o que fiz. Talvez ainda haja tempo para pelo menos tentar remendar algu
o tempo, revelando a escuridão familiar do corredor de entrada. Um cheiro inconfundível me invade - cheiro de casa verdadeira, de móveis antigos
nte, mas emocionalmente. É hora de parar de fugir e começar a consertar o que ainda pode ser consertado, de aceitar o qu

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