tamente sobre meus ombros, meus cabelos, como se quisesse me cobrir, me esconder do mundo. Mas eu n
seus poucos resquícios de folhas. Meus olhos se perderam na imagem das cerejeiras cobertas de branco - mesmo for
ção. Era um restaurante, não o mesmo onde eu havia jantado, mas outro, menor, mais discreto. E ali,
lgo para comer. Pela distância e pelas roupas largas, não dava para saber se era um homem ou uma mulher. Eu só soub
ma ga
o. Havia algo nela que me puxava - curiosidade, talvez. Ou pe
idos, as mãos nos bolsos, já pegando a carteira. Eu queria dar a ela algum dinheiro, pelo menos o suficient
ocê! -
os de um animal acuado. Por um instante, parecia
e moment
assustada. Seu rosto estava sujo, os cabelos desgrenhados, mas mesmo a
dos, como se tentasse entender
- falei, suavizando a voz
egaram até minha mão, que agor
em voz baixa, quase como se
s entrar naquele restaurant
utando contra o orgulho, talvez contra o med
rante. A neve continuava caindo sobre Seul, mas ali, entre dois estranhos
enchendo a boca com tudo que havia diante dela, como se temesse que aquilo desaparecesse de repente. Usava
rra de água e enchendo o copo à s
bebeu tudo de uma vez só. A água ajudou a empurrar a comida para b
cê não come? - pergu
eu entre uma garfada e outr
murei, sentindo um
pros meus irmãos... e pro meu pai. - Ela hesitou antes de continuar
receio, com humildade, me
irmeza. - Vou pedir para prepararem o m
para mim, com um bri
ajumma de meia-idade, de rosto gentil e expressão cansada. Enquan
para viagem. Três
sorriso, entendendo tudo sem
refeição tradicional coreana, s
chi com pedaços de tofu macio, carne de porco e vegetais, seu aroma avinagrado e apimentado preenchendo
mari (omelete enrolada), kongnamul (broto de feijão temperado com óleo de gergelim), oi muchim
o - e era nisso que ela mais se concentrava, rasgando a carne com os
de uma pessoa, percebi que, às vezes, os encontros mais inesperados são aqueles que no
mentado de kimchi e o vapor quente da sopa, a
a na comida. Seu olhar ficou distante, como se buscasse no passado algum vestígio do que
ãos e o seu pai? - perguntei, surpre
e, os olhos ainda fixoSi
observei, absorvendo a gravidade da respos
ram... e meu pai nunca quis nos deixar longe dele. Agora, moramos numa cabana improvisada, perto de um bec
va, às vezes para respirar fun
o, frio... mas pelo menos temos onde nos encolher quando chove ou neva. Fizemos camas com cobertores que achamos no lixo. Meus dois irmãrama triste demais para ser real. Uma cabana improvisada, escondida numa ruela e
vagar. A urgência da fome parecia
latas, tentando achar alguma coisa útil. Já consegui vender fios de cobre, livros velhos, às vezes roupas...
apertada, como se qualquer palavra fosse frági
nome? - pergu
im, e por um instante, vi
Meu nome
e praça - tudo havia me levado até ela por um motivo que eu ainda não compree