. Foi também o dia em que um médico me disse
plicação da cirurgia onde doei meu outro rim pa
ha. Estava com Henrique Castilho, seu namorado da faculdade, e
es de reais para que eu desaparecesse. Ele me olhou com desprezo,
o é amor. É... gratidão. Uma responsabilidade." Meu
Uma mensagem de Henrique: uma foto dele e de Eleonora na m
ez anos, desde que salvei sua vida com meu rim. Pensei que a
Eleonora, sua voz falsa,
rique e o som de um bei
centelha de esperança que
ítu
. Foi também o dia em que um médico me disse
lhando. Era uma complicação da cirurgia. A cirurgia onde eu dei meu outro ri
banco do passageiro. Eu havia desistido da minha arte, da minha paixão, po
com Henrique Castilho, um lobista cuja família era tão poderosa quanto a dela. Ele er
beijou, um beijo possessivo, um beijo de quem dema
ísica na minha lateral não era n
u frequentava quando precisava pensar. Ele deslizou para o banco ao meu
m a voz suave. "Eleonor
elo balcão. Era de vinte
"Desapareça. Deixe-a em p
fosse lixo que ele tivesse pisado na rua. A hum
palavras do médico e da imagem do beijo dele. Os anos de
tindo com meu silêncio atordoado. Ele o inte
ndo uma magnanimidade condescendente. "Mas não demore muito.
o e o guardou de volta no bolso interno do paletó. A oferta
'não'", acrescentou ele, levantando-se e ajustando a
de uma oferta de vinte e cinco milhões de r
bições políticas. Dei a ela meu rim quando o dela falhou, ligando minha vida à dela da forma mais permanente qu
sombras, como de costume, enquanto Eleonora brilhava sob os holofotes. Eu não estava me se
antes de vê-los. E
Henrique", disse Eleonora. Sua voz estava
ele cinco anos de uma vida que ele jamais poderia sonhar.
silêncio. Prend
me atingiram como um soco no estômago. "Não é amor. É... gratidã
a sua imagem. Um artista da classe trabalhadora. Meu Deus, o
ão. Nã
ar voltou com tudo. Nos últimos cinco anos, eu f
Eleonora, em nossa cama. A cabeça dela estava no ombro dele, e a
r. Uma única lágrima escapou e rolou
deixe
nho. Eu era Júlio Barros, um garoto que cresceu em
em uma rua chuvosa, seu corpo devastado pela dor de seus rins falhando. Eu a levei para o hospi
u rim. Eu dei a
. Segurou minha mão e disse que qu
ediu em
rmado em amor. Pensei que ela via a mim,
i um
ela usou e descartou. Meu sacr
mais frequência agora. Procurei no bolso o frasco de analgésicos que o médico me deu. Engoli do
e tocou. Er
amente falsa. "Não vá para a cama ainda. Tenho uma surpresa pa
spessa que eu podi
notícias local estava passando. Lá estava ela, na tela, da
so perfeito e ensaiado no rosto. "O apoio inabalável dele é a razão p
a amava. Eles viam uma líder brilhan
sesperado. Uma última tentat
a voz rouca. "Você pode só
. Então, eu ouvi. A voz de um homem ao fundo, baixa e íntima. A voz de Hen
r, Júlio.
desl
ma e estúpida centelha de esperan
ra mais apenas o rim. Era tudo. A traição, as mentiras, os anos
m na minha cabeça. Falência
os tremendo. Enviei uma mens
erta. Quero o che