rede descascada. Fazia três dias que tinha voltado daquele lugar, a instituição que Heitor chama
completou dezoito. Ele lhe deu um teto, comida, roupas caras, mas tirou todo o resto. Sua
a alto, imponente, o terno caro moldando um corpo forte. Seus olhos e
tom sem inflexão. A bandeja com o jantar
u que o silêncio irritava me
sturado com o cheiro de poder. Ele pegou o pulso dela, os dedo
nha, mas seu rosto permaneceu uma máscara de i
de Heitor. A mulher que Heitor dizia ser um exemplo para Clara
a mesa", a voz dela era melódica,
tido branco que a fazia parecer um anjo. Ela olhou para a ba
se alimentar. Heitor fica
bandeja, como se fosse ajudar
" no tapete. O suco gelado voou, encharcando a blusa simp
Aquele gesto, o líquido sendo jogado nela, a transportou de volta para a instit
o?", a voz de Heitor explodiu,
etou como um ato de agressão, de re
rimas. "Eu... eu só queria ajudar. Eu não
seu rosto bonito. "Você está testando a minha paciência. Dep
idente, que foi o susto, mas sua gargan
xa e cortante. "Você vai voltar para a escola
inferno. Um lugar de onde ela quase não saiu viva da última vez. O mundo
to, passando por Sofia, que o ol
nzas, o cheiro de desinfetante e desespero. Os "tratamentos" eram sessões de tortura disfarçadas. Eles a deixava
. Ele a deixou lá pa
uma casca vazia. Mais magra, com olheiras profunda
te do tempo com Heitor. Ela tratava Clara com uma doçura calculada, sempre na fre
nheira fazer aquela sopa que você gosta?", ela per
dela. Ela obedecia a tudo. Comia quando mandavam, dormia quando mandavam, sen
dor era uma companhia constante, uma dor física e emoc
alhas, mas ela guardava cada centavo. Ela escondeu o dinheiro dentro de um livro velho. Seu plano era simp
ara pegou o livro. Contou o dinheiro. Quase o sufic
pareceu. Ele era mais jovem, sorria para ela. Ele lhe prometeu uma
ados, um rapaz novo, deixou uma bandeja de copos cair p
capando de seus lábios. A reação foi instantânea, um reflexo condicionado pela
cabeça. Seus olhos se estreitaram. Ele não viu
e Clara. "Clara, você está
controlavelmente. Heitor se levantou, a cadeira arrastando ruid
", ele disse, a voz perigo
moveu. Ela
lhar para ele. A dor aguda a trouxe de volta à rea
se, lev