img Ao cair da neblina  /  Capítulo 4 Visitas póstumas | 22.22%
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Capítulo 4 Visitas póstumas

Palavras: 2802    |    Lançado em: 19/08/2021

da e imaginou que, quando se mexesse, teria sua vida de volta ao normal. Perdida nas horas durante a madrugada de choros, caiu na cama, solitária, e apagou. Às 6h da manhã, lembrou-se que, na últ

ria o marido, que não fariam mais nada juntos, que Tomás jamais voltaria para casa. Jamais ligaria novamente. Que não teria mais o companheiro para ajudar nos cuidados com os filhos. As noites de festas, as noites de amor. As infinitas fugidas do trabalho no meio da tarde só para um café; ele sempre ligava, ela nunca

a o futuro já não havia mais, no momento. Sempre pensou que envelheceria com Tomás e que, por fim, alguma doença os levaria desta vida confortavelmente, mas n

já que não conseguia suprir nem para si mesma. Quando pensava na casa do Lago São Bernardo, chorava. Era o lugar que ela considerava perfeito, seu santuário, porém achava que nunca mais conseguiria entrar lá. Lembrava-se do corpo do marido estendido no chão. O barulho do liquidificador não saía de sua cabeça e não queria nem imaginar novamente a sensação horrível que teve

en assim que organizasse seus pensamentos. Não queria lidar com a polícia: depois de tudo o que estava passando, seria desaforo demais ainda parecer culpada. Havia alguma coi

-se no espelho. A pele que ela exibia e que não fazia, nem de longe, parecer que tinha 35 anos, não era a mesma naquela manhã. Louise aproximou-se do espelho e examinou as olheiras roxas e profundas que ganhavam destaqu

ra já est

dormi. Co

stão as

o tristes, minha filha. Você vai pre

só isso que eu p

i lhe esperam

ia que seria muito bom ter a mãe por perto, pelo menos até as

muito bem planejado, como todos os apartamentos que Louise conhecia em Gramado. Na cobertura, uma piscina pequena, cercada por áreas de ajardinamento, com um pergolado muito utilizado no verão. O andar inferior, que se localizava no terceiro andar do edifício, continha sala, cozinha e sala de estar conjugada. Todos os ambientes iluminados e bem decor

se a polícia tinha alguma novidade. Precisava ligar para a agência e ver se os funcionários estavam conseguindo tocar tudo sozinhos. Tinha de ir a Porto Alegre falar com Lauren, muitas pendências a

zinha, uma prop

passasses um tempo conosc

m decreto. Era só

stá segura? Tem certeza de q

ciocínio de Louise — ... Era uma boa pessoa, ajudava sempre muita gente. Eu não entendo. Não acho que a polícia resolverá coisa alguma, confio mais no meu detetive. Só acho que quem matou Tomás, se quisesse, pod

do, rezando para que o diálogo entre mãe e filha não terminasse nas discussões

vamos ajudar no

conseguir lidar com isso

trabalho, era muito apegado ao pai e é pouquíssimo apegado a ti. Ele vai sofrer e vai precisar de muita ajuda.

ei para que ela não visse nada, mas não posso encobrir a verdade

e preocupa tanto com a sua filha, todo o seu abalo revela o quanto

bos tu estás

o que Paulo temia. Era

acabaram de perder o pai e tiveram muita dificuldade para dormir estão

dicionalmente. Olha bem... Do que estás me acusando agora? De eu não ser boa mãe? De eu não ser capaz de cuidar dos meus filhos? Achas qu

melhor do que ninguém, tu sabes que não é

al, enquanto eu pensava no meu marido. Não me deu o direito de sofrer e isso ela não poderia ter ti

me contaste sobr

u ente

ma vez, nestes anos to

ue eu deve

iaram! Enterrem de vez este maldito passado! Lembrem-se que agora estamos aq

gou na cara coisas horríveis, ela me amaldiçoou. É este, dona A

vez, L

de Deus! — Paulo já

uise, eu estou aqui para te apoiar, mas sempre ac

De que mais se

erros em sequência que tu vinhas cometendo a tua vida toda. Eu tenho muito orgulho da mulher q

. Nossa filha está de luto e passando

! — a resposta foi

tinua,

os dias. Eu sei bem o que tu querias na escola nova. Querias aparecer para aquelas meninas metidas a ricas que tu chamavas de amigas. E tu foste, Louise. Lembro-me bem. Começaste a namorar o açougueiro. Pobre Éder, era nosso vizinho,

maldiçoada? Porque, aos 16

. Estavas aprovada no vestibular em Porto Alegre e não ias nem dar satisfação a ele. Tu usas

não é

que tu namoravas com ele? Neste meio tempo, t

u tinha 1

diante. Então, o que

dável a Louise. Deveria ter sido o momento mais conturbado

não gostaria d

ponta de decepção enorme com Louise pela filha ter se envolvido com um homem casado e muito mais vel

Rui Carrara, que tinha idade para ser teu pai. Minha filha, todo mundo sabe que tu enlouqueceste aquele cara, aos 63 anos, uma linda menina dando mole para ele. Todo mundo sabe que ele pagou a tua faculdade. Todo mund

, Louise n

ar tudo bem, que tu estavas amadurecendo e, é claro que estranhei, porque não pensei que tu ficarias tão rica de repente... Mas

utando tudo isso hoje, mas não vou o

vida de forma independente, mas tu não querias ouvir as minhas explicações. Eu disse para que tu te colocasses no lugar de todas essas pessoas. Estavas me referindo ao Éder, ao Rui, ao Thiago e até ao pró

o todo que tu pensas, ma

ora não vou. Não estou te cobrando nada, não estou te julgando, estou apenas te explicando que eu nunca te

em. Chega destas discussõe

Lauren quer falar comigo, preciso ir a Porto Alegre, mas acho que vou deixar para a

m pouco? Faz uma refeição e toma um calmante

engoliu um croissant e tomou um calmante. Entrou no quarto,

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