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A protegida

A protegida

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Sinopse

Índice

Alana Campos é uma jovem que desde a morte da mãe sofre maus tratos nas mãos do pai, isso continua até que um certo dia o pai traz pra casa um homem dizendo que é o seu marido. Vinícius Moraes é um policial, de família rica que após sair da boate, esbarra em uma moça apavorada que posteriormente desmaia e ele sente-se na responsabilidade de a proteger. Será ele capaz de a proteger contra tudo e todos?

Capítulo 1 Vendida

꧁Alana Campos

— Alana, te quero pronta quando voltar. — Disse meu pai após adentrar meu quarto.

— Sim pai, estarei. — Respondi e abaixei a cabeça. — Espero… use aquele vestido preto, pois trarei uma visita. — Disse ele e fechou a porta em um baque.

Minha vida é assim, cheia de medo, depois que minha mãe morreu quando eu tinha 5 anos meu pai passou a beber, e algumas vezes por motivos banais ele me espanca. Não tenho amigos ou familiares, o único em que posso contar é o meu pai alcoólatra.

Melhor fazer o que ele mandou ou irei ser espancada. E com esses pensamentos entrei no banheiro, despi minhas roupas e adentrei o box.

Liguei o chuveiro e deixei a água rolar sobre meu corpo enquanto eu ensaboava ele com sabonete… posteriormente me sequei, enrolei-me na toalha e fui ao meu quarto.

Abri o meu pequeno e velho armário e tirei o vestido preto decotado como meu pai ordenara e o vesti.

[•••]

Estava lendo meu livro favorito de Jane Austen "Orgulho e Preconceito" quando de repente ouço meu pai me chamar:

— Alana!

— Pai, já vou! — Digo e saio da cama, ajesto meu vestido que me deixa desconfortável, calço meus chinelos e vou ao seu encontro.

Ele não deveria vir mais tarde como nos outros dias? Ainda nem fiz o jantar, Tô lascada! — Pensei apavorada porque se uma coisa meu pai odeia são refeições atrasadas.

— Papai… — Falo devagar quando noto a presença de um homem loiro tatuado, vestindo roupas caras.

— Tommaso, está é minha filha de quem falei, a Alana. — Sorri para o homem e o mesmo continua me encarando com um sorriso perverso.

Minha espinha gelou.

— Alana, esse será o seu marido e portanto ele irá levá-la. — Meu pai fala e meus olhos arregalam-se.

— Como assim, pai? — Tomo coragem e o questiono pela primeira vez na vida.

— Cale-se, pode levá-lá! — Diz impaciente e o homem musculoso de 1,85m aproxima-se de mim lentamente como um predador encurralando uma presa.

Dei alguns passos para trás balançando a cabeça e as lágrimas ameaçavam cair.

— Pai, não quero ir.. — Falei ainda recuando enquanto meu pai me observava com deboche. — Eu não quero! — Gritei e meu pai retrucou — Cale a boca sua cadela de merda você é uma aberração matou sua própria mãe. — As lágrimas começam a rolar em meu rosto.

Sou uma assassina, matei minha mãe!

Lembrando da promessa que fiz à minha mamãe, viro-me com intenção de correr em direção às escadas, mas sou parada abruptamente com um puxão nos meus cabelos e um tapa forte.

Pak!

— Vem, vadia! — Disse rindo, como se meu sofrimento fosse divertido enquanto lágrimas em meu rosto não cessavam e o zumbido nos meus ouvidos em virtude do tapa, me atormentava.

Como meu pai pode? Essa pergunta ressoava em minha cabeça enquanto Tommaso continuava a puxar-me pelos cabelos até ao carro.

Perto do mesmo, ele tirou as chaves do bolso e soltou meus cabelos, agarrando meu braço.

A esta altura, o meu couro cabeludo não parava de queimar.

Aproveitei sua distração para morder sua mão que agarrava meu braço e ele me soltou, sem perder tempo comecei a correr e ouvi esbravejar de longe:

— Porra! Você me paga sua vadia, ai se vai!

Corri pela rua noturna e solitária do meu bairro enquanto meu coração parecia que iria pular pra fora da boca.

Me ajude mãezinha.. — Supliquei em minha cabeça.

— Alana, vem cá prometo não puni-la! — Gritou enquanto corria atrás de mim.

Posso ter atingido a maioridade essa semana, contudo não sou criança!

Desviei de caminho e entrei na rua central, onde havia pessoas!

Disparo desacelerando gradualmente, uma vez que estou muito exaurida e ofegante.

As luzes brancas iluminam as ruas, as pessoas passam de um lado para o outro, os carros na estrada provocam zoada.

— Senhor, poderia me ajudar — Peço humildemente a um senhor de meia-idade, que me ignora sem ao menos ouvir a metade das coisas que tenho pra falar.

Tento novamente a sorte com as outras pessoas, no entanto também me ignoram e me empurram.

— Se afasta de mim sua puta! O prostíbulo é lá! — Um homem de estatura média aponta na direção da outra rua e eu contemplo meu vestido que só vai até as coxas.

Deus, o que fiz pra merecer isso?

Com lágrimas no rosto, caminho respirando aceleradamente.

Meu corpo treme um pouco em consequência do frio da noite, apesar de estar sentindo muita adrenalina.

Ainda com muito medo, analiso rua e vejo em uma placa o nome "bar" tingido de vermelho cintilante a mesma rua quase vazia, de imediato penso em onde o tommaso deve estar e portanto dou uma espreitadela nos lados bem como atrás de mim ao passo que percorro apressada.

— Ai, — Exclamei, quando fui jogada abruptamente para trás por uma parede de músculos.

Ainda deitada vejo o homem vindo rápido em minha direção, instantaneamente me movo pra trás rastejando continuamente.

— Pare! Não se aproxime! — Berro mordendo o lábio inferior.

— Moça, não quero te machucar. — Diz sem desvios vindo até mim.

Sentindo um incômodo em meu nariz prontamente movo minha mão ao mesmo e esfrego.

— Sangue?! — Exclamo e de repente tudo fica escuro.

×××

— *Aonde pensa que vai, sua cadelinha?— Indaga Tommaso segurando meu braço dentro de um quarto escuro.

—Tommaso…— Sussurro e começo a dar

passos para trás.

— Sou sim, bonequinha! — Ri mostrando seus dentes brancos.

Me direciono para frente e corro até a porta, mas quando tento abrir ela está trancada.

— Pensando em fugir? — Questiona com o sorriso amarelo — Pena que não! — Diz e agarra meu braço forte.

Começo a chorar de dor e grito:

— Socorroooo…

Imediatamente, levo um tapa e sinto um gosto metálico, sei que é sangue.

— Me deixe em paz, seu babaca! — Esbravejo rezando que alguém me salve.

— Agora vou mostrar quem é o babaca aqui! — Exclama com a testa franzida, eu e a minha boca provoquei o monstro, antes que eu pense em outra coisa, sinto suas mãos em meu pescoço, apertando com muita satisfação tenta me debater mas de nada adianta só provocando mais sua fúria.

Eu vou morrer, hoje! — Pondero me sentindo sem ar.

— Me desculpe… por favor não me machuque…— Digo sentindo minha vida se esvaindo.

Ele me solta e eu caio no chão prontamente ouço o barulho do cinto da calça, sem forças tento fugir, no entanto já de cueca, ele se ajoelha e agarra forte minhas coxas, tento o chutar, mas abri minhas coxas e grito porque já sei o que vai acontecer.

— Por favor, não, não, nãooooo*!

Desperto com a mão no peito, toda encharcada de suor e olho ao meu redor.

Onde estou? Como vim parar aqui?

Com essas perguntas saio da cama e piso com um pouco de dor no mármore branco e reluzente do quarto, percorro o quarto e quando ouço o som de sapatos, rapidamente vou na cama e cubro com o cobertor.

Não demora muito para que eu ouça um homem abrir a porta e entrar, deixo ele se aproximar de mim enquanto observo ele, sem ele menos esperar tiro o cobertor de mim e agarro forte o abajur pronta para a lançá-lo.

— Ei, pare não lhe farei mal! — Gritou o homem alto, de cabelos morenos e barba por fazer.

— Quem é você? — Gritei de volta.

— Sou o Vinicius Moraes, um policial — Disse ele se aproximando mais do que estava de mim.

— Não chegue perto! Se não te mato! — Vocifero tremendo com abajur na mão.

Ele enfia sua mão no bolso e tira uma carteira.

"Vinícius Nascimento Moraes" vi escrito.

Receosa, baixei o abajur aos poucos até deixá-lo na cômoda ao lado e afastei-me até a beirada da cama.

Por sua vez, sentou-se na cama e me fitou até quebrar o silêncio.

— Fui o homem que derrubou-te ontem, e por isso desculpas. — Diz e prossegue — Mas, quando a levei comigo vi que seu rosto estava inchado e havia uma impressão palmar, podes por favor me contar o que aconteceu?

Mãezinha do céu, devo contar, e se o papai for preso a senhora me perdoará?

Olho pra cima e um silêncio constrangedor permeia o ar até que ele o quebra.

— Pode não contar se não quiser——

— Não, Vou! — Digo quase gritando e aperto o lençol com força — Meu pai, ordenou que eu vestisse um vestido curto que ele comprou a algum tempo e depois, trouxe em casa um desconhecido dizendo que era meu marido… — Lágrimas enchem meus olhos e um soluço me escapa. — Sabe, eu sempre fiz tudo o que o papai mandava, eu lavei, limpei, cozinhe e até dancei com pouca roupa para seu amigo, mas — Digo limpando as lágrimas que caiam descontroladamente — Eu não queria me casar com aquele homem e com homem nenhum! Por isso neguei e fugi mesmo sendo esbofeteada…

Vinícius me abraça e eu continuo chorando, reclamando da porcaria que é minha vida.

•••

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