O ano é 1916. A Grande Guerra, como era chamada, assolava a Europa e o mundo. A bordo do Britannic, um navio-hospital convertido para transportar e cuidar dos feridos da guerra, Amelia Louis, uma dedicada e gentil enfermeira britânica, começava mais um longo dia de trabalho.
Amelia, de 27 anos, era uma figura respeitada e amada entre os pacientes e a equipe médica. Seus cabelos castanhos ondulados, sempre presos em um coque impecável, e seus olhos verdes que exalavam calma, eram um conforto para todos que cruzavam seu caminho. Ela havia se voluntariado para servir no Britannic, determinada a fazer sua parte na guerra, mesmo sabendo dos riscos.
Naquele dia, enquanto se dirigia ao porão onde os casos mais críticos eram tratados, Amelia notou algo incomum. Entre as macas e equipamentos médicos, havia um homem escondido, com o uniforme rasgado e coberto de sangue. Seus olhos azuis, apesar da dor, transmitiam uma súplica silenciosa.
Sem hesitar, Amelia correu até o soldado, tentando reanimá-lo. "Você está bem?", perguntou ela, com uma voz suave e reconfortante.
O soldado abriu os olhos lentamente, revelando um olhar de dor e confusão. "Onde estou?", disse ele, com dificuldade.
"Você está a bordo do Britannic. Meu nome é Amelia, sou uma das enfermeiras aqui"
Ele hesitante no início, aceitou a ajuda da enfermeira. Ele sabia que sua vida dependia disso. Amelia começou a limpar seus ferimentos, trabalhando com precisão e gentileza.
"Você não deveria estar aqui," ele sussurrou, com uma expressão de preocupação no rosto. "Sou um desertor francês. Se me encontrarem, estou acabado."
Amelia, com um olhar firme e compassivo, respondeu: "Eu não me importo de que lado você está. Todos aqui precisam de ajuda, e eu vou fazer o que posso para cuidar de você."
Qual seu nome? Ela perguntou. Me chamo, Oliver Martin. Respondeu, ele.
A partir daquele momento, Amelia cuidava de Oliver secretamente, escondendo-o dos demais membros da tripulação. Oliver Martin, era um soldado francês de 28 anos, havia desertado. Cansado da brutalidade da guerra e das ordens desumanas, ele havia fugido e encontrado abrigo no Britannic. Amelia sentiu um misto de compaixão e determinação. Ela sabia que ajudando um desertor estava colocando sua própria segurança em risco, mas não podia ignorar o sofrimento de Oliver.
"Eu vou ajudá-lo", disse Amelia, com uma voz firme e gentil. "Mas você precisa ficar escondido. Se alguém descobrir, pode ser perigoso para nós dois."
Amelia era uma enfermeira habilidosa, e sua experiência estava sendo colocada à prova ao cuidar de Oliver. Seus ferimentos não eram leves, mas sua determinação em sobreviver ajudava no processo de recuperação. Todos os dias, Amelia verificava seus ferimentos, limpava e trocava os curativos, sempre com um toque gentil e palavras encorajadoras.
"Você está melhorando, Oliver," dizia ela com um sorriso. "Continue forte. Vamos superar isso juntos."
Nos momentos em que não estava atendendo outros pacientes, Amelia trazia comida e água para Oliver, garantindo que ele estivesse bem alimentado e hidratado. Ela sabia que a recuperação física era crucial, mas o apoio emocional também era vital para sua recuperação.