Forçada a se casar

Era aniversário de 15 anos de Verônica e como presente de seus pais a garota pediu que a deixassem morar com seus tios que moravam muito longe. Poder aceitar isso não iria ser uma coisa fácil, pois Verônica era filha única, e Dona Maria e Seu Antônio não queriam viver longe de sua amada filha mas como os filhos não são para os pais mas para o mundo... enfim, consentiram o desejo dela.

No dia seguinte cedo Verônica foi até seus pais e pediu que eles tentassem comprar a passagem dela o quanto antes. Assim Seu Antônio o fez. Sua mãe vendo tudo, quanto mais se aproximava-se do dia da partida, mais seu coração ficava apertadinho. Na manhã da viagem de Verônica sua mãe amanheceu com os olhos enxados de tanto chorar.

- mãe não fique triste! Eu preciso ir, vou estudar, trabalhar e assim poder ajudar a senhora e ajudar o pai. Vou poder mudar a vida de vocês.

- eu sei, meu amor. Mais como posso evitar as lágrimas se neste momento meu coração está ficando sem um pedaço?

-oh mãe! Começa a chorar.

Ambas se abraçam e neste momento Verônica chama seu pai, para um abraço de três, e ali ficaram por alguns minutos. Eles eram muito unidos.

Ela pegou suas coisas e várias caixas que sua mãe preparou, com feijão, queijo, farofa de galinha, carne seca e alguns legumes que orgulhosamente eles plantava na sua roça para que ela desse para seu irmão que a anos vivia na cidade e onde agora sua amada filha ficaria apartir do momento que colocasse os pés naquele ônibus que já a esperava na estação.

Para Dona Maria e Seu Antônio aquele momento foi doloroso, seu passarinho estava saindo do ninho, agora iria buscar viver sua história e tudo que ela pedia, era que Deus fosse a luz que iluminasem a vida dela e que nada a fizessem mal.

Verônica entrou dentro do ônibus e antes que ele partisse, com lágrimas nos olhos ela deu seu último aceno para seus pais, que ali ficaram até não ver mais nem sequer um vulto do velho ônibus que sumia na poeira e na curva daquela estrada.

Já no caminho e sentada naquela poltrona, na cabeça dela começou a rodar um filme das noites que ficava com a cabeça sobre o colo de sua mãe e olhando o céu estrelado ouvindo as histórias lindas que gerações em gerações foi passada até que sua mãe também a contasse. Eram histórias lindas, mágicas, de romance e cheia de muito amor... com o calor da fogueira que sempre seu pai acendia, ali ela se perdia nos seus sonhos, em descobrir e conhecer o mundo. Todas as noites perdida entre uma histórias ou outra, ela também sonhava e desejava um dia ter um grande amor, que a fizesse ir bem mais além que seu próprio sonhos a faria...

Em casa tudo a fazia lembrar sua filha, o cheiro da comida que ela mais amava, o copo em que ela bebia água, mas com muita fé ia aos poucos aceitando a nova realidade. Ali vendo as coisas de sua filha perdia a Deus que ela tivesse uma viagem tranquila. Dava medo pensar que seu passarinho pudesse se machucar, nunca havia viajado antes e muito menos para tão longe.

No ônibus os dias iam se passando e aos pouco se aproximava de chegar. Como desde pequena ela foi educada, e ali ela estava sempre orando e pedindo a Deus que tudo desse certo na vida dela. Quando enfim chegou, dá janela do ônibus ela notou o quanto era grande e bonita a cidade... e aos pouco o ônibus ia entrando mais afundo e tudo nela a encantava. Não que não tenha passado no decorrer do caminho por outras cidades mas aquela ela sentia que iria mudar sua vida. Na cabeça dela ela logo iria trabalhar e ela sabia que não seria fácil e que garotas do interior sofre em terras desconhecidas mas ela estava preparada e não iria desistir.

-São Paulo, cheguei! Deus cuide de mim e de meus sonhos. Amém!