Eu não vi quando ele entrou, mas seu olhar se intensificou a medida que se aproximava.
Ele me olhava com tanto rancor e ódio que eu me perguntava o que tinha feito.
- Você é muito feia. - ele disse com a voz rouca demais para a nossa idade. Eu o encarei nervosa e desconfortável. Sem saber como responder. Devo pedir desculpa? Empurra-lo? Xingá-lo? Sendo honesta, eu não me importo com o que ele pensa. Então me distancio, mas ele segura o meu braço.
- Eu falei com você, sua burra. - Ele grita e eu sinto os olhares no corredor se intensificar.
- Eu não me importo com o que você pensa, Jack. Você não significa nada na minha vida. Nem os seus comentários me afetam. - essa sempre foi a minha resposta para todas as suas humilhações. Eu só tentava sair correndo da sua frente, mas as vezes não aguentava e tinha que confrontar.
Ouço a sua risada alta. - A filha da puta, Natasha Still se achando boa demais para mim? Desde que você tinha 10 anos eu sinto o seu cheiro sujo por aí. E agora, que está morando de favor na minha casa, ainda me confronta? Você está morta, Natasha. E não me chame de Jack, para você é Dash. - eu o empurro e tento sair andando mas sinto suas mãos nos meus cabelos, eu sei que o round 2 das suas humilhações ainda vai começar. E ninguém nunca fez nada, ninguém iria se opor às ações de Dash. Ele era extremamente poderoso, seu pai o qual eu chamava de tio estava doente, e Jack sabia que em breve as empresas da família cairiam para o seu colo. Faltava pouco para se formar, e ninguém, se importava com a órfã cujo seu pai antes de morrer faliu. Eu era o brinquedo de Jack. Essa era minha função, e eu tentava sobreviver a isso.
- Me desculpa, Dash. Eu errei em falar aquilo. P-por favor. Me perdoe. - eu soluçava enquanto sentia sua mão puxar cada vez mais os meus cabelos. Até senti-lo me jogar numa sala vazia e ser pressionada na parede.
- Você é minha, Natasha. Eu posso brincar com você, te torturar, te xingar, te humilhar e te fazer gemer chamando pelo meu nome. Eu sou tudo na sua vida. E você sabe disso. Então, NUNCA mais me desafie na frente de todos, porque eu acabo com você. - Sua voz alta invade os meus tímpanos e eu só penso em como vou fugir dele e viver uma vida normal.
Mamãe achava que Jack Dash era só implicante, pensava até que ele me via como irmã. Ela mal sabia que ele me apalpava e me beijava em salas isoladas desde que eu o conheço. Irmãos não fazem isso. Ele dizia que era nisso que mulheres da minha família eram boas, em serem vadias. Eu não entendia o que isso representava. Cheguei até a perguntar a minha mãe, e ela disse que simbolizava mulheres da vida.
Eu pensei por muito tempo nos motivos de Jack me dizer isso, mas eu nunca encontrei.
Voltando ao presente, sua mão desce até o meio das minhas pernas. Eu sinto meu corpo vibrar, eu sempre lutei contra isso, mas é inevitável negar o quanto ele provoca sensações deliciosas em mim. - Você é tão deliciosa e cheirosa, Nat. - sua voz muda completamente, é como se ele fosse outra pessoa. Seus lábios começam a traçar beijos molhados e mordidas no meu pescoço. Sinto sua língua deliciosamente fazendo cócegas. Mas eu resisto a ele.
- A aula já vai começar, Dash. Pare com isso. - ele me empurra e volta ao olhar tradicional frio, irritado e irônico.
- Natasha, se eu te ver conversando com qualquer um dos outros caras, ou desconfiar de algo, você vai me pagar. E eu garanto que vai doer muito. - ele segura o meu queixo com força, me beijando possessivamente.
Ele me solta e sai rápido da sala. Eu me sinto usada e vazia. Eu só quero que tudo acabe logo, espero atingir a maioridade e começar a traçar a minha vida longe daqui. Voltando para a sala, passo no banheiro e lavo minha boca. Me arrumo e escuto passos próximos, quando me viro me deparo com as três garotas infernais. Chloe, Britney e a mais perversa, a namorada do Jack, Lily.