Há um banco sob a árvore, onde costumo ir sempre, e me sento, aguardando Amanda sair da sala de aula.
Amanda: Bu! - aparece atrás de mim.
Eu: Ai, garota, tá doida! - a abraço - Por que demorou?
Amanda: A professora estava dando uma bronca em alguns alunos e acabou pegando nosso tempo.
Eu: Ah, entendi. - Levanto, e vamos caminhando para fora da escola.
Amanda: Hoje recebi um bilhete da menina mais popular da sala.
Eu: O que dizia?
Amanda: Falava que eu era uma favelada e que devia voltar para lá.
Eu: O que você fez?
Amanda: Escrevi "Pena que eu não te perguntei nada" - cantarolou.
Eu: Isso aí! - Fazemos um toque - Também recebi um hoje, mas acertei certinho na lata de lixo. - Rimos.
Amanda: Você devia fazer basquete.
Eu: Mas eu já jogo basquete na rua, só que prefiro ginástica.
Amanda: Prefiro futebol. - Entramos no ônibus e vamos a caminho de casa. Descemos no nosso ponto e fomos para nossa casa. Ao chegarmos, minha mãe estava sentada no sofá.
Eu: Oi, mãe.
Mãe: Oi, filha.
Amanda: Oi, mamãe.
Mãe: Oi, filha.
Eu: Como você está, mãe? - Me sento ao seu lado.
Mãe: Estou bem, com uma dor na barriga, mas estou bem. Preciso ir trabalhar, tchau para vocês. A comida está na cozinha. - Sai de casa.
Amanda: Ela está piorando, né?
Eu: É, está. - Troco minha roupa, sirvo-me, como e faço os deveres de casa, ajudando os de
Amanda. Quando termino, limpo a casa e lavo os pratos e as panelas do almoço.
Amanda: Marie, MARIE! - Corro até ela.
Eu: Quê? - Vou até ela.
Amanda: Mamãe passou mal.
Marie: Ai, meu Deus! Onde ela está?
Amanda: Levaram ela para um hospital público.
Marie: Droga, vamos. - Saímos de casa e vamos direto para o hospital. Chegamos lá, e vou até a recepcionista.
Eu: Mayara Santana.
Recepcionista: Está no leito 6, vai no corredor à esquerda.
Eu: Obrigado. - Vamos até o corredor e chegamos no leito 6. Minha mãe está com uma máscara de oxigênio.
Mãe: Estou.
Amanda: O que você tem?
Mãe: Suspeitam que seja câncer.
Amanda: Ai, meu Deus!
Eu: Como vão fazer o tratamento?
Mãe: Não sei, vamos dar um jeito.
Eu: Vou ligar para o meu pai, talvez ele possa...
Mãe: Não.
Amanda: Mãe, é o único jeito.
Mãe: Ele não vai me ajudar.
Eu: Você não sabe.
Mãe: Sei muito bem. - Chega uma enfermeira.
Enfermeira: Oi, vocês são as filhas. - Assentimos - Podem me acompanhar? - Acompanhamos ela - Então suspeitamos que seja câncer, precisa marcar algumas ressonâncias para termos certeza. Ela vai ser liberada hoje. Quero repouso total.
Eu: Tá bom. - Minha mãe tem alta, e vamos direto para casa. Ao chegarmos, coloco ela em seu quarto de repouso, Amanda fica com ela, vou para a sala e pego o telefone, pronta para ligar para meu pai. No entanto, o telefone toca primeiro.
**Ligação:**Eu: Alô?X: Filha.Eu: Pai.Pai: Oi, filha. Soube que a sua mãe piorou da doença. Quero ajudar.Eu: Como você sabe que ela está doente e, depois de 8 anos, você nem pergunta como estou?Pai: Filha, tenho pessoas aí que cuidam de vocês e me informam tudo que você faz. Sei que sua mãe acolheu uma menina chamada Amanda e a trata como filha. Sei que estou muito longe, não liguei, mas sempre cuidei de você e quero ajudar agora.Eu: Quer me ajudar como?Pai: Com dinheiro. Vou depositar todo mês para poder sustentar e vou pagar todo tratamento da sua mãe.Eu: Por que isso agora?Pai: Quero recompensar o tempo perdido.Eu: Ok. E quer o quê em troca?Pai: Que você e Amanda venham morar comigo aqui em Londres. Já tenho tudo pago, passagem e até a correria que vai levar vocês para cá.Eu: E se eu não quiser ir?Pai: Sua mãe vai ficar sofrendo de dor e também vai ficar sem dinheiro para comer.Eu: Ta bom.Pai: Até amanhã, Marie.Eu: Até, senhor Carlos.**Ligação off**