Ela sempre quis ser amada

Elis nasceu em uma cidade de São Paulo no ano de 1981. Sua vida nunca foi fácil, desde do início.

Assim que nasceu seus pais se separaram então ela nunca soube o que era viver com o pai, não sabia como era acordar e tomar um café em família. Ela era a quinta filha dos seis filhos que os pais tiveram juntos, como assim a quinta se eles se separaram e juntos ? Porque tem mais ?isso mesmo, em umas das visitas aos filhos seus pais acabaram tendo uma noite a mais e veio a sexta filha. E quando sua mãe se casou com seu pai ele já era viúvo e já tinha seis filhos com a falecida esposa que morreu no parto da última filha .

Bom voltando a Elis tudo que ela mais desejava era poder ter um dia feliz com seu pai, o amor dele, isso porque ele nunca estava presente enquanto sua mãe era uma pessoa muito amarga. Ela era muito violenta com os filhos, (acho que descontava neles a frustração da separação) mas mesmo assim ela tinha os seus preferidos, tá você vai dizer que mãe não tem o preferido, mas ela visivelmente tinha.

Claro que Elis não era uma delas, então ela almeja receber o carinho como os outros irmãos, mas tudo que ela conseguia era o desprezo, mas Elis fazia de tudo para a mãe a notar, mas nada tocava o coração daquela velha rabugenta.

Como disse a família era muito pobre ainda mais com a separação dos pais, a mãe tinha que trabalhar pois afinal não era fácil sustentar seis crianças sozinha, aí você vai perguntar e o pai? Não arcava com o sustento dos filhos? Afinal ele tem suas obrigações né ? Eu concordo mas Anita a mãe de Elis não pensava assim.

Anita era uma mulher orgulhosa e não queria nenhum tipo ajuda de seu ex marido, isso porque ele já havia formado outra família, e a não ser que ele Voltasse ela jamais receberia nada de suas mãos, mesmo que isso significasse passar por necessidade. E como passaram viu, até com fome já dormiram, mais isso não fazia Anita recuar.

Anita já não morava mais na cidade de São Paulo, ela se mudou para uma cidade do interior de São Paulo, ela levantava cedo as 5:00h para ir fazer faxina em São Paulo. Com isso deixava as crianças menores aos cuidados das duas filha maiores, que não era tão maior uma de 10 anos e a outra de 8 anos

Era um inferno elas tinham que da conta de cuidar dos menores, da casa, da roupa, da comida e se ela chegasse e não estivesse do seu agrado, coitada dessas garotas não tinha conversa o chicote estralava e isso não é em sentido figurado, isso era o que realmente acontecia.

Alguns anos se passaram e Elis não tem memórias felizes de sua infância, mas com se diz tudo que é ruim pode piorar.

Quando suas irmãs já tinham treze e quatorze anos cansadas de todos os maus-tratos da mãe saíram de casa para viver suas vidas.

Desde de então tudo que era responsabilidade de suas irmãs, passa a ser de sua responsabilidade, não porque ela era a mais velha, mas porque para sua mãe os meninos não podia fazer as tarefas de casa pois isso era coisa de mulher.

Elis com sete anos passa a ter que lavar, cozinha, limpar a casa e ainda era responsável pela irmã menor.

Elis não via sacrifício nisso, ela reconhecia o sacrifício da mãe, que trabalhava exaustivamente para sustenta-los , apesar das cobranças não serem tão severas como acontecia com as irmãs Elis sempre ouvia de sua mãe que ela seria como suas irmãs

Isso a magoava muito, pois tudo que ela queria era agradar de alguma forma sua mãe.

Certo dia Elis estava lavando a louça como de costume, perdida em seus pensamentos pois Apesar de não ter amor , carinho de ninguém, ela sonhava acordada com momentos felizes ela idealizava uma família tipo de comercial de margarina, mas neste momento não escutou sua mãe chamando, mas quando Anita sua mãe chamou por seu irmão com o tom de voz mais alto, tirou Elis do transe, que querendo ajudar avisou seu irmão que sua mãe o estava chamando.

Sua mãe se revoltou por conta da atitude de Elis de não responder ao chamado e ouvir quando ela chamou seu irmão, a revolta foi tamanha que ela diz:" Não sei porque criei essa puta dessa menina"

Essa frase entrou no coração de Elis como uma espada que o transpassava, ela já não sabia o que pensava, porque a mãe tinha dito aquilo? Porque ela não era digna de seu amor, coisas horríveis passaram em sua cabeça.

Elis entrou em um estado de dor, pois aquelas palavras gritava em sua cabeça ela simplesmente não entendia o porque.

Ela passa seus dias sem comer e nem beber nada, pois nada descia em sua garganta.

Nesta fase sua mãe Anita já estava trabalhando em uma grande empresa de refrigerante, as condições da família não era das melhores mas já era bem melhor do que antes.

Elis acaba caindo de cama de tanta fraqueza por não comer, e sua mãe só se dá conta da situação quando sua irmã vem visita-los e percebe que a menina passou o dia na cama e não quis se alimentar.

Então sua mãe a leva no médico, no hospital é feito o atendimento onde o médico fica assustado de a mãe não percebeu o estado da filha e diz que o que ela tem é desnutrição.

Uma enfermeira ofere a Elis um chocolate e a menina o come com medo pois o olhar de sua mãe era feroz para ela.

Depois de muito questionamento o médico libera as duas, no caminho a mãe diz que ela iria comer nem que fosse pelo nariz. O olhar de Elis era de pânico já imaginando o que aconteceria com ela quando chegasse em casa.

Mas a fraqueza a venceu e Elis no caminho e é acordada pela manhã com o café, apesar de não ser um ato de carinho e sim para ter certeza que ela comeria Elis fica feliz com aquela cena pois ela almeja vivenciar aquilo.

Elis se recupera e passa a trabalhar na casa da Visinha, tudo que ela pensava era em ajudar a mãe, achava que se pudesse contribuir com as despesas a mãe teria mais tempo para ela.

Elis tinha que da conta de todas suas obrigações antes de ir para a casa da vizinha, lá ficava até o horário de aula dela, o pagamento seu serviço nunca chegou em suas mãos, aliás ela nunca soube o valor que ganhava tudo ia diretamente para mãos de sua mãe, isso não entristecia Elis pois acreditava que isso podia agradar sua mãe, mas não era assim que acontecia, os elogios sempre era dados aos irmãos que era homens e o carinho a sua Irmã mais nova, como isso a machucava.