Mar
chorado até secar, mas sempre há mais, como se a dor dentro do meu peito fosse uma fonte que nunca se esgota. Perder a única pessoa que realmente
a porta se abrindo devagar. É minha mãe. Ela me olha por a
e despedir do seu pai... ou vai
ncia. Seco o rosto com as mãos, levanto da cama e passo por ela sem dizer nada. Consigo sentir seus olhos me acompanhando, e percebo
ta. Ali, no meio da multidão de rostos desconhecidos, está o caixão. Meu pai repousa dentro dele. Muitas
a veste um longo vestido preto, recatado e elegante. Falsa, penso. Sempre tão preocup
e apenas dormindo. Quase consigo acreditar que a qualquer momento ele vai abrir os olhos e sorrir para mim, chamar-m
deixa sozinha. - Minha voz falha, m
meço a sacudir seu corpo, ignorando os olhares em volta. Grito, chamo por ele, im
po que já não responde. O choro é tão forte que mal consigo respirar. Minha mãe se
tudo bem, mi
eu era sua gatinha. Então minha mãe me entrega um copo com água.
tudo, m
a embaçar. Tento resistir, mas as vozes vão ficando distantes, como se eu estivesse
nem quanto tempo dormi. Corro para a sala, mas não há ninguém. O caixão sumiu. A sala e
Aproxima-se devagar, como se t
aceitar. Seu pai não i
s dói muito - respo
ro, meu amor - ela diz, to
risteza me tire a fome. Abro a geladeira, pego queijo, depois um sa
bém - pede, simplesme
da? Mesmo assim, preparo os dois lanches. Comemo
or capricho. Ela tem 17 anos, é bonita, elegante, admirada. Eu tenho 14 e meio. Sou a "feia", a estranha, a que prefere cuida
A casa mudou. Não há mais empregados. A comida parece escassa. Vejo minha mãe cochichando com
stá acontecendo, minha irmã repete a mesma frase: "
. Não sei por quê. Será falta de dinheiro? Existe
que agora cozinha para nós. Ela sempre me trata como se eu fosse ainda
é a cozinha. - Tem
ri, com
mor. E ainda com du
quentinho, com o sorvete de morango derretendo aos poucos. Um
da de sacolas. Seus olhos brilham e sua boca
nhã vamos para a casa do meu futuro mari
omida perde o sabor, o ar
casa de ninguém! - grit
omo se minhas palavras fo
nada. Arrume suas coisas... ou ma
feliz, como se não tivesse acabado d
nta queimando dentro de mim: como ela consegu